Tiamat (em homenagem à deusa mítica da Mesopotâmia Tiamat) é um gênero extinto de dinossauro saurópode titanossauro da Formação Açu do Cretáceo 'médio' do Brasil, descoberto e catalogado em 2024[1]. O gênero contém uma única espécie, T. valdecii, conhecida por diversas vértebras caudais.

Tiamat valdecii
Intervalo temporal: Albiano (geologia), Cenomaniano
Classificação científica edit
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Clado: Dinosauria
Clado: Saurischia
Clado: Sauropodomorpha
Clado: Sauropoda
Clado: Macronaria
Clado: Titanosauria
Gênero: Tiamat
Pereira et al., 2024
Espécies:
T. valdecii
Nome binomial
Tiamat valdecii
Pereira et al., 2024

Descoberta e nomenclatura

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O espécime holótipo Tiamat foi descoberto em sedimentos da Formação Açu no Vale do Jaguaribe do estado do Ceará, Brasil, na região do município de Quixeré. O espécime é composto por nove vértebras caudais fragmentárias do início e meio da cauda, depositadas na Universidade Federal do Rio de Janeiro. [2] Um osteoderma isolado de titanossauro descrito em 2018, espécime UFRJ-DG 549-R, foi provisoriamente sugerido como também vindo de Tiamat. [3]

Em 2024, Paulo Pereira e outros cientistas descreveram Tiamat valdecii como um novo gênero e espécie de titanossauro basal baseado nesses restos fósseis. O nome genérico, Tiamat, faz referência a Tiamat —a deusa serpentina ou dracônica da mitologia suméria e babilônica —que tradicionalmente representa a mãe dos seres míticos, sugerindo a posição filogenética basal do dinossauro. O nome específico, valdecii, homenageia o Dr. Valdeci dos Santos Júnior, descobridor do tipo[2].

Tiamat representa o primeiro dinossauro a ser nomeado da Bacia Potiguar do Brasil, embora tenham sido encontrados restos indeterminados de outros dinossauros. [2]

Em suas análises filogenéticas, Pereira (2024) recuperou Tiamat como um titanossauro basal, como o táxon irmão do Andesaurus de idade semelhante. Seus resultados são exibidos no cladograma abaixo:

Wintonotitan

Tiamat

Andesaurus

Kaijutitan

Lithostrotia

Malawisaurus

Tapuiasaurus

Dreadnoughtus

Saltasauroidea

BIBE 45854 (cervical vertebrae referred to Alamosaurus)[4]

Futalognkosaurus

Puertasaurus

Notocolossus

Austroposeidon

Mendozasaurus

Bonitasaura

Argentinosaurus

Patagotitan

Epachthosaurus

Rinconsauria

Referências

  1. Zoological Journal of the Linnean Society (2024). «A new sauropod species from north-western Brazil: biomechanics and the radiation of Titanosauria (Sauropoda: Somphospondyli)». academic.oup.com. doi:10.1093/zoolinnean/zlae054/7670994?redirectedfrom=fulltext. Consultado em 31 de maio de 2024 
  2. a b c Pereira, P. V. L. G. C.; Bandeira, K. L. N.; Vidal, L. S.; Ribeiro, T. B.; Candeiro, C. R. A.; Bergqvist, L. P. (2024). «A new sauropod species from north-western Brazil: biomechanics and the radiation of Titanosauria (Sauropoda: Somphospondyli)». Zoological Journal of the Linnean Society. zlae054. doi:10.1093/zoolinnean/zlae054  Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "Tiamat" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  3. Pereira, P.V.L.G.C.; Marinho, T.S.; Candeiro, C.R.A.; Bergqvist, L.P. (2018). «A new titanosaurian (Sauropoda, Dinosauria) osteoderm from the Cretaceous of Brazil and its significance». Ameghiniana. 55 (6): 644–650. doi:10.5710/AMGH.26.08.2018.3168 
  4. Tykoski, Ronald S.; Fiorillo, Anthony R. (1 de junho de 2016). «An articulated cervical series of Alamosaurus sanjuanensis Gilmore, 1922 (Dinosauria, Sauropoda) from Texas: new perspective on the relationships of North America's last giant sauropod». Journal of Systematic Palaeontology (em inglês). 15 (5): 339–364. ISSN 1477-2019. doi:10.1080/14772019.2016.1183150