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Festivais de viola caipira

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A expressão musical genuinamente brasileira é muito vasta. São diversos os gêneros musicais que caracterizam a sociedade e a própria cultura brasileira. Um desses gêneros, em especial, traduz a vida do camponês brasileiro, o ambiente e a simplicidade presente no cotidiano da sociedade rural, trata-se da música sertaneja [1]
A história deste gênero musical possui origens que se misturam com a chegada da viola portuguesa no Brasil Colônia. Segundo Ivan Vilela [1], a viola portuguesa foi o primeiro instrumento musical de cordas utilizado para o acompanhamento de canções.
A história da viola evidencia que, a cada região onde este instrumento se fizesse presente, recebia modificações regionais, tanto em termos de afinação, quanto de estrutura física e maneira de tocar. O mesmo aconteceu no Brasil, de modo que a viola portuguesa, quando foi absorvida no ambiente rural brasileiro, sofreu diversas influências que a caracterizaram como uma viola característica, de expressão brasileira, denominada Viola Caipira.
Ainda conforme Vilela [1], esse instrumento, em especial, possui uma afinação aberta, ou seja, suas cordas soltas produzem um som tônico maior, em geral o acorde Mi Maior, ou variações bemóis; além disso, muitas notas podem ser produzidas apenas com o uso de um, ou dois dedos, o que torna a maneira de tocá-lo mais simples e condizente com a simplicidade do homem do campo. Ao longo de séculos, este instrumento sofreu altos e baixos no cenário musical brasileiro, porém, nunca foi relegado ao esquecimento.
Neste sentido, e com o intuito de preservar e difundir a viola brasileira, ou viola caipira, que surgiram os eventos de viola, também chamado de festivais de viola. Estes eventos tiveram a origem relacionada aos encontros entre violeiros de uma mesma região que se reuniam para divertir o público e promover pequenas competições entre eles, sobretudo, para identificar o maior violeiro [1].
Com o tempo, essas reuniões passaram a ser organizadas para promover as melhores duplas caipira e identificar aqueles instrumentistas mais virtuosos, propagar a cultura caipira e entreter o público.
Essas festas passaram a ser promovidas por governos municipais, secretarias de cultura, instituições culturais, paróquias, entre outros. Mais recentemente e seguindos os moldes dos grandes festivais de MPB realizados no Brasil, emissoras de TV também tem organizado festivais de viola caipira.
Na história desses eventos, o intuito de sua promoção evoluiu para um objetivo, além de cultural, com foco comercial: voltado para a arrecadação financeira e promoção de cantores, duplas e trios com apelo musical popular, que acompanha a demanda do público sertanejo por temas não só relacionados ao campo, mas com a temática envolta à sexualidade, relacionamentos, movimentação corporal, danças e outros.

História da viola e dos festivais

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A viola caipira também pode ser conhecida como viola sertaneja, viola cabocla ou viola nordestina. Apesar de várias nomenclaturas encontradas no Brasil, na realidade, a viola teve sua origem em Portugal, com a chegada dos mouros à Península Ibérica. Segundo Ivan Vilela[1] , nos séculos XV e XVI, Era dos descobrimentos, a viola já era utensílio musical de grande popularidade, com grande expressão tanto na corte quanto no meio do povo. Com a mesma força que existia em Portugal, a viola veio ao Brasil. Datam do século XVI inventários que mostram a presença desses instrumentos no Brasil e sua utilização também pelos jesuítas como instrumento na catequização de índios. Combinando a musicalidade do povo português aos ritmos locais indígenas e posteriormente aos ritmos africanos, a música da viola foi adquirindo importância única na vida da sociedade brasileira no século XVI, seja nas festas religiosas, nas bandeiras ou nas viagens realizadas pelos tropeiros, a musicalidade e a viola estavam sempre presentes. Com o decorrer dos anos, foi adquirindo uma personalidade tipicamente brasileira. Já no fim do século XVII, nas cidades de Salvador e Rio de Janeiro, as festas religiosas eram consideradas urbanas. Todavia, com o projeto da Igreja Católica de romanização, que tinha como objetivo tornar seus rituais mais “puros”, desconsiderando as adaptações feitas pelo popular catolicismo, essas festividades passaram para o meio rural. Pouco a pouco, a viola foi se tornando a grande porta-voz do homem do campo no Brasil, construindo ritmos novos, como cururus, cateretês, cipós-preto, batuques, guaiano, caangos, recortados. Para Waldenyr Caldas[2] e Martins[3], a música caipira tem ligação com a música do trabalhador rural estando intimamente ligada ao cotidiano e aos rituais das comunidades do campo.[4]

Ivan Vilela[5], assim menciona:

A imensa musicalidade e criatividade deste homem rural brasileiro que, tendo as mãos duras da lida no campo com instrumentos como a foice e a enxada, dispõe as cordas de uma maneira que com um ou dois dedos ele se acompanha na maioria das músicas que compõem o seu repertório”.

A figura abaixo, obra de Almeida Junior (1899), retrata de maneira singular o cotidiano do homem do interior, no qual se inclui o gosto pela música caipira, e instrumento viola.

 
O Violeiro, Almeida Júnior (1899)

Segundo Ivan Vilela[1], foi neste contexto que ao tocador de viola ou violeiro atribuiu-se um importante papel na comunidade, pois ele participava ativamente auxiliando com seu dom e seu instrumento na animação de ofícios religiosos, folias de reis, do divino e de São Sebastião assim como nas danças de São Gonçalo e de Santa Cruz. Dada a importância do tocador, seu ofício se tornou privilégio de poucos, sendo os alunos escolhidos a dedo; contam as histórias que os aspirantes recorriam às simpatias, tamanho o anseio por ser um violeiro.
No Centro-Sul e Nordeste do Brasil, a viola passou a embalar desafios, acompanhar procissões, animar festas e danças como cateretê. Já mais especificamente na região do Vale do Paraíba, região que teve por muito tempo um desenvolvimento tipicamente rural a partir da agricultura cafeeira e da produção de leite, a cultura e música da viola caipira se propagou e se popularizou. Com o crescimento industrial e tecnológico ocorrido a partir de 1940, a região passou por uma forte migração rural-urbana. Nas últimas duas décadas, a viola caipira vem sendo um instrumento de sumo valor para as pessoas que viveram e ainda vivem estas transformações. A viola e os tradicionais encontros de viola vêm possibilitando uma combinação entre a nova geração de violeiros e a preservação de uma cultura musical predominantemente rural, que vem surgindo e crescendo nos centros urbanos.

Essa nova geração de violeiros mantém uma ligação e uma identificação intensa com o universo caipira, que resulta em uma combinação de preservação e mudanças na própria música caipira, mostrando que a diversidade possível de ser extraída da viola está ainda por ser explorada totalmente”.[6]

Para José Rogério Lopes e André Luiz da Silva[6], os lugares físicos de encontros destes violeiros como as festas de bairros, os bares na periferia, shows em praça permitem uma localização para quem gosta de tocar ou aprecia a música de viola. Entre os lugares de compartilhamento e apreciação da viola, o mais tradicional foi a religião, presente nos “rituais populares das Folias de Reis, dos Reisados, e também nos encantados ritmos profanos que embalavam os interstícios desses rituais, como a Catira, a Cana Verde, e outros cantos e danças desse pessoal”.[6]
Além disso, lugares como bares em torno de Feiras de Barganha e mercados municipais, já tradicionais locais para troca dos excedentes produzidos na zona rural, também foram amplamente utilizados para disseminação, apreciação e troca de experiências entre os violeiros da região.

