Usuário(a):Alebizerra/Espécie invasora

O capim braquiária (Urochloa brizantha), ou capim-marandu, foi introduzido no Brasil durante o século XX e hoje pode ser encontrada em pastagens por todo o país. Áreas imensas de vegetação original no cerrado, por exemplo, foram substituídas pela braquiária.

Espécie invasora é um termo utilizado para designar flora e fauna e, em casos específicos de restauração e preservação, designa habitats nativos. O termo assume diversas definições:

A primeira definição, mais comumente utilizada, se aplica à espécies introduzidas, conhecidas também como “exóticas” ou “não nativas”. A espécie introduzida, fora de seu domínio natural e em determinados contextos, torna-se uma praga, ameaçando a biodiversidade local e afetando aspectos econômicos, ecológicos e ambientais dos habitat e biomas invadidos. Esta definição tem sido usada, por exemplo, por organizações governamentais [1] [2] e não governamentais, por pesquisadores e conservacionistas. O mexilhão-dourado é um exemplo de espécie invasora exótica que causa prejuízos no Brasil.

A segunda definição inclui a primeira, mas possui conceito mais abrangente, pois considera que espécies não-nativas e nativas podem se tornar invasoras. A dominância dessas espécies se daria através da perda de controles naturais (i.e.: predadores ou herbivoros).

A terceira definição identifica espécie invasora como uma espécie exótica com área de distribuição ampla porém sem efeito adverso para o ambiente. Popularmente conhecido como peixinho-dourado, (Carassius auratus), é um exemplo de organismo encontrado em escala global, mas cuja densidade populacional não é considerada danosa para o ambiente.[3]

A existência de definições variadas do termo espécie invasora e a perspectiva socioambiental geralmente atrelada à essas definições culminam em críticas por parte da comunidade científica do campo da Ecologia, principalmente pela falta de precisão. Esse artigo aborda as duas primeiras definições.

Segundo a IUCN, as invasões biológicas são a segunda maior causa de perda de biodiversidade em escala global.

Condições que levam à invasão editar

Cientistas incluem características das espécies e fatores ambientais dentre os mecanismos que, quando combinados, possibilitam a invasão de uma espécie recentemente introduzida.

Mecanismos baseados nas espécies editar

Espécies invasoras parecem ter características específicas ou combinações específicas de características que lhes permitem competir e vencer espécies nativas. Em alguns casos, o sucesso das invasoras em relações competitivas se dão através de suas taxas de crescimento e reprodução. Em outros casos, as espécies interagem entre si mais diretamente. Pesquisadores não apresentam um consenso quanto à utilidade dessas características como indicadores da capacidade de invasão. Descobertas recentes afirmam que, dentre uma lista de espécies invasoras e não invasoras, 86% das espécies invasoras podem ser identificadas apenas a partir de determinadas características. [4] Outras pesquisam apontam que espécies invasoras tendem a ter apenas um pequeno subconjunto dos caracteres presumidos e que muitas dessas características também podem ser encontrados em espécies não invasoras, exigindo outras explicações. [4] [5] [6] Características das espécies invasoras incluem:

  • Taxas de crescimento rápido
  • Taxas de reprodução rápida
  • Alta capacidade de dispersão
  • Plasticidade fenotípica (capacidade de alterar a forma de crescimento para atender às condições ambientais atuais)
  • Tolerância a uma ampla gama de condições ambientais (competência Ecológica)
  • Amplo espectro alimentar (generalista)
  • Associação com os seres humanos [7]
  • Sucesso em invasões anteriores [8]

Normalmente, uma espécie introduzida sobrevive em baixas densidades populacionais antes de se tornar invasora em um novo local [9]. Em baixas densidades populacionais, espécies introduzidas têm dificuldades de se reproduzirem e perpetuarem. Dessa maneira, antes de seu estabelecimento, uma espécie invasora pode fracassar na colonização do ambiente diversas vezes. Padrões de movimentos humanos, como de rotas de navios ou de carros que percorrem um mesmo trajeto frequentemente, atuam no sucesso de estabelecimento dessas espécies. [10]

Uma espécie introduzida pode se tornar invasora se superar as espécies nativas na competição por recursos, como nutrientes, luz, espaço físico, água ou comida. Se essas espécies evoluíram sob condições de forte competição ou predação, o novo ambiente pode apresentar menos competidores capazes de frear seu crescimento e distribuição, permitindo sua rápida proliferação. Ecossistemas nos quais todos os recursos disponíveis estão sendo usados em sua capacidade total por espécies nativas podem ser classificados como sistemas de soma zero, onde qualquer ganho para a espécie invasora é uma perda para a espécie nativa. No entanto, a superioridade unilateral competitiva (e extinção de espécies nativas com populações crescentes da espécie invasora) não é a regra. [11] [12] As espécies invasoras muitas vezes coexistem com as nativas por um tempo prolongado, e, gradualmente, a capacidade competitiva superior da espécie invasora se torna aparente; assim, sua população cresce mais e torna-se mais densa, adaptando-se ao novo ambiente.

Uma espécie invasora pode ser capaz de utilizar os recursos que outrora estavam indisponíveis para espécies nativas, tais como fontes de água profundas (que podem ser acessados ​​por uma raiz mais longa, por exemplo) ou habilidade de viver em tipos de solo previamente desabitadas. Por exemplo, Aegilops triuncialis foi introduzido na Califórnia em solos de serpentina, que têm baixa retenção de água, baixos níveis de nutrientes, uma relação alta de magnésio/cálcio e possível toxicidade por metal pesado. Populações vegetais nesses solos tendem a apresentar baixa densidade, mas A. triuncialis pode formar densos aglomerados sobre este solo, expulsando espécies nativas que não se adaptaram bem ao mesmo. [13]

A facilitação ecológica ocorre quando uma espécie altera seu ambiente utilizando substâncias químicas ou manipulando fatores abióticos, permitindo o crescimento de sua população, enquanto torna o ambiente menos favorável às espécies concorrentes. Um mecanismo facilitador é a alelopatia, também conhecida como a competição química ou por interferência. Na alelopatia, uma planta secreta substâncias químicas que tornam o solo circundante inabitável, ou pelo menos inibitório, às espécies concorrentes.

Exemplos disto são duas espécies de Centaurea (gênero de plantas herbáceas): Centaurea solstitialis e Centaurea diffusa. Estas plantas nocivas do Leste Europeu se espalharam através dos estados do oeste e costa leste dos Estados Unidos. Experiências mostram que a 8-hidroxiquinolina, uma substância química produzida na raiz de C. diffusa, tem um efeito negativo apenas em plantas que não co-evoluíram com ela. Plantas nativas que coevoluíram com essa espécie também desenvolveram defesas. C. diffusa e C. solstitialis não aparecem em seus hábitats nativos como competidoras de grande sucesso. O sucesso ou insucesso em um habitat não implica sucesso em outros locais. Por outro lado, examinando hábitats em que uma espécie é menos bem sucedida, pode revelar novas armas para vencer a invasão. [14] [15]

 
Centaurea solstitialis, espécie invasora dos Estados Unidos
 
Centaurea diffusa, espécie invasora dos Estados Unidos

Mudanças nos regimes de fogo são outra forma de facilitação. Bromus tectorum, originária da Eurásia, é altamente adaptada ao fogo. Ela não só se espalha rapidamente após a queima, mas também aumenta a frequência e intensidade (calor) de incêndios, fornecendo grandes quantidades de detritos secos durante a época de queimadas no oeste da América do Norte. Em áreas onde é amplamente distribuída, B. tectorum alterou o regime de fogo local tanto que as plantas nativas não podem sobreviver aos incêndios constantes, permitindo a B. tectorum ampliar ainda mais sua distribuição e manter seu domínio na faixa em que foi introduzida. [16]

A facilitação ocorre também quando uma espécie modifica fisicamente um habitat de maneiras vantajosas para outras espécies. Por exemplo, mexilhões-zebra aumentam a complexidade do habitat em assoalhos de lagos, proporcionando fendas onde vivem invertebrados. Este aumento na complexidade, juntamente com a nutrição fornecida pelos resíduos alimentares do mexilhão, possibilita o aumento da densidade e diversidade de comunidades de invertebrados bentônicos. [17]

Mecanismos baseados em Ecossistema editar

Em ecossistemas, a quantidade de recursos disponíveis, e até que ponto esses recursos são usados ​​por organismos, determina os efeitos de outras espécies no ecossistema. Em ecossistemas estáveis​​, existe equilíbrio na produção e utilização dos recursos disponíveis. Estes mecanismos descrevem uma situação na qual o ecossistema sofreu perturbações que altera a natureza fundamental do ecossistema: [18]

Quando mudanças ocorrem, como um incêndio florestal, por exemplo, a sucessão natural favorece gramíneas nativas. Uma espécie introduzida que pode se espalhar mais rápido do que as plantas nativas pode utilizar recursos que estariam disponíveis e esgotá-los. Nitrogênio e fósforo são frequentemente fatores limitantes nessas situações. [19]

Toda espécie ocupa um nicho em seu ecossistema nativo; algumas espécies ocupam diversos papéis, enquanto outras são altamente especializadas. Algumas espécies invasoras ocupam nichos que não são utilizados ​​por espécies nativas, e elas também podem criar novos nichos.

Mudanças nos ecossistemas podem alterar a distribuição das espécies. Por exemplo, efeitos de borda descrevem o que acontece quando parte de um ecossistema é perturbado, como por exemplo, quando a terra é desmatada para a agricultura. O surgimento da fronteira entre o habitat intacto e a terra recém aberta constitui um habitat diferente e implica, por exemplo, que espécies que não prosperariam fora do habitat limite se estabeleçam.

Ecologia editar

Espécies Invasoras Nativas editar

Apesar de espécies invasoras serem tipicamente introduzidas por ação humana em um ambiente, algumas espécies nativas podem, sob influência de eventos como longo intervalo entre chuvas ou modificações do habitat por ação antrópica, aumentar em número e no alcance de sua população, tornando-se invasoras pela expansão a novas áreas, e causando perturbação no balanço de espécies nessa novas áreas.

O aumento e decréscimo da densidade de uma população, acompanhados pela expansão ou redução de seu alcance, são eventos naturais.

 
Sagui de tufos-brancos (Callithrix jacchus), nativo do nordeste brasileiro, mas invasor no Rio de Janeiro

Um bom exemplo de espécie invasora nativa é a presença do mico-estrela no Rio de Janeiro. Duas espécies foram introduzidas, o sagüi-de-tufos-brancos (Callithrix jacchus), nativo do nordeste Brasileiro e o sagüi-de-tufos-pretos (Callithrix penicillata), nativo dos Estados de Goiás, São Paulo, Minas Gerais e interior da Bahia. Apesar de serem nativos do Brasil, sua presença no estado do Rio de Janeiro não é natural. As espécies encontraram nesse local condições favoráveis para se estabelecerem e hoje ameaçam a fauna nativa da região, como o mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia). [20]

Características de ecossistemas invadidos editar

Em 1958, Charles S. Elton afirmou que ecossistemas com alta diversidade de espécies estão menos sujeitos a espécies invasoras, devido à pequena quantidade de nichos disponíveis. Tempos depois, ecólogos indicaram ecossistemas altamente diversificados, mas com alta concentração de invasoras, e argumentaram que ecossistemas com alta diversidade de espécies são, na realidade, mais suscetíveis à invasão.

