Trinidad Morgades Besari

Trinidad Morgades Besari (24 de abril de 1931 — 10 de outubro de 2019) foi uma escritora, linguista, acadêmica e diplomata da Guiné Equatorial. Foi uma da maiores estudiosas da variante espanhola da Guiné Equatorial, bem como das demais línguas nativas do país.

Trinidad Morgades Besari
Trinidad Morgades Besari
Nascimento 24 de abril de 1931
Malabo
Morte 10 de outubro de 2019 (88 anos)
Malabo
Cidadania Guiné Equatorial
Alma mater
Ocupação política, escritora, linguista
Empregador(a) Universidade de Alcalá, Universidade Nacional da Guiné Equatorial

Biografia editar

Morgades Besari nasceu em Malabo (antiga Santa Isabel) em 24 de abril de 1931.[1] Mudou ainda criança com seus pais para as Ilhas Canárias, onde frequentou a escola primária em Tenerife; já em Barcelona, na Espanha, concluiu seus estudos secundários. Graduou-se na Universidade de Barcelona, em 1958, em filosofia e letras[2], tornando-se a primeira mulher guinéu-equatoriana a receber um diploma universitário.

Carreira editar

Em 1959, Morgades Besari tornou-se professora de Linguagem e Literatura na Instituto de Ensino Médio de Santa Isabel, em Malabo[2]. Ela participou da Conferência da OMS em Adis Abeba em 1964 e foi nomeada eiretora do Instituto de Bacharelado Cardenal Cisneros da Universidade de Alcalá, em 1965.

Após a independência da Guiné Equatorial, Morgades Besari foi nomeada Primeira Secretária na embaixada da Guiné Equatorial em Lagos, Nigéria, em 1968, sendo transferida, em 1971, como adida cultural para a embaixada em Addis Abeba[2].

Morgades Besari retornou à Espanha, em 1973, e foi nomeada pelo governo como professora de literatura no Colégio Missionário Franciscano em Tetuão, Marrocos. Tornou-se Catedrática em Inglês e Literatura no Instituto Reyes Catolicos em Vélez-Málaga em 1975. Besari retornou à Guiné Equatorial em 1986, e foi nomeada Secretária-Geral do polo da Guiné Equatorial da Universidade Nacional de Educação à Distância. Foi nomeada ainda como Ministra de Investigação Científica da Guiné Equatorial, em 1988, e Diretora da Escola Nacional de Agricultura em 1992[2].

Morgades Besari tornou-se diretora do jornal El Correo Guineoecuatoriano, em 2000, e foi eleita presidente da Associação de Imprensa da Guiné Equatorial em 2003[2].

Em 2005, foi nomeada vice-reitora da Universidade Nacional da Guiné Equatorial[2]. Ela deixou suas funções em 2010, quando foi nomeada Correspondente Acadêmica da Real Academia Espanhola[2], participando da estruturação da Academia Equato-guineana da Língua Espanhola , tornando-se sua patrona número um[3]. Colaborou com a ONG Macoelanba para oferecer bolsas de estudo para estudantes do sexo feminino.

Em 2010 ganhou o Prêmio Internacional Dom Quixote de la Mancha, por sua obra Antígona[4][5].

Morreu de causas naturais em sua casa em 10 de outubro de 2019.[1]

Vida pessoal editar

Besari foi casada com o embaixador Samuel Ebuka entre 1965[2] e 2019 (até seu falecimento), com quem teve um filho, de nome Samuel Ebuka Morgades.[1]

Obras literárias editar

  • Antígona (1991)[6]
  • La puesta en escena de Antigona (2004)
  • El español en Guiné Equatorial (2004)
  • Los criollos de Guinea Ecuatorial (2007)
  • Diccionario Español-Fang (2014).
  • Introducción al pidgin de Guinea Ecuatorial (2016).

Referências

  1. a b c Fallece Trinidad Morgades Besari, intelectual y escritora ecuatoguineana a la edad de 88 años. AhoraEG. 10 de outubro de 2019.
  2. a b c d e f g h Paralelo 3: Boletín de la Dirección de Programas Educativos en Guinea Ecuatorial - Ministerio de Educación, Cultura y Deporte del España - 2015. pags. 14-17
  3. Trinidad Morgades Besari Arquivado em 30 de março de 2017, no Wayback Machine. - Fundación Mujeres Por África - Abidjan, 2014
  4. Escritores Bubis: Dña. Trinidad Morgades Besari - El Pueblo Bubi
  5. Homenaje a Trinidad Morgades Besari, ex Vicerrectora de la UNGE Página Arquivado em 5 de março de 2016, no Wayback Machine. - Institucional del Gobierno de Guinea Ecuatorial - 2010
  6. Reception of Hellenic traditions within Hispanic Africa and within the African diaspora in the Hispanic world - Society for Classical Studies - 2017