Em torno dos mercados também se disputam melodias e letras, ao som de Calangos (um desafio entre cantadores, baseado em improvisos sequenciados numa série de rimas predeterminadas por um dos participantes) ou de desafios de duplas – daquelas em que uma dupla chama uma música para a outra cantar, até que uma saia ‘vencedora’ – que lembram muito as antigas barganhas que se faziam entre objetos variados, nas feiras da região. Trata-se de um jogo de reconhecimentos entre os violeiros, em que se afirma uma condição de legitimidade e de maestria no trato com o instrumento”.[6]

Desta forma, os festivais de viola surgiram naturalmente, como mais um lugar para propagação, disseminação e apreciação da música de viola. Inicialmente, estes Festivais de Viola promoviam pequenas competições regionais entre os maiores violeiros, em que o objetivo era contemplar o vencedor do desafio e divulgar a música caipira, que evidencia o camponês brasileiro, muitas vezes renegado à periferia social, mas imbuído de simplicidade, determinação, paixão e sabedoria tácita. Atualmente, os Festivais de Viola continuam a acontecer, porém adquiriram uma conotação comercial e abrangente, com o foco em revelar talentos, alegrar festas em todo o país e promover a viola caipira em diversos estilos musicais, desde o sertanejo raiz até a música erudita, no cenário nacional e internacional. A viola continua como protagonista, mas os interesses em promovê-la estão permeados pela aceitação da massa e a acumulação de capital.

Exemplo de Grandes Festivais

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Encontro Nacional de Violeiros de Poxoréu

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Local: Poxoréu, MT.
Organização: Prefeitura de Poxoréu.
Última edição: 12ª.
Data: 5 a 7 de junho de 2014.
Público: ~50.000.

Viola de Todos os Cantos

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Local: Diversas cidades na área de atuação da EPTV, afiliada da Rede Globo.
Organização: Rede Globo.
Última edição: 11ª.
Data: 09 de agosto de 2014 em Araraquara, SP.
Público: 10 milhões de telespectadores que residem nas cidades da área de atuação da EPTV.
Vencedores:

  • Categoria Regional: “Salve a Folia!”, de Adriano Sperandir e Valéria Pisauro e intérprete Adriana Sperandir, de Osório-RS.
  • Categoria Raiz: “Prece para Nossa Senhora”, de José Nilson Neves de Lima e intérpretes João Carlos e Cristian, de Limeira-SP.

Festival de Viola e Gastronomia

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Local: Piacatuba, distrito de Leopoldina, Zona da Mata de Minas Gerais.
Organização: Maria Lúcia Braga, com apoio da Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho e patrocínio da Energisa, juntamente com alguns apoiadores.
Última edição: 12ª.
Data: 30 de julho e 3 de agosto de 2014.
Público: ~35.000.
Prêmios recebidos: Prêmio Rozini de Excelência da Viola Caipira laureou a leopoldinense Maria Lúcia Braga, produtora e coordenadora do Festival de Viola e Gastronomia de Piacatuba.

Festival de Viola Caipira - Violas e Ponteios - 3ª Mostra Paulista de Viola Caipira

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Local: Salto, SP.
Organização: Governo do Estado, Secretaria de Estado da Cultura, prefeitura do município de Salto e produzido pela Organização Social Abaçaí Cultura e Arte, o Festival de Viola Caipira – Violas e Ponteios.
Última edição: 3ª
Data: 03 a 5 de dezembro de 2010.

Violeira Rose Abrão

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Local: diversas cidades, entre elas Barretos (SP), Goiânia (GO), Campo Grande (MS) e Jaú (SP) no no Festival do Peão de Barretos.
Histórico: A "Violeira" inicialmente era realizada nos bairros da cidade de Barretos, reunindo violeiros de todos os cantos. A partir do ano de 1993, a "Violeira" passou a levar o nome de "Rose Abrão", perpetuando assim, como patrono de um dos principais festivais do país, um dos maiores amigos dos violeiros de todas as regiões do Brasil.
Última Edição: 31ª
Data: 14 e 15 de agosto de 2014 em Jaú (SP).
Vencedores: Salles & Guilherme, com Segredos do Serrado.

