Usuário:JMagalhães/Notepad96

Perturbação de hiperatividade com défice de atenção
JMagalhães/Notepad96
As crianças com PHDA podem ter dificuldades em concentrar-se e concluir os trabalhos escolares
Sinónimos Perturbação do défice de atenção, perturbação hipercinética, perturbação de hiperatividade e défice de atenção
Especialidade Psiquiatria
Sintomas Desatenção, hiperatividade, impulsividade[1][2]
Início habitual Antes dos 6–12 anos[3]
Duração > 6 meses[3]
Causas Desconhecidas[4]
Método de diagnóstico Baseado nos sintomas depois de descartar outras potenciais causas[1]
Condições semelhantes Criança normalmente ativa, desvio de conduta, perturbação de oposição e desafio, perturbação de aprendizagem, perturbação bipolar[5]
Tratamento Aconselhamento psiquiátrico, alterações no estilo de vida, medicação[1]
Medicação Estimulantes, atomoxetina, guanfacina[6][7]
Frequência 51,1 milhões (2015)[8]
Classificação e recursos externos
A Wikipédia não é um consultório médico. Leia o aviso médico 

Perturbação de hiperatividade com défice de atenção (PHDA) (português europeu) ou transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) (português brasileiro) é uma perturbação mental do neurodesenvolvimento[9][10] caracterizada por desatenção, hiperatividade e impulsividade inconsistentes com a idade da pessoa.[1][2] Os critérios de diagnóstico requerem que os sintomas se comecem aa manifestar antes dos doze anos de idade, que estejam presentes durante mais de seis meses e que causem problemas em pelo menos dois cenários diferentes, como na escola e em casa, por exemplo.[3][11] Em crianças, a desatenção é muitas vezes a causa de maus resultados escolares.[1] Embora cause dificuldades, sobretudo na sociedade contemporânea, muitas crianças com PHDA conseguem-se concentrar em tarefas que consideram interessantes.[12]

Apesar de ser a condição mais estudada e diagnosticada em crianças e adolescentes, na maioria dos casos desconhece-se a causa exata.[4] Quando diagnosicada pelos critérios DSM-IV, a doença afeta entre 5 e 7% das crianças.[13][2] Quando diagnosticada pelos critérios da CID-10 afeta entre 1 e 2%.[14] Estima-se quem em 2015 afetasse cerca de 5,1 milhões de pessoas.[8] A prevalência é muito semelhante entre países. As aparentes diferenças de valores são resultado de diferentes critérios de diagnóstico usados em cada país.[15] O diagnóstico de PHDA é cerca de três vezes mais comum em rapazes do que em raparigas, embora a perturbação seja muitas vezes negligenciada em raparigas devido ao facto dos sintomas serem diferentes.[16][17][18] Entre 30 e 50% das pessoas diagnosticadas com a condição em criança continuam a manifestar sintomas em idade adulta e entre 2 e 5% de todos os adutos têm a condição.[19][20][21] É difícil distinguir a PHDA de outras perturbações e de níveis de atividade elevados, mas ainda assim consistentes com a idade.[11]

As recomendações de tratamento para a PHDA diferem de país para país, embora na generalidade dos casos esteja recomendada uma combinação de aconselhamento psiquiátrico, alterações no estilo de vida e medicação.[1] As recomendações britânicas recomendam usar medicação como tratamento de primeira linha apenas em crianças com sintomas graves ou em adultos e que em crianças com sintomas moderados só seja considerada medicação nos casos em que não haja melhorias com aconselhamento.[22] Por outro lado, as recomendações canadianas e norte-americanas recomendam que medicação e terapia comportamental sejam usados em conjunto como tratamento de primeira linha, exceto nas crianças em idade pré-escolar.[23][24] Nenhuma das recomendações recomenda a terapia com medicamentos estimulantes como tratamento de primeira linha nas crianças em idade pré-escolar.[22][24] O tratamento com estimulantes é eficaz até 14 meses, sendo pouco clara a eficácia a partir daí.[25][26][27][28] Tanto adolescentes como adultos com a condição tendem a desenvolver mecanismos de enfrentamento que compensam todas ou algumas das suas dificuldades.[29]

