Usuário:JMagalhães/Notepad131

Epilepsia
JMagalhães/Notepad131
Descargas generalizadas de ponta-onda num electroencefalograma
Especialidade Neurologia
Sintomas Crises epilépticas de intensidade variável, desde convulsões vigorosas até quase imperceptíveis[1]
Duração Crónica[1]
Causas Desconhecidas, lesões cerebrais, AVC, tumores cerebrais, infeções no cérebro, doenças congénitas[1][2][3][4]
Método de diagnóstico Electroencefalograma, excluir outras possíveis causas[5]
Condições semelhantes Desmaio, abstinência alcoólica, distúrbios eletrolíticos[5]
Tratamento Medicação, cirurgia, neuroestimulação, alterações na dieta[6][7]
Prognóstico Controlável em 70% dos casos[8]
Frequência 39 milhões / 0,5% (2015)[9]
Mortes 125 000 (2015)[10]
Classificação e recursos externos
CID-10 G40-G41
CID-9 345
DiseasesDB 4366
MedlinePlus 000694
eMedicine neuro/415
A Wikipédia não é um consultório médico. Leia o aviso médico 

Epilepsia é uma perturbação neurológica caracterizada por crises epilépticas recorrentes.[11][12] As crises epiléticas são de duração e intensidade variável, desde episódios breves e praticamente imperceptíveis até longos períodos convulsivos em que o corpo se agita vigorosamente.[1] Os episódios convulsivos podem resultar em lesões físicas, incluindo fraturas ósseas.[1] Na epilepsia, as crises tendem a ser recorrentes e a não ter uma causa subjacente definida.[11] Geralmente não se considera epilepsia os casos de episódios convulsivos isolados ou casos em que possível determinar uma causa específica.[13]

A maior parte dos casos de epilepsia é de origem desconhecida.[1] Alguns casos são o resultado de lesões cerebrais, AVC, tumores cerebrais, infeções no cérebro ou de doenças congénitas, mediante um processo denominado epileptogénese.[1][3][2] Um pequeno número de casos está ainda diretamente associado a algumas mutações genéticas.[5][14] As crises epilépticas são o resultado de atividade excessiva e anormal das células nervosas no córtex cerebral.[13] O diagnóstico de epilepsia requer que primeiro sejam excluídas outras condições que possam produzir sintomas semelhantes, como a síncope, e determinar se existem causas imediatas para as crises, como síndrome de abstinência alcoólica ou distúrbios eletrolíticos.[5] A avaliação de outras possíveis causas geralmente é realizada com exames imagiológicos ao cérebro e análises ao sangue.[5] O diagnóstico de epilepsia pode em muitos casos ser confirmado com um electroencefalograma (EEG), embora um resultado normal não exclua a doença.[5]

Em cerca de 70% dos casos é possível prevenir e controlar com medicação a ocorrência de crises epilépticas.[1][8][1] Em pessoas cujas crises não respondem à medicação, pode-se considerar cirurgia, neuroestimulação ou alterações na dieta.[6][7] Nem todos os casos de epilepsia duram toda a vida e muitas pessoas melhoram ao ponto de deixarem de necessitar de tratamento.[1]

Em 2015, a epilepsia afetava em todo o mundo cerca de 39 milhões de pessoas.[9] Cerca de 80% dos casos ocorre em países em vias de desenvolvimento.[1] Em 2015, a doença foi a causa de 125 000 mortes, um aumento em relação às 112 000 em 1990.[10][15] Epilepsy is more common in older people.[16][17] Nos países desenvolvidos o aparecimento de novos casos é mais frequente em bebés e idosos.[18] Nos países em vias de desenvolvimento, diferenças ao nível da frequência das causas subjacentes fazem com que o aparecimento seja mais comum em crianças mais velhas e jovens adultos.[19] Entre 5 e 10% de todas as pessoas terão uma crise epiléptica sem causa definida até aos 80 anos de idade,[20] com 40–50% de probabilidade de ocorrência de uma segunda crise.[21] Em algumas regiões do mundo, as pessoas com epilepsia estão proibidas de conduzir ou não lhes é permitido conduzir até estarem livres de crises durante um determinado período de tempo.[22] Dependendo da região do mundo, a condição está associada a diversos estigmas sociais e diferentes formas de tratamento.[1] O termo "epilepsia" tem origem no grego antigo ἐπιλαμβάνειν, "tomar, capturar, possuir, ter".[23]