Fest Record Sertanejo

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Local: cidades da área de atuação da TV Record Rio Preto.
Organização: V Record de Rio Preto em parceria com a produtora CIAMIDIAMIX.
Data da 1ª edição: maio de 2013 até o outubro de 2013.
Vencedores: Adriano Reis de Monte Aprazível e Cuiabá de Mirassol. Público: aproximadamente 181 cidades, e mais de 3 milhões de pessoas.

Festival de Interpretação de Música Sertaneja

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Local: Ouro Fino, MG.
Última Edição: 22ª
Data: 19 de julho de 2014.
Vencedores: João Pedro e Adriano, de São José do Rio Preto - Músicas: 1ª fase: Presente Especial - 2ª fase: Eu e Meu Pai.
Organização: Rádio Difusora Ouro Fino.
Premiação: Troféu ¨O Menino da Porteira"

Festival Voa Viola

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Local: Diversas cidades do Brasil.
Última Edição: 2ª (2011/2012).
Vencedores:

  • Tradição: Manoel de Oliveira - Mestre Manelim.
  • Dupla: J. Prado e Marcos Henrique.
  • Canção: Tietê e Passaúna.
  • Instrumental: Marcelo Loureiro.
  • Inovação: Caçapa.
  • Desafio: Chico de Assis e João Santana.

Data: Todo o ano.

Festival Sesi de Violeiros e MPB

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Local: Cidades do estado de Goiás.
Última Edição: 28ª
Data: Agosto/2009

Festival Sesc de Violeiros de Iguatu

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Local: Iguatu, CE.
Última edição: 15a
Data: 21 a 26 de outubro.

Festival Nacional de Viola de Cruzeiro dos Peixotos

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Local: Uberlândia, MG
Última edição: 3a
Data: 27 a 29 de junho de 2013.
Premiação nas Categorias: Vocal, Instrumental e Aclamação Popular.
Vencedores:

  • Catgoria Vocal: Corda no Pescoço (João Correia).
  • Instrumental: Trilhas de Minas (Aparício Ribeiro).
  • Aclamação popular: Presságio (Sidnei de Oliveira).

Circuito Syngenta de Viola Instrumental

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Local: Diversas cidades do país.
Data: Ocorre durante o ano todo.
Última edição: 2a
Vencedor: Cachorro Doido (Chico Moreira)
Realizadora: Syngenta

Revelações

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  • Kleuton e Karen: Revelados no Sesi Violeiros GO 2007.
  • Juliana Andrade e Jucimara: Reveladas no 19º Festival “Violeira Rose Abrão”, recebendo o primeiro lugar e o título de “As Melhores Violeiras do Brasil¨.
  • Rio Negro e Solimões: Revelados no Rose Abrão em 1986.