A descrição de sintomas semelhantes à PHDA na literatura médica remonta ao século XIX.[30] Desde a década de 1970 que a classificação, diagnóstico e tratamento da PHDA tem sido foco de controvérsias[31] entre profissionais de saúde, professores, legisladores, pais e a comunicação social. As questões mais debatidas dizem respeito às causas de PHDA e ao tratamento com recurso a estimulantes.[32] A maioria dos prestadores de cuidados de saúde considera a PHDA uma perturbação legítima em crianças e adultos. O debate entre a comunidade científica foca-se nos critérios de diagnóstico e tratamento.[33][34][35] Entre 1980 e 1897 a condição era denominada "perturbação por défice de atenção" e, antes disso, por "reação hipercinética infantil".[36][37]

  1. a b c d e f «Attention Deficit Hyperactivity Disorder». National Institute of Mental Health. March 2016. Consultado em 5 March 2016. Cópia arquivada em 23 July 2016  Verifique data em: |acessodata=, |arquivodata=, |data= (ajuda)
  2. a b c American Psychiatric Association (2013). Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders 5th ed. Arlington: American Psychiatric Publishing. pp. 59–65. ISBN 978-0-89042-555-8 
  3. a b c «Symptoms and Diagnosis». Attention-Deficit / Hyperactivity Disorder (ADHD). Division of Human Development, National Center on Birth Defects and Developmental Disabilities, Centers for Disease Control and Prevention. 29 September 2014. Consultado em 3 November 2014. Cópia arquivada em 7 November 2014  Verifique data em: |acessodata=, |arquivodata=, |data= (ajuda)
  4. a b NIMH (2013). «Attention Deficit Hyperactivity Disorder (Easy-to-Read)». National Institute of Mental Health. Consultado em 17 April 2016. Cópia arquivada em 14 April 2016  Verifique data em: |acessodata=, |arquivodata= (ajuda)
  5. Ferri, Fred F. (2010). Ferri's differential diagnosis : a practical guide to the differential diagnosis of symptoms, signs, and clinical disorders 2nd ed. Philadelphia, PA: Elsevier/Mosby. p. Chapter A. ISBN 0323076998 
  6. Coghill, DR; Banaschewski, T; Soutullo, C; Cottingham, MG; Zuddas, A (20 April 2017). «Systematic review of quality of life and functional outcomes in randomized placebo-controlled studies of medications for attention-deficit/hyperactivity disorder.». European child & adolescent psychiatry. PMID 28429134. doi:10.1007/s00787-017-0986-y  Verifique data em: |data= (ajuda)
  7. Jain, R; Katic, A (18 August 2016). «Current and Investigational Medication Delivery Systems for Treating Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder.». The primary care companion for CNS disorders. 18 (4). PMID 27828696. doi:10.4088/PCC.16r01979  Verifique data em: |data= (ajuda)
  8. a b GBD 2015 Disease and Injury Incidence and Prevalence, Collaborators. (8 October 2016). «Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 310 diseases and injuries, 1990–2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015.». Lancet. 388 (10053): 1545–1602. PMC 5055577Acessível livremente. PMID 27733282. doi:10.1016/S0140-6736(16)31678-6  Verifique data em: |data= (ajuda)
  9. Sroubek, A; Kelly, M; Li, X (February 2013). «Inattentiveness in attention-deficit/hyperactivity disorder». Neuroscience Bulletin. 29 (1): 103–10. PMC 4440572Acessível livremente. PMID 23299717. doi:10.1007/s12264-012-1295-6  Verifique data em: |data= (ajuda)
  10. Caroline, SC, ed. (2010). Encyclopedia of Cross-Cultural School Psychology. [S.l.]: Springer Science & Business Media. p. 133. ISBN 9780387717982. Cópia arquivada em 6 May 2016  Verifique data em: |arquivodata= (ajuda)
  11. a b Dulcan, Mina K.; Lake, MaryBeth (2011). «Axis I Disorders Usually First Diagnosed in Infancy, Childhood or Adolescence: Attention-Deficit and Disruptive Behavior Disorders». Concise Guide to Child and Adolescent Psychiatry 4th illustrated ed. [S.l.]: American Psychiatric Publishing. p. 34. ISBN 978-1-58562-416-4 – via Google Books 
  12. Walitza, S; