Usuário(a):Barbarafranca/Testes

MÁSCARA FACIAL NA PANDEMIA DE COVID-19

editar

Durante a pandemia de Covid-19 medidas de combate foram tomadas e entre elas estava o uso de máscara facial. A princípio a OMS recomendava a utilização de máscaras somente para trabalhadores da área da saúde com infecção ou suspeita confirmada de Covid-19, já para indivíduos assintomáticos não era recomendado o uso pela OMS, por não haver evidências comprovadas da sua efetividade na redução da transmissão do vírus. A partir do momento que estudos a respeito dos diversos tipos de máscaras como barreira eficaz para barrar a transmissão às autoridades passam a recomendar o uso.[1]

A preocupação com a eficiência dos equipamentos de proteção individual (EPI) para a prevenção da propagação da infecção respiratória pelo vírus- SARS-coV-2, via gotículas e/ou aerossol, tornou-se um grande desafio frente à pandemia da Covid-19.[2] No Brasil, esse cenário colaborou para a escassez de máscaras cirúrgicas e médicas, situação que levou o Ministério da Saúde a recomendar, no dia 2 de abril de 2020, o uso de máscaras de tecido caseiras.[3]

Sobre os diferentes tipos de tecidos utilizados na confecção de máscaras caseiras (pano, suéter, camiseta, toalha, cachecol)[4] vários estudos[4] indicam a eficácia na proteção respiratória de aerossol polidispersos. As máscaras de tecidos apresentam níveis de penetração instantânea entre 40–90% em função do baixo desempenho de filtragem por não serem projetadas para proteção respiratória. Essas máscaras de tecido fornecem proteção ao usuário contra partículas de aerossóis submicrônicas ( são secreções respiratórias de 200nm a 5μm de diâmetro que são transportadas pelo ar), mas podem servir de lembrete para que as pessoas não coloquem suas mãos na boca ou nariz. A filtração de uma máscara de tecido depende da proximidade dos fios, número de camadas e o tipo de tecido. É importante ressaltar que as máscaras de tecido possuem menor segurança por serem mais soltas, aliás, sua reutilização pode levar a contaminação principalmente após muitas lavagens, e eventuais desconfortos podem reduzir a sua adesão. Os patógenos respiratórios presentes na superfície externa de máscaras usadas contribuem para a auto contaminação e este risco aumenta com o tempo de duração do uso.[5]

Máscaras cirúrgicas São as confeccionadas com tecido-não-tecido (TNT),  geralmente com duas a três camadas, interna e externa, além de um elemento filtrante e são descartáveis. São capazes de filtrar cerca de 89% das partículas, porém seu efeito diminui com o passar do tempo em decorrência da absorção da umidade das gotículas de saliva da boca. Recomenda-se trocar a máscara após 4 horas de uso por uma nova. Algumas pessoas também optam por usar duas máscaras cirúrgicas de uma vez para aumentar a proteção.[5]

Os respiradores (máscaras N95, N99, N100, PFF2 ou PFF3) oferecem 50 vezes mais proteção que máscaras caseiras, possuem eficácia mínima de 95% na filtração de partículas com até 0,3μm.[6] Possuem maior capacidade de vedação se comparada aos outros tipos de máscaras. Por possuírem uma estrutura mais rígida com uma haste metálica de ajuste no nariz, impede que o ar entre pelas laterais.[5]

A eficácia do uso de máscaras faciais está ligada ao uso correto. Vale lembrar que antes de colocar ou retirar a máscara é necessário lavar as mãos com água e sabão ou utilizar álcool 70°. E sempre maneja-las pelas extremidades e não pela parte frontal ou interna da máscara. Seu uso incorreto pode causar contaminação.[7] Para qualquer tipo de máscara é necessária sua troca quando estiver úmida ou apresentar desgaste. O descarte deve ser feito em  uma sacola totalmente vedada no caso de máscaras de uso pessoal.  No caso das máscaras cirúrgicas e respiradores (como PFF2 e N95) e similares podem ser reutilizadas após 3 a 4 dias sem uso mas devem ser expostas a ambientes com ventilação após a utilização. As máscaras de tecido devem ser lavadas após o uso com água e sabão. Nas máscaras cirúrgicas e nos respiradores não é recomendado o uso de água e sabão nem álcool.[7][8]

O descarte dos três tipos de máscara deve ser feito em lixo comum em dois sacos plásticos, um dentro do outro. Caso a pessoa esteja contaminada com o vírus, o saco plástico deve estar sinalizado com a frase “RISCO DE CONTAMINAÇÃO”.[9]

  1. Garcia, Leila Posenato (22 de abril de 2020). «Uso de máscara facial para limitar a transmissão da COVID-19». Epidemiologia e Serviços de Saúde. ISSN 1679-4974. doi:10.5123/S1679-49742020000200021. Consultado em 27 de outubro de 2021 
  2. «Pneumonia of unknown cause – China». www.who.int (em inglês). Consultado em 27 de outubro de 2021 
  3. «Ministério da Saúde - Governo Federal do Brasil». Ministério da Saúde. Consultado em 27 de outubro de 2021 
  4. a b «Simple Respiratory Protection—Evaluation of the Filtration Performance of Cloth Masks and Common Fabric Materials Against 20–1000 nm Size Particles». The Annals of Occupational Hygiene. 28 de junho de 2010. ISSN 1475-3162. PMC PMC7314261  Verifique |pmc= (ajuda). PMID 20584862. doi:10.1093/annhyg/meq044. Consultado em 27 de outubro de 2021 
  5. a b c «As lições de estudo da USP sobre quais máscaras mais protegem da covid-19». BBC News Brasil. Consultado em 27 de outubro de 2021 
  6. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Nota técnica GVIMS/GGTES/ANVISA Nº 04/2020 -Orientações para serviços de saúde: medidas de prevenção e controle que devem ser adotadas durante a assistência aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). Disponível em:  <http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/271858/ Nota+T%C3%A9cnica+n+04-2020+GVIMS-GGTES-ANVISA-ATUALIZADA/ab598660-3de4-4f14-8e6f-b9341c196b28> Acesso em: 10 out. 2021.
  7. a b Neto, Antonio Rosa de Sousa; Freitas, Daniela Reis Joaquim de (10 de julho de 2020). «UTILIZAÇÃO DE MÁSCARAS: INDICAÇÕES DE USO E MANEJO DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19». Cogitare Enfermagem (0). ISSN 2176-9133. doi:10.5380/ce.v25i0.72867. Consultado em 27 de outubro de 2021 
  8. Lima, Magda Milleyde. «Cloth face masks to prevent Covid-19 and other respiratory infections.». Revista Latino-Americana de Enfermagem 
  9. «Máscaras: é importante usar e saber como descartar». Instituto Akatu. 4 de fevereiro de 2021. Consultado em 27 de outubro de 2021