Os Festivais de Viola e Sua Tradição do Vale do Paraíba

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A região do Vale do Paraíba, no interior de São Paulo, pode ser considerada um grande celeiro de violeiros e da preservação e propagação da cultura caipira através da música.
Garcia [7] afirma que a modernização das cidades do Vale do Paraíba não representou a morte das tradições, que convivem com a modernidade presente na música, na linguagem, nos costumes, nas escolas, no fazer política e nos meios de comunicação. A moda de viola pode ser apreciada em vários lugares e ocasiões, característica que indica que o vale é diferente da metrópole, tornando-se por isso uma região alternativa, sustenta o autor.
A viola caipira é encontrada em diversos lugares na região do vale, nas festas de bairro, na roça, passando pelos bares de periferia dos centros urbanos, aos shows em praças, mercados, estações de rádios, centros culturais e salas de concerto. No entanto, os lugares físicos, como espaços concretos, são importantes somente por permitirem localizações àqueles que gostam de tocar ou ouvir o som da viola.
Os lugares que promovem encontros também são lugares de trocas, isso pode explicar porque tantos violeiros reúnem-se todos os domingos nos bares em torno das Feiras da Barganha, em Taubaté, ou no Bairro de Santana, em São José dos Campos; no mercado de Pindamonhangaba; nos bares próximos das barracas que oferecem mercadorias aos Romeiros, em Aparecida, ou ainda, quinzenalmente, no Mercado Municipal de Lorena, comandados por Hélio Moreira e João Mateiro, além de outros locais similares, em quase todas as cidades do Vale do Paraíba.
Desses encontros surgem os festivais, dos encontros descontraídos para o da exibição, do ensaio para o ‘espetáculo’, do reconhecimento para a competição. Tais oposições estão sempre presentes na sina dos violeiros que ao exibir o seu talento, compete com o talento do outro, buscando aproximar-se do reconhecimento. Os festivais acabam se tornando lugares constantes na experiência dos violeiros, pois a magia de um e de outro pode ser explorada e traduzida; o toque de outro pode ser analisado e apropriado, posteriormente.
Inúmeros festivais e encontros violeiros são encontrados por diversas cidades do Vale do Paraíba. O objetivo maior desses eventos é de consolidar a cultura caipira, aumentando sua plateia nos tempos atuais, considerando todo o contexto histórico em que essa região está associada.
Na maior parte, esses eventos são organizados pelas prefeituras juntamente com as Secretarias de Cultura, que primam por manter as tradições já existentes em cada região, mais especificamente nas cidades em que atuam. Mas, há também, Organizações associadas aos governos locais que se encarregam de preservar essa tradição, como ocorre na cidade de Cunha, em que a organização “Caminhos de Cunha” se incumbe de promover eventos relacionados à viola, como o Festival de Viola de Cunha “Canta Violeiros, e o encontro de violeiros na praça, projeto conhecido como “Viola na Praça”. Os Festivais, além de promoverem a valorização da cultura regional e o intercâmbio artístico cultural entre os artistas da região, trazem benefícios aos municípios por ser uma atração que, se divulgada e contar com boa organização, podem atrair grandes números de pessoas. Eles também corroboram para a valorização das comidas típicas, artesanatos, dentre outros aspectos culturais, que podem ser associados para enriquecer os Festivais da Viola, para que ganhe mais brilho e atraia mais pessoas.

Alguns festivais na região se destacam devido a proporção que o evento já ganhou, como por exemplo os que se encontram relacionados abaixo:

Festival de Viola Caipira de Caraguatatuba “Viola de Ouro”:

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Local: Caraguatatuba/SP
“Caraguatatuba se tornou um grande eixo da música de vários estilos e modalidades, este evento vem contribuir para aquisição de novas plateias e o crescimento da cultura popular.”
Última Edição: 3ª
Data: Todos os anos, em agosto.
Espaço do Festival: Praça Dr. Cândido Motta
Organização: FUNDACC – Fundação Cultural de Caraguatatuba

Festival da Viola de Santo Antonio do Pinhal

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Local: Santo Antonio do Pinhal/SP
“O Festival da Viola todo ano homenageia um importante violeiro do município, como uma forma de difundir a cultura caipira nos dias de hoje.”
Última Edição: 4ª
Data: Todos os anos, de setembro a outubro.

Festival da Cultura Paulista Tradicional, Vale do Paraíba

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Local: Diversas cidades do Vale do Paraíba
Última Edição: 13ª
Data: Junho a julho
Organização: Abaçaí Cultura e Arte

Festival da Viola – José Correa Cintra

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Local: Campos do Jordão, SP
“Iniciado em 1979, sob comando do inesquecível José Correa Cintra, o evento tem o intuito de fortalecer a cultura da cidade e região através de canções sertanejas inéditas e compostas por pessoas de Campos do Jordão, cidades da Serra da Mantiqueira, Sul de Minas e Vale do Paraíba.”
Última Edição: 30ª
Espaço: Espaço Cultural Dr. Além
Data: Todos os anos, em novembro.

Festival Canta Violeiro

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Local: Cunha, SP
“Resgatar as raízes musicais de Cunha, divulgar e incentivar a criação e a produção da música sertaneja”
Última Edição: 1ª
Organização: Oscip CAMINHOS DE CUNHA e PROJETO VIOLAS NA PRAÇA.

Festival de Viola “João Alegre”

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Local: Ubatuba, SP
Última Edição: 3ª

Revelações da viola e do universo caipira no Vale do Paraíba

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Conforme mencionado, o Vale do Paraíba é bastante rico na cultura caipira, sobretudo musical e, deste meio, destacam-se alguns nomes direta, ou indiretamente relacionados com a viola. Não necessariamente estes foram revelados em festivais regionais, mas são nomes importantes da música caipira regional, pois incentivam a disseminação da viola e seu universo por todo o país; são alguns exemplos:

  • Renato Teixeira: compositor e músico conhecido nacional e internacionalmente, nascido em Taubaté;
  • Braz da Viola: violeiro e luthier com forte atuação em São Francisco Xavier, distrito de São José dos Campos, fundador da Orquestra de viola Caipira de São José dos Campos;
  • Daniel Viola: violeiro e professor de viola, recentemente adquiriu notoriedade ao postar vídeos para o aprendizado da viola caipira na internet;
  • Zé Mira: violeiro, compositor, tropeiro e referência da cultura caipira no Vale do Paraíba, devido à simplicidade e propagação da cultura. Nascido em em Cristina, Sul de Minas Gerais, tornou-se ícone da cultura caipira na região de Jambeiro e São José dos Campos, através de sua simplicidade, música e criação rural.
  • Elpídio dos Santos: nascido em São Luiz do Paraitinga, compositor, poeta, músico, é um dos principais ícones musicais do Vale do Praíba. Estabeleceu grande parceria com Mazaroppi, outro ícone da cultura caipira do Vale. Grandes artistas consagrados gravaram suas composições, por exemplo Irmãs Galvão, Dircinha Costa, Elza Laranjeira, Tonico e Tinoco, Cascatinha e Inhana, Renato Teixeira, Fafá de Belem, Sérgio Reis, Almir Sater e outros. Até hoje suas músicas fazem sucesso no universo caipira.
  • Mazzaroppi: referência nacional em cultura caipira. Ator, músico, cineasta e cantor: suas características e interpretações se destacaram por ter dedicado toda vida profissional em ressaltar o homem caipira. Residiu boa parte de sua vida em Taubaté, onde hoje existe o Museu Mazzaropi.
  • Lourival dos Santos: nascido em Guaratinguetá, grande parceiro de composições com Tião Carreiro. COmpositor de músicas renomadas do sertanejo raiz: Rio de Lágrimas (Rio de Piracicaba), Pagode em Brasília, Nove e Nove entre outras.


Referências

  1. a b c d e f VILELA, 2010, "Vem viola, vem cantando".Estudos Avançados, vol.24, n.69. Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "vilela" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  2. CALDAS,1979, Acordes na aurora: música sertaneja e indústria cultural. 2. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional.
  3. MARTINS, 1975, José de Souza. “Música Sertaneja: a dissimulação na linguagem dos humilhados” In: Capitalismo e tradicionalismo. São Paulo: Livraria Pioneira.
  4. ARAÚJO, 2011, Música sertaneja, “alienação e cultura de massas”: as abordagens pioneiras da música sertaneja tradicional de Waldenyr Caldas e José de Souza Martins. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH • São Paulo.
  5. VILELA, 2004, "O caipira e a Viola"
  6. a b c d LOPES e SILVA, 2008, Sociedade e Cultura, v.11, n.2.
  7. SOUZA, Manual de Consulta - Vale do Paraíba Paulista. Vol. 1. 2009.