Torch Song

filme de 1953 dirigido por Charles Walters
 Nota: Este artigo é sobre o filme com Joan Crawford. Para o filme com Alicia Silverstone, veja Torch Song (1993).

Torch Song (bra: Se Eu Soubesse Amar ou Se Eu Soubesse Amar…)[4][5][6][7] é um filme musical estadunidense de 1953, do gênero drama romântico, dirigido por Charles Walters, estrelado por Joan Crawford, e co-estrelado por Michael Wilding. O roteiro de John Michael Hayes e Jan Lustig foi baseado no conto "Why Should I Cry?" (1949), de I. A. R. Wylie.[2]

Torch Song
Torch Song
Cartaz promocional do filme.
No Brasil Se Eu Soubesse Amar
Se Eu Soubesse Amar…
 Estados Unidos
1953 •  cor •  90 min 
Gênero musical
drama romântico
Direção Charles Walters
Produção Henry Berman
Sidney Franklin, Jr.
Produção executiva Charles Schnee
Roteiro John Michael Hayes
Jan Lustig
Baseado em Why Should I Cry?
conto de 1949
de I. A. R. Wylie[1]
Elenco Joan Crawford
Música Adolph Deutsch
Cinematografia Robert H. Planck
Direção de arte Cedric Gibbons
E. Preston Ames
Efeitos especiais Warren Newcombe
Figurino Helen Rose
Edição Albert Akst
Companhia(s) produtora(s) Metro-Goldwyn-Mayer
Distribuição Loew's, Inc.
Lançamento
  • 23 de outubro de 1953 (1953-10-23) (Estados Unidos)[2]
Idioma inglês
Orçamento US$ 1.408.000[3]
Receita US$ 1.668.000[3]

A produção foi filmada em Technicolor. A voz cantada de Crawford foi dublada por India Adams. Crawford sincronizou seus lábios com a gravação que Adams havia feito originalmente para Cyd Charisse em um número descartado do filme "The Band Wagon" (1953). O filme "That's Entertainment! III" inclui um segmento apresentando os dois números lado a lado, em uma tela dividida.[8]

O filme marcou o retorno de Crawford à MGM depois de sair do estúdio para ingressar na Warner Bros. em 1944. Suas gravações originais para a trilha sonora, que não foram usadas no filme, sobreviveram e foram incluídas em lançamentos de mídias domésticas.[9]

Sinopse editar

Jenny Stewart (Joan Crawford), uma artista musical da Broadway de renome e perfeccionismo, possui a fama de ser uma mulher difícil e arrogante que não poupa ninguém de suas explosões temperamentais. Ela fica incomodada com o fato de que, nem mesmo Tye Graham (Michael Wilding) – o pianista cego que a acompanha e acredita ser capaz de romper o exterior resistente dela – começa a criticar seus modos de agir.

Elenco editar

  • Joan Crawford como Jenny Stewart
    • India Adams como Voz cantada de Jenny
  • Michael Wilding como Tye Graham
  • Gig Young como Cliff Willard
  • Marjorie Rambeau como Sra. Stewart
  • Harry Morgan como Joe Denner
  • Dorothy Patrick como Martha
  • James Todd como Philip Norton
  • Eugene Loring como Gene, o diretor de dança
  • Paul Guilfoyle como Monty Rolfe
  • Benny Rubin como Charles Maylor
  • Peter Chong como Peter
  • Maidie Norman como Anne
  • Nancy Gates como Celia Stewart
  • Chris Warfield como Chuck Peters
  • Rudy Render como Cantor na Festa
    • Bill Lee como Voz cantada do Cantor

Produção editar

"Torch Song" foi o primeiro filme colorido de Joan Crawford, após 25 anos de carreira.[6]

O título de produção do filme foi "Why Should I Cry?", o mesmo do conto em que foi baseado. A atriz Ann Sheridan foi escalada para o papel principal, mas abandonou o projeto e foi substituída por Crawford. Fred McLeod Wilcox também havia sido escalado como o diretor, mas foi substituído por Walters.[2]

