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Rua Direita de Angra

A Rua Direita se expandiu de forma racional e adaptada a geomorfologia local[1], seguindo perpendicular a costa da cidade. Foi projetada tendo 11 metros de largura e se estende por um pouco mais de 250 metros, sendo transpassada apenas por 3 travessas estreitas de 3 metros de largura[2]. Possui início na freguesia de São Bento, passa pela Praça Velha, dá entrada ao porto e às portas da cidade e segue abraçando a Igreja da Misericórdia.

A Rua Direita de Angra do Heroísmo foi pensada para ser um equipamento urbano, o espaço público principal da cidade que foi vital para a cidade durante todo o século XVI[2]. Tornou-se em uma rua que organizava a cidade por inteiro; ao longo dela foram acontecendo as mais variadas atividades, cívicas, religiosas, militares, financeiras, comerciais e residenciais. Aproveitando-se desse crescimento, foram construídos edifícios da administração pública em um rossio próximo, com o intuito do Estado se manter no centro das atividades da cidade.

Contrastando com a malha regular da cidade, ao longo da rua vão aparecendo largos e ruelas com desenhos não ortogonais, que trazem características medievais para essa urbanização[1].

A rua abordou várias funções que seriam no futuro designadas às praças programadas. Como rua principal, possuía todos os equipamentos urbanos funcionais para a vida no século XV, com exceção da igreja matriz[2]. Ruas Direitas com conformidades parecidas são encontradas no centro de grandes cidades portuguesas, tais como Porto e Lisboa [3].   

  1. a b FERNANDES, José Manuel. Angra do Heroísmo no quadro das “Cidades de Paisagem” Portuguesas medievo-renascentistas. Revista de História da Arte – Cidades Portuguesas Património da Humanidade, Lisboa, v. nº 04, p. 212-231, 2007.
  2. a b c LEITE, Antônia Reis. A Fundação de Angra da Ilha Terceira. Programas e práticas urbanísticas na construção de um porto atlântico (Séc. XVI). 2016. 20f. Dissertação de Pós-Doutorado. 2016
  3. CARITA, Helder. Lisboa Manuelina e a formação de modelos urbanísticos da época moderna (1495‐1521). Lisboa: Livros Horizonte, 1999.