União (Guerra Civil Americana)

União foi o nome usado para se referir aos vinte e três estados que não faziam parte da Confederação, estados seccionistas, durante a Guerra Civil Americana. Embora a União incluísse os estados ocidentais da Califórnia, Oregon, e após 1864 Nevada, bem como estados normalmente considerados parte da Região Centro-Oeste dos Estados Unidos, a União é geralmente referida como o "Norte", tanto no passado como nos dias de hoje. O governo nacional foi liderado pelo presidente Abraham Lincoln.

Mapa da União, em 1864. Em azul escuro, os estados que formavam a União. Em azul claro, os estados escravagistas sob controle federal. Em cinza, os territórios não-incorporados (na época, sob controle da União). Em vermelho, os Estados Confederados
A bandeira utilizada pelos Estados Unidos entre 1861 e 1863, contendo todos os 34 estados que formavam o país (incluindo aqueles em rebelião)

Durante toda a guerra, a União se mostrou vastamente superior aos sulistas em termos de recursos econômicos e humanos, com uma população quase quatro vezes maior e uma indústria e infraestrutura interna melhor e mais eficiente.[1]

Contexto editar

Como o termo já tinha sido usado antes da guerra em referência ao todo dos Estados Unidos (uma "união de estados"), fazia sentido continuar a utilizá-lo em referência aos estados não-secessionistas como uma continuação da entidade política prévia. Também, no diálogo público dos Estados Unidos, novos estados são "admitidos na União", e também é assim mencionado no discurso anual do Presidente ao Congresso dos Estados Unidos e ao povo como o Discurso do "Estado da União".

Durante a Guerra Civil Americana, os leais ao Governo Federal e opostos à secessão que viviam nos estados fronteiriços e nos estados Confederados, eram chamados de Unionistas. Os soldados Confederados por vezes chamavam-lhes "Yankees Caseiros". No entanto, os Unionistas do Sul não eram necessariamente simpatizantes do Norte, e muitos deles — apesar de se oporem à secessão — apoiaram a Confederação quando realmente a guerra se deu.

Ainda, perto de 120 000 Unionistas do Sul serviram no Exército da União durante a Guerra Civil, e todos os estados do Sul, exceptuando a Carolina do Sul, contaram com regimentos Unionistas. Os Unionistas do Sul eram principalmente usados como forças anti-guerrilha e tropas de ocupação em áreas da Confederação ocupadas pela União. Desde a Guerra Civil que o termo "Nortenho" tem sido um sinónimo amplamente usado para o lado Unionista do conflito. "União" é normalmente usado em contextos onde "Estados Unidos" pode ser confuso, "Federal", obscuro, ou "Yankee", depreciativo.

Estados da União editar

 
Mapa animado da secessão, da Guerra Civil e da readmissão:
  Estados da União
  Territórios da União (includindo território ocupado)
  Estados da Confederação
  Territórios reivindicados pela Confederação

*Estados fronteiriços.

No Kentucky e no Missouri, facções pró-secessão disseram-se pelo Sul, sendo reivindicados pela Confederação, mas os governos Unionistas permaneceram em poder desses territórios.

O Kansas juntou-se à União a 14 de Janeiro de 1861, após o início da crise de secessão, mas antes do início das hostilidades. A Virgínia Ocidental separou-se da Virgínia e tornou-se parte da União durante a guerra, a 20 de junho de 1863. O Nevada também se juntou à União durante a guerra a 31 de outubro de 1864.

Em 1861, os estados do Norte tinham uma população de 22 milhões de habitantes (contra 9 milhões do Sul, sendo 3,5 milhões destes escravos). Em termos militares, os estados da União mobilizaram duas vezes mais soldados que os sulistas (2,1 milhão de homens contra 1 milhão).[2]

Ver também editar

Referências

  1. «Industry and Economy during the Civil War». NPS.gov. Consultado em 21 de agosto de 2019 
  2. «Civil War Facts». Battlefields.org. Consultado em 21 de agosto de 2019 

Fontes editar

  • Current, Richard N. Lincoln's Loyalists: Union Soldiers from the Confederacy. Oxford University Press, rpr. 1994. ISBN 0-19-508465-9.
  • Mackey, Robert R. The UnCivil War: Irregular Warfare in the Upper South, 1861-1865. University of Oklahoma Press, 2004. ISBN 0-8061-3624-3.