Recepção editar

Otis Guernsey Jr., em sua crítica para o New York Herald Tribune, escreveu: "Joan Crawford tem outro de seus papéis de estrela ... ela é vívida e irritável, vulcânica e feminina ... Aqui está Joan Crawford em toda a tela, no comando, apaixonada e em cores, uma verdadeira estrela de cinema no que equivale a um show cuidadosamente produzido de uma mulher".[10]

Para a jornalista e escritora brasileira Dulce Damasceno de Brito, Joan Crawford atua com sua "habitual maestria", mas Marjorie Rambeau lhe "rouba o filme" com sua interpretação. Ela deu ao filme 3/5 estrelas.[6]

Um dos exemplos de dramalhões hollywoodiano, a produção é uma das favoritas entre os fãs de filmes "incrivelmente-ruins-porém-tremendamente-divertidos".[11] Repleto de clichês, diálogos inacreditáveis e maquiagem exagerada, o filme ainda mostra uma sequência polêmica e problemática, com Crawford de blackface, vestindo um figurino extravagante e dançando uma coreografia confusa.[11][12] Em outra sequência também considerada problemática, a personagem de Crawford finge ser cega para entender melhor a deficiência do personagem de Wilding.[13]

Mesmo com suas cenas preconceituosas, o filme é considerado um ícone camp clássico e uma possível influência na interpretação de Faye Dunaway como Crawford em "Mommie Dearest" (1981).[13]

Bilheteria editar

De acordo com os registros da Metro-Goldwyn-Mayer, o filme arrecadou US$ 1.135.000 nacionalmente e US$ 533.000 no exterior, totalizando US$ 1.668.000 mundialmente. A produção fez o estúdio perder dinheiro, com um prejuízo de US$ 260.000.[3]

Prêmios e indicações editar

Ano Cerimônia Categoria Indicado Resultado
1954 Oscar[14][15] Melhor atriz coadjuvante Marjorie Rambeau Indicado

Referências

  1. «Torch Song (1953)». Consultado em 17 de abril de 2023. Arquivado do original em 8 de janeiro de 2014 
  2. a b c «The First 100 Years 1893–1993: Torch Song (1953)». American Film Institute Catalog. Consultado em 24 de agosto de 2021 
  3. a b c «The Eddie Mannix Ledger, Appendix 1: "MGM Film Grosses, 1924 - 1948"». Margaret Herrick Library, Center for Motion Picture Study. Los Angeles: Historical Journal of Film, Television, and Radio, Vol. 12, No. 2. 1992 .
  4. «Filmes novos». Cinelândia (Ano III, n.º 32). Rio de Janeiro. 1 de março de 1954. p. 60. Consultado em 24 de agosto de 2021 
  5. «Se Eu Soubesse Amar (1953)». Brasil: CinePlayers. Consultado em 24 de agosto de 2021 
  6. a b c Dulce Damasceno de Brito (20 de março de 1954). «Ante-estreia». Cine Repórter. São Paulo. p. 8. Consultado em 24 de agosto de 2021 
  7. Wald Tower (11 de abril de 1954). «Voltam as pernas de Joan Crawford». Revista. O Jornal (Ano XXXV, n.º 10.304). Rio de Janeiro. p. 8. Consultado em 24 de agosto de 2021 
  8. «That's Entertainment! III» (em inglês). Turner Classic Movies. Consultado em 17 de abril de 2023 
  9. EAMES, John Douglas, The MGM Story, Londres: Octopus Books, 1982 (em inglês)
  10. Quirk, Lawrence J. (outubro de 1970) [1968]. The Films of Joan Crawford. Col: Film Books. [S.l.]: Lyle Stuart, Inc. ISBN 978-0806503417 
  11. a b CRAIG, Butler. «Torch Song». AllMovie. Consultado em 21 de julho de 2015 
  12. MALTIN, Leonard, Leonard Maltin's Movie Guide - 2011 Edition, Nova Iorque: New American Library, 2010 (em inglês)
  13. a b ERICKSON, Hal. «Torch Song». AllMovie. Consultado em 21 de julho de 2015 
  14. «The 26th Academy Awards (1954) Nominees and Winners». Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (em inglês). Consultado em 24 de agosto de 2021 
  15. «26.º Oscar - 1954». CinePlayers. Consultado em 17 de abril de 2023