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Norma Grinberg

Norma Grinberg e sua obra na exposição Perpétuo Movimento, no Museu Oscar Niemeyer (MON Curitiba, 2023).

Norma Grinberg (Norma Tenenholz Grinberg, Cochabamba, Bolívia, 1951) é uma artista visual, ceramista e pesquisadora, naturalizada e radicada em São Paulo, Brasil, desde 1959.

Formação e atuação acadêmica

Sua formação acadêmica inclui Licenciatura em Artes Plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP - 1974), com Mestrado (1994) e Doutorado (2000) em Poéticas Visuais pela Universidade de São Paulo (USP) Brasil, onde atualmente é docente sênior da graduação e pós-graduação, no Departamento de Artes Plásticas da Escola de Comunicações e Artes (ECA-CAP-USP).

Desde 2010 é membro da Academia Internacional de Cerâmica (IAC), com sede na Suíça.

Entre outras atividades, Norma Grinberg desenvolve pesquisa sobre a cerâmica como meio de expressão artística, tendo sido coordenadora do Grupo Terra, grupo de pesquisa na Universidade de São Paulo, que investigou a “produção de massas cerâmicas com características visuais diversas para utilização em trabalhos artísticos de pequeno e grande porte”.

Obra

Em painéis, esculturas e objetos, o trabalho de Norma Grinberg reflete no espaço uma trajetória de experiência prática e pesquisa estética.

Sua proposta estética é uma atualização de linguagem, inspirada no Concretismo, na Bauhaus e no Minimalismo, com a incorporação das instalações e do Site Specific, em voga na Arte Contemporânea e seus desdobramentos, como intervenções no espaço arquitetônico.

Voos - Instalação de Norma Grinberg no Museu Oscar Niemeyer (MON Curitiba). Parte da exposição Perpétuo Movimento, 2023.

Os materiais utilizados pela artista são diversos: cerâmica, argamassa armada, metais, areia, papel, plásticos e outros. Porém, é com a cerâmica que a artista cria a maior parte de seus trabalhos, buscando resgatar as suas potencialidades estéticas e artísticas, assim como transgredir seus limites.

Norma Grinberg produz formas modulares, que encaixadas adquirem variadas configurações e remetem à produção industrial. São formas abstratas e geométricas, geralmente monocromáticas, que dialogam com a tradição construtivista. Na década de 1980 esses módulos são multiplicados, decompostos e recompostos, criando composições com base em cortes, interferências, aglomerações, justaposições, em que uma obra se origina a partir de outra.

Por ocasião de seu Mestrado, realizou a instalação Humanóides, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, Brasil. Nesta pesquisa, a artista modela figuras cerâmicas que sugerem formas humanas, se inspirando em padrões figurativos da civilização Cicládica:

"O trabalho surgiu da releitura dos homens semideuses mitológicos da Grécia arcaica. Mais especificamente os das figuras monolíticas votivas das ilhas Cicládicas (3200 A.C.). (...) Os humanóides, como o módulo, não possuíam sustentação na vertical, mas tinham características humanas: longilíneos, esguios, verticalizados, góticos, como que transcendentes, quase sem matéria."

Humanóides: Transmutações da Forma e da Matéria - Norma Grinberg

Como um desdobramento de sua pesquisa, no Doutorado, tomou o elemento Arco e o aprofundou na tese Lugar com Arco, que originou um trabalho de intervenção no espaço público da Universidade de São Paulo. A obra, que evoca referências ancestrais acerca do “Arco” como construção e espaço de passagem, assume nesse caso outro valor estético que é a ampliação monumental de uma peça cerâmica, passando por questões de adaptação e diálogo com áreas como a Arquitetura e História.