Este debate permaneceu sem solução até 2011. Sabe-se hoje que estudos em pequena escala tendem a mostrar uma relação negativa entre diversidade e invasão, enquanto que estudos em larga escala tendem a mostrar o contrário. Este último resultado pode ser um efeito colateral da capacidade dos invasores de aproveitar o aumento da disponibilidade de recursos e da existência de interações mais fracas entre espécies, que são mais comuns quando grandes amostras são consideradas.

A bioinvasão tem maior probabilidade de acontecer em ecossistemas que são similares ao local onde o potencial invasor evoluiu [21]. Ecossistemas insulares parecem ser mais propensos à invasão porque suas espécies enfrentam competidores e predadores menos fortes, ou porque a distância a partir de populações de espécies colonizadoras os torna mais propensos a ter nichos “abertos” [22]. Um exemplo desse fenômeno foi a dizimação de populações de aves nativas da Ilha de Guam pela cobra marrom de árvores Boiga irregularis [23]. Em ecossistemas com bioinvasores, a ausência de competidores e predadores naturais, que reprimem o crescimento dos invasores em seus ecossistemas nativos, pode afetar as populações locais, como ocorreu com as aves de Guam.

Ecossistemas invadidos podem ter experimentado perturbações, tipicamente induzidas pelo homem [7]. Essas perturbações podem dar às espécies invasoras uma chance para se estabelecerem com pouca competição por parte das espécies nativas menos adaptadas a ecossistemas perturbados [9].

Vetores editar

 
Caramujo-gigante-africano (de nome científico Achatina fulica), uma das mais difundidas espécies invasoras no Brasil

A grande maioria de bioinvasões está associada a atividades humanas, mas pode estar relacionada a outros tipos de vetores, incluindo vetores biogênicos. O aumento da distribuição natural é comum em muitas espécies, mas a taxa e a magnitude do aumento mediado pelo homem tendem a ser muito maiores que o natural.

Humanos carregam espécies por distâncias maiores que as forças naturais [24]. Como exemplo, podemos citar a introdução do rato do pacífico na Polinésia por humanos pré-históricos, que ocorreu na pré-história [25].

A ação humana não intencional atua, por exemplo, através da importação de plantas ou sementes para a horticultura, do comércio de animais de estimação, do transporte clandestino de organismos, do tráfico de animais silvestres, e através da água de lastro de navios. Mexilhões-zebra de água doce, nativos do Mar Negro, Caspian e Azov provavelmente alcançaram os Grandes Lagos via água de lastro de navios transoceânicos [26].

Espécies também têm sido introduzidas em ambientes intencionalmente. O caracol Achatina fulica, por exemplo, foi inicialmente introduzido no Brasil como alternativa econômica ao escargot, Helix aspersa. O fracasso nas tentativas de comercialização levou os criadores, por desinformação, a soltar os caracóis que rapidamente se tornaram uma praga dada sua rápida reprodução e ausência de predadores naturais. Atualmente, podem ser encontrados por todo o país, inclusive no litoral.

Impactos de incêndios florestais editar

Espécies invasoras geralmente exploram as perturbações de um ecossistema (incêndios florestais, estradas e trilhas) pra colonizar uma área. Grandes incêndios florestais são capazes de esterilizar o solo ao mesmo tempo em que disponibilizam uma grande variedade de nutrientes [19]. No ambiente sem vida, espécies anteriormente dominantes perdem sua vantagem, deixando maior espaço para espécies invasoras. Nessas circunstâncias, plantas que geralmente podem se regenerar a partir de suas raízes tem vantagem. As não-nativas com esta habilidade podem se beneficiar de uma baixa intensidade de queimadas que removam a superfície da vegetação, fazendo com que espécies nativas que dependam de sementes para propagação achem seus nichos ocupados quando suas sementes finalmente brotam [16].

