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Classificação editar

 Ver artigo principal: Lista de cetáceos

Histórico editar

O nome Cetacea foi usado pela primeira vez em 1762 por Mathurin Jacques Brisson em seu livro "Regnum animale in classes IX. distributum, sive, Synopsis methodica", para classificar animais marinhos descritos como tendo corpo alongado e sem pelos, com nadadeiras carnosas e cauda horizontalmente achatada, que respiram por meio de pulmões, que apresentam um coração dividido em dois ventrículos e cujas fêmeas vivíparas alimentam seus filhotes com leite[1]. Em 1864, John Edward Gray propôs formalmente os nomes “Denticete” e “Mysticete” para se referir aos cetáceos com e sem dentes[2], respectivamente, e, em 1867, William Henry Flower propôs os nomes “Odontoceti” e “Mystacoceti” para os mesmos grupos[3]. Por fim, em 1883, Flower também propôs o nome Archaeoceti para se referir às espécies fósseis de Cetacea[4][5].

Taxonomia editar

Ordem Artiodactyla (=Cetartiodactyla) Owen, 1848

Subordem Whippomorpha (=Cetancodonta) Waddell et al. 1999

Infraordem Cetacea Brisson, 1762

Cladística editar

 
A baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae) é um exemplo de Mysticeti.

Em termos cladísticos, Cetacea é um clado e é tradicionalmente considerado um grupo-total que inclui as parvordens Odontoceti e Mysticeti, além de todos os animais extintos mais próximos dessas parvordens que de qualquer outro animal vivo. Tanto Mysticeti quanto Odontoceti também são considerados clados e grupos-totais[6] e, juntos, formam o clado Neoceti, o grupo-coroa de Cetacea. A antiga infra-ordem Archaeoceti agrupava todos os animais extintos pertencentes a Cetacea, mas não a Neoceti[5]. No entanto, Archaeoceti hoje é considerada um grupo parafilético composto das linhagens-ramo ("stem-groups") de Cetacea[7]. Em 2009, Spaulding et al. propôs que o nome “Cetacea” fosse usado para se referir apenas ao grupo-coroa, o que o tornaria sinônimo de Neoceti, e que o nome Cetaceamorpha fosse usado para o grupo total[8], mas o nome depende da aceitação da comunidade taxonômica.

O cladograma à seguir é baseado nas análises de Spaulding et al. (2009)[8] e Zurano et al. (2019)[9], feitas com dados moleculares e anatômicos, e apresenta as mais prováveis relações evolutivas entre as famílias com espécies vivas de Cetacea, ou seja, as famílias pertencentes ao clado Neoceti:

 
Orcas (Orcinus orca) são um exemplo de Odontoceti.
Neoceti
Mysticeti

Balaenidae (Baleias-francas)

Neobalaenidae (Baleia-franca-pigmeia)

Balaenopteridae (Baleia-azul, Baleia-jubarte e afins)

Odontoceti

Physeteridae (Cachalote)

Kogiidae (Cachalotes-anãs)

Ziphiidae (Baleias-bicudas)

Platanistidae (Boto-do-Rio-Ganges)

Delphinidae (Golfinhos, Orcas e Baleias-piloto)

Monodontidae (Narval e Beluga)

Phocoenidae (Toninhas)

Lipotidae (Baiji/Boto-do-Rio-Yang-Tsé)

Pontoporiidae (Franciscana/Boto-do-Rio-da-Prata)

Iniidae (Boto-cor-de-rosa e afins)


Apesar de Eschrichtius robustus (baleia-cinzenta) ser tradicionalmente classificada como pertencendo à família Eschrichtiidae, análises moleculares colocam a espécie no clado Balaenoptera da família Balaenopteridae, assim como Megaptera novaeangliae (baleia-jubarte).[9] Além disso, em 2015, uma análise de Felix Marx e R. Fordyce concluiu que a baleia-franca-pigmeia é a última espécie viva da família Cetotheriidae, pertencendo à subfamília Neobaleninae[10], enquanto a classificação tradicional a coloca como a única representante da família Neobalenidae.[11]

O nome "Autoceta" também foi sugerido para Neoceti por Haeckel em 1866, mas é um nome pouco lembrado ou usado.[5]

As superfamílias tradicionais de Mysticeti...

  1. Brisson, Mathurin-Jacques (1762). Regnum animale in classes IX. distributum, sive, Synopsis methodica : sistens generalem animalium distributionem in classes IX, & duarum primarum classium, quadrupedum scilicet & cetaceorum, particularem divisionem in ordines, sectiones, genera & species : cum brevi cujusque speciei descriptione, citationibus auctorum de iis tractantium, nominibus eis ab ipsis & nationibus impositis, nominibusque vulgaribus. Leiden, Países Baixos: [s.n.] doi:10.5962/bhl.title.40361. Consultado em 9 de fevereiro de 2020. Cópia arquivada em 26 de janeiro de 2010 
  2. Gray, John Edward (24 de maio de 1864). «On the Cetacea which have been observed in the seas surrounding the British Islands». Londres, Reino Unido: Academic Press, [etc.] Proceedings of the Zoological Society of London. 1864: 195-248. ISSN 0370-2774. Consultado em 9 de fevereiro de 2020. Cópia arquivada em 10 de fevereiro de 2010 
  3. Flower, William Henry (1867). «Description of the skeleton of Inia geoffrensis and the skull of Pontoporia blainvillii, with remarks on the systematic position of these animals in the Order Cetacea». Transactions of the Zoological Society of London. 6: 87-116 
  4. Flower, Willian Henry (1883). «On the arrangement of the Orders and Families of existing Mammalia.». Proceedings of the Zoological Society of London. 1883: 178-186. ISSN 0370-2774 
  5. a b c Fordyce, R. Ewan (2009). «Neoceti». Elsevier (em inglês): 758–763. ISBN 978-0-12-373553-9. doi:10.1016/b978-0-12-373553-9.00178-4 
  6. Uhen, Mark D. (28 de janeiro de 2010). «The Origin(s) of Whales». Annual Review of Earth and Planetary Sciences (em inglês). 38 (1): 189–219. ISSN 0084-6597. doi:10.1146/annurev-earth-040809-152453 
  7. Fordyce, R. Ewan (2009). «Cetacean Evolution». Elsevier (em inglês): 201–207. ISBN 978-0-12-373553-9. doi:10.1016/b978-0-12-373553-9.00053-5 
  8. a b Spaulding, Michelle; O'Leary, Maureen A.; Gatesy, John (23 de setembro de 2009). Farke, Andrew Allen, ed. «Relationships of Cetacea (Artiodactyla) Among Mammals: Increased Taxon Sampling Alters Interpretations of Key Fossils and Character Evolution». PLoS ONE (em inglês). 4 (9): e7062. ISSN 1932-6203. PMC 2740860 . PMID 19774069. doi:10.1371/journal.pone.0007062 
  9. a b Zurano, Juan P.; Magalhães, Felipe M.; Asato, Ana E.; Silva, Gabriel; Bidau, Claudio J.; Mesquita, Daniel O.; Costa, Gabriel C. (15 de dezembro de 2018). «Cetartiodactyla: Updating a time-calibrated molecular phylogeny». Molecular Phylogenetics and Evolution (em inglês). 133: 256–262. doi:10.1016/j.ympev.2018.12.015. Consultado em 9 de fevereiro de 2020 
  10. Marx, Felix G.; Fordyce, R. Ewan (1 de abril de 2015). «Baleen boom and bust: a synthesis of mysticete phylogeny, diversity and disparity». Royal Society Open Science (em inglês). 2 (4). 140434 páginas. ISSN 2054-5703. PMC 4448876 . PMID 26064636. doi:10.1098/rsos.140434 
  11. «Caperea marginata Species Account». American Society of Mammalogists (em inglês). Consultado em 16 de fevereiro de 2020