  1. a b c d e f g h i j k l «Epilepsy Fact sheet». WHO. Fevereiro de 2016. Consultado em 4 de março de 2016. Cópia arquivada em 11 de março de 2016 
  2. a b Goldberg EM, Coulter DA (maio de 2013). «Mechanisms of epileptogenesis: a convergence on neural circuit dysfunction». Nature Reviews. Neuroscience. 14 (5): 337–49. PMC 3982383Acessível livremente. PMID 23595016. doi:10.1038/nrn3482 
  3. a b Hammer GD, McPhee SJ, eds. (2010). «7». Pathophysiology of disease : an introduction to clinical medicine 6th ed. New York: McGraw-Hill Medical. ISBN 978-0-07-162167-0 
  4. Hughes, JR (agosto de 2009). «Absence seizures: a review of recent reports with new concepts.». Epilepsy & Behavior. 15 (4): 404–12. PMID 19632158. doi:10.1016/j.yebeh.2009.06.007 
  5. a b c d e f Longo DL (2012). «369 Seizures and Epilepsy». Harrison's principles of internal medicine 18th ed. [S.l.]: McGraw-Hill. p. 3258. ISBN 978-0-07-174887-2 
  6. a b Bergey GK (junho de 2013). «Neurostimulation in the treatment of epilepsy». Experimental Neurology. 244: 87–95. PMID 23583414. doi:10.1016/j.expneurol.2013.04.004 
  7. a b Martin K, Jackson CF, Levy RG, Cooper PN (fevereiro de 2016). «Ketogenic diet and other dietary treatments for epilepsy». The Cochrane Database of Systematic Reviews. 2: CD001903. PMID 26859528. doi:10.1002/14651858.CD001903.pub3 
  8. a b Eadie MJ (dezembro de 2012). «Shortcomings in the current treatment of epilepsy». Expert Review of Neurotherapeutics. 12 (12): 1419–27. PMID 23237349. doi:10.1586/ern.12.129 
  9. a b Vos, Theo; Allen, Christine; Arora, Megha; Barber, Ryan M.; Bhutta, Zulfiqar A.; Brown, Alexandria; Carter, Austin; Casey, Daniel C.; Charlson, Fiona J.; Chen, Alan Z.; Coggeshall, Megan; Cornaby, Leslie; Dandona, Lalit; Dicker, Daniel J.; Dilegge, Tina; Erskine, Holly E.; Ferrari, Alize J.; Fitzmaurice, Christina; Fleming, Tom; Forouzanfar, Mohammad H.; Fullman, Nancy; Gething, Peter W.; Goldberg, Ellen M.; Graetz, Nicholas; Haagsma, Juanita A.; Hay, Simon I.; Johnson, Catherine O.; Kassebaum, Nicholas J.; Kawashima, Toana; et al. (outubro de 2016). «Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 310 diseases and injuries, 1990-2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015». Lancet. 388 (10053): 1545–1602. PMC 5055577Acessível livremente. PMID 27733282. doi:10.1016/S0140-6736(16)31678-6 
  10. a b Wang, Haidong; Naghavi, Mohsen; Allen, Christine; Barber, Ryan M.; Bhutta, Zulfiqar A.; Carter, Austin; Casey, Daniel C.; Charlson, Fiona J.; Chen, Alan Zian; Coates, Matthew M.; Coggeshall, Megan; Dandona, Lalit; Dicker, Daniel J.; Erskine, Holly E.; Ferrari, Alize J.; Fitzmaurice, Christina; Foreman, Kyle; Forouzanfar, Mohammad H.; Fraser, Maya S.; Fullman, Nancy; Gething, Peter W.; Goldberg, Ellen M.; Graetz, Nicholas; Haagsma, Juanita A.; Hay, Simon I.; Huynh, Chantal; Johnson, Catherine O.; Kassebaum, Nicholas J.; Kinfu, Yohannes; et al. (outubro de 2016). «Global, regional, and national life expectancy, all-cause mortality, and cause-specific mortality for 249 causes of death, 1980-2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015». Lancet. 388 (10053): 1459–1544. PMC 5388903Acessível livremente. PMID 27733281. doi:10.1016/s0140-6736(16)31012-1 
  11. a b Chang BS, Lowenstein DH (setembro de 2003). «Epilepsy». The New England Journal of Medicine. 349 (13): 1257–66. PMID 14507951. doi:10.1056/NEJMra022308 
  12. Fisher RS, Acevedo C, Arzimanoglou A, Bogacz A, Cross JH, Elger CE, Engel J, Forsgren L, French JA, Glynn M, Hesdorffer DC, Lee BI, Mathern GW, Moshé SL, Perucca E, Scheffer IE, Tomson T, Watanabe M, Wiebe S (abril de 2014). «ILAE official report: a practical clinical definition of epilepsy» (PDF). Epilepsia. 55 (4): 475–82. PMID 24730690. doi:10.1111/epi.12550. Arquivado do original (PDF) em 9 de junho de 2014 
  13. a b Fisher R, van Emde Boas W, Blume W, Elger C, Genton P, Lee P, Engel J (2005). «Epileptic seizures and epilepsy: definitions proposed by the International League Against Epilepsy (ILAE) and the International Bureau for Epilepsy (IBE)». Epilepsia. 46 (4): 470–2. PMID 15816939. doi:10.1111/j.0013-9580.2005.66104.x 
  14. Pandolfo, M. (novembro de 2011). «Genetics of epilepsy.». Seminars in Neurology. 31 (5): 506–18. PMID 22266888. doi:10.1055/s-0031-1299789 
  15. GBD 2013 Mortality Causes of Death Collaborators (janeiro de 2015). «Global, regional, and national age-sex specific all-cause and cause-specific mortality for 240 causes of death, 1990-2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013». Lancet. 385 (9963): 117–71. PMC 4340604Acessível livremente. PMID 25530442. doi:10.1016/S0140-6736(14)61682-2 
  16. Brodie MJ, Elder AT, Kwan P (novembro de 2009). «Epilepsy in later life». The Lancet. Neurology. 8 (11): 1019–30. PMID 19800848. doi:10.1016/S1474-4422(09)70240-6 
  17. Holmes TR, Browne GL (2008). Handbook of epilepsy 4th ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins. p. 7. ISBN 978-0-7817-7397-3 
  18. Wyllie's treatment of epilepsy : principles and practice. 5th ed. Philadelphia: Wolters Kluwer/Lippincott Williams & Wilkins. 2010. ISBN 978-1-58255-937-7. Cópia arquivada em 24 de junho de 2016 
  19. Newton CR, Garcia HH (setembro de 2012). «Epilepsy in poor regions of the world». Lancet. 380 (9848): 1193–201. PMID 23021288. doi:10.1016/S0140-6736(12)61381-6 
  20. Wilden JA, Cohen-Gadol AA (agosto de 2012). «Evaluation of first nonfebrile seizures». American Family Physician. 86 (4): 334–40. PMID 22963022 
  21. Berg AT (2008). «Risk of recurrence after a first unprovoked seizure». Epilepsia. 49 Suppl 1: 13–8. PMID 18184149. doi:10.1111/j.1528-1167.2008.01444.x 
  22. L Devlin A, Odell M, L Charlton J, Koppel S (dezembro de 2012). «Epilepsy and driving: current status of research». Epilepsy Research. 102 (3): 135–52. PMID 22981339. doi:10.1016/j.eplepsyres.2012.08.003 
  23. Magiorkinis E, Sidiropoulou K, Diamantis A (janeiro de 2010). «Hallmarks in the history of epilepsy: epilepsy in antiquity». Epilepsy & Behavior. 17 (1): 103–8. PMID 19963440. doi:10.1016/j.yebeh.2009.10.023