Impacto da supressão de incêndios florestais no espalhamento editar

Incêndios florestais geralmente ocorrem em áreas remotas, onde há a necessidade de que equipes de combate a incêndios viagem e percorram a floresta intocada para chegar ao local. As equipes podem trazer sementes invasoras com elas. Se qualquer semente clandestina se estabelecer, uma colônia próspera de invasores pode se disseminar em menos de seis semanas, após as quais o controle do surto pode levar anos de contínua atenção para prevenir futuros espalhamentos. Além disso, a perturbação da superfície do solo, como o corte de contrafogos, destruição da cobertura nativa e exposição do solo, pode acelerar invasões.

Veículos de supressão do fogo são geralmente os culpados nesses surtos, já que os veículos são conduzidos em estradas secundárias, muitas vezes cobertas por espécies de plantas invasoras. O trem de pouso dos veículos se torna o principal meio de transporte. Em resposta, em grandes incêndios, estações de lavagem “descontaminam” os veículos antes de entrar nas atividades de supressão ao incêndio. Grandes incêndios florestais atraem bombeiros de localidades remotas, aumentando ainda mais o potencial de transporte de sementes.

Impactos editar

Ecológico editar

O desmatamento e a ocupação humana são uma ameaça a espécies nativas. Hábitats que sofreram perturbações estão sucetíveis à bioinvasão que, por sua vez, geram efeitos adversos nos ecossistemas que incluem mudança em funções e serviços ecossistêmicos.

 
Ae'Ae (Bacopa monieri).

Uma espécie vegetal invasora, típica de áreas úmidas do Havaí, conhecida como ae’ae (Bacopa monnieri), é considerada uma praga em refúgios artificias de pássaros porque ela rapidamente cobre pântanos, interferindo no desenvolvimento de um pernilongo havaiano (Himantopus mexicanus knudseni) e fazendo com que estas áreas se tornem locais de alimentação indesejáveis ​​para os pássaros.

Sucessivas introduções de espécies podem ter efeitos interativos, cumulativos ou não. A introdução de uma segunda espécie de planta não-nativa, nesse caso, impede o florescimento de ae’ae. Esse é um exemplo de controle biológico realizado via espécies não nativas.

Espécies Invasoras podem alterar funções originais dos ecossistemas. Por exemplo, plantas bioinvasoras podem alterar o regime de fogo, a ciclagem de nutrientes e a hidrologia de ecossistemas nativos [27]. Espécies invasoras que são proximamente relacionadas com espécies nativas ainda possuem a capacidade de formar espécies híbridas. Os efeitos nocivos da hibridação incluem o declínio e extinção de espécies nativas [28] [29].

Econômico editar

Benefícios editar

Espécies não-nativas podem representar benefícios à economia. Ostras asiáticas, por exemplo, são melhores filtradoras, crescem mais rápido e resistem a doenças melhor do que as nativas. Devido a essas características, biólogos consideram lançar estes moluscos na Baía de Chesapeake para ajudar a restaurar populações de ostras e eliminar a poluição. Um estudo recente da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins descobriu que a ostra asiática pode beneficiar significativamente a qualidade da água deteriorada da baía. [30]

Oportunidades Econômicas editar

Algumas invasões podem oferecer potenciais benefícios comerciais. Por exemplo, a carpa prateada e a carpa comum podem ser exploradas para a alimentação humana e exportadas para mercados que já estão familiarizados com o produto, ou transformadas em alimentos para animais.

Custos editar

Custos econômicos de espécies invasoras podem ser separados em custos diretos, com a perda de produção na agricultura e silvicultura, e os custos de gestão. Só nos EUA, os prejuízos estimados, e o custo do controle de espécies invasoras, representam mais de 138 bilhões de dólares anualmente. [31]. As perdas econômicas também podem ocorrer através da perda de receitas de lazer e turismo. [32] Quando os custos econômicos das invasões são calculados como a perda de produção e custos de gestão, eles são baixos porque eles não consideram os danos ambientais; se nos valores monetários fossem considerados extinção de espécies, perda de biodiversidade e perda dos serviços ecossistêmicos, os custos de impactos de espécies invasoras aumentariam drasticamente [31] Os seguintes exemplos de diferentes setores da economia demonstram o impacto das invasões biológicas:

Agricultura editar

Espécies invasoras podem reduzir a produção, apesar de também poderem fornecer nutrientes essenciais. Algumas ervas daninhas profundamente enraizados podem extrair nutrientes de regiões mais fundas do subsolo e depositá-los no solo mais superficial, enquanto outras fornecem habitat para insetos benéficos e/ou fornecem alimentos para as espécies pragas. Muitas espécies de plantas daninhas são introduzidas acidentalmente, por acompanharem sementes e material vegetal importado. Muitas ervas daninhas introduzidas em pastagens competem com as plantas forrageiras nativas, ameaçam bovinos jovens (por exemplo, Euphorbia esula) ou são intragáveis ​​por causa dos espinhos (por exemplo, Centaurea solstitialis). Perda por competição com ervas daninhas invasoras em pastagens eleva-se a cerca de US$ 1 bilhão apenas nos EUA. [31] Queda em serviços de polinização e perda de produção de frutos tem causas na infecção de abelhas pelo ácaro invasor chamado varroa. Ratos introduzidos (Rattus rattus e Rattus norvegicus) tornaram-se pragas sérias em fazendas, destruindo grãos armazenados. [31]

Engenharia Florestal editar

A introdução acidental de espécies pragas de florestas e patógenos de plantas podem mudar a ecologia florestal e prejudicar a indústria madeireira. O cerambicídeo asiático, Anoplophora glabripennis, foi introduzido pela primeira vez nos EUA em 1996, e estima-se que infectou e danificou milhões de hectares de árvores de madeira de lei. Em 2005, 30 milhões de dólares foram gastos em tentativas de erradicação desta praga e proteção de milhões de árvores nas regiões afetadas. [31]

Na América do Norte, o hemíptera Adelges tsugae causou danos em vastas florestas de abetos e espruces, prejudicando a indústria de árvores de natal. [33] Os fungos causadores do cancro-do-castanheiro (Cryphonectria parasitica) e da grafiose, ou doença holandesa do ulmeiro, (Ophiostoma novo-ulmi) são dois patógenos de plantas com sérios impactos nessas duas espécies e na saúde da floresta. [34]A erva-alheira (Alliaria petiolata) é uma das mais problemáticas espécies de plantas invasoras nas florestas do leste da América do Norte. As características da erva-alheira são levemente diferentes das plantas nativas, o que resulta em um maior sucesso da espécie, alterando a composição e a função das comunidades de plantas nativas que invadem. Quando a erva-alheira invade o sub-bosque de uma floresta, afeta a taxa de crescimento das plântulas, deixando a floresta suscetível a futuros impactos em sua regeneração e composição.

Turismo e recreação editar

Espécies invasoras podem impactar a recreação ao ar livre, como pescar, caçar, caminhar, observação de animais na natureza e atividades aquáticas. Elas podem causar danos a uma ampla gama de serviços ambientais que são importantes para a recreação, como quantidade e qualidade da água, diversidade de fauna e flora, e abundância de espécies.[35] Eiswerth afirma que "foram realizadas pouquíssimas pesquisas para estimar as correspondentes perdas econômicas em escalas espaciais como regiões, estados e bacias hidrográficas." A planta aquática eurasiática Myriophyllum spicatum, em regiões dos Estados Unidos, preenche lagos com seus indivíduos, prejudicando a pesca e a navegação.

Saúde editar

A invasão de seres humanos em ecossistemas outrora longínquos expôs doenças exóticas, tal como a AIDS, para a população em geral. [31] Aves introduzidas (e.g. pombos), roedores e insetos (e.g. mosquito, pulga, piolho e tsé-tsé) podem servir de vetores e reservatórios de diversas enfermidades humanas. Ao longo da história, epidemias de doenças humanas como malária, febre amarela, tifo, e peste bubônica, foram espalhadas através destes vetores.[36] Um exemplo recente de uma doença introduzida é a propagação do Vírus do Oeste do Nilo, que matou seres humanos, aves, mamíferos e répteis. [37] Agentes de doenças por meio d’água, como a bactéria da cólera (Vibrio cholerae), e agentes causadores da eflorescência algal, são geralmente transportados por água de lastro. Espécies invasoras e esforços no acompanhamento de controle das pragas podem ter implicações para a saúde pública a longo prazo. Por exemplo, pesticidas aplicados para tratar uma espécie praga específica poderiam poluir o solo e a água superficial. [31]

Biodiversidade editar
 
A abelha africana (Apis mellifera) foi introduzida no Brasil por iniciativa governamental, a fim de aumentar a produção de mel do país e espalhou-se rapidamente por toda a América do Sul.

Invasão biológica é considerada uma das cinco principais forças para perda de biodiversidade global e está aumentando devido ao turismo e à globalização. Isto pode ser particularmente verdade em sistemas de água doce inadequadamente regulamentados, apesar de regras de quarentenas de água de lastro terem melhorado a situação.[38] Espécies invasoras podem levar espécies nativas à extinção pelo princípio da exclusão competitiva, deslocamento de nicho, ou hibridização com espécies nativas. Portanto, além de suas implicações econômicas, invasões biológicas podem resultar em grandes mudanças na estrutura, composição e distribuição global da biota nos locais de introdução, levando, finalmente, à homogeneização da fauna e flora e à perda de biodiversidade.[39] No entanto, é difícil atribuir inequivocamente extinções a uma invasão de espécies, e os poucos estudos científicos que o fizeram foram da área de zoologia. Preocupações sobre impactos de espécies invasoras na biodiversidade devem, portanto, considerar a real evidência (ecológica ou econômica), em relação ao risco potencial.

Poluição genética editar

Espécies nativas podem ser ameaçadas de extinção através do processo de poluição genética. [40] A poluição genética é a hibridização acidental, ou introdução, que leva à homogeneização ou à substituição dos genótipos das espécies, buscando, como resultado, uma vantagem numérica ou adequação das espécies introduzidas. [41]

A poluição genética pode atuar através da introdução ou da modificação do habitat, trazendo espécies, anteriormente isoladas, ao contato. Híbridos gerados da procriação de espécies raras com espécies mais abundantes podem inundar todo o patrimônio genético raro, conduzindo à extinção das espécies nativas. Isto nem sempre é visível por observações morfológicas. Algum grau de fluxo gênico é natural e preserva genes e genótipos.[42] [43] Um exemplo disso é o acasalamento de coiotes migratórios (Canis latrans) com os lobos-vermelhos (Canis rufus) em áreas do leste de Carolina do Norte, onde o lobo-vermelho foi reintroduzido.

Avaliação Biogeográfica editar

Estágio Característica
0 Possui propágulos na região nativa
I Disseminando
II Introduzida
III Pequena distribuição e numericamente rara
IVa Ampla distribuição, mas rara
IVb Pequena distribuição, mas predominante
V Ampla distribuição e predominante

Na tentativa de evitar um vocabulário ambíguo, subjetivo e pejorativo que acompanham discussões sobre espécies invasoras, inclusive em artigos científicos, Colautti e MacIsaac propuseram um novo sistema de nomenclaura baseado em princípios biogeográficos invés de taxonômicos [44]. O modelo é focado em fatores ecológicos e procura avaliar populações como um todo e procura (e não espécies) e, ainda, classificar cada população a partir de seu sucesso no ambiente desconsiderando taxonomia, saúde humana e fatores econômicos. Este modelo se aplica a espécies nativas e exóticas e não categoriza, automaticamente, uma introdução bem sucedida como perigosa.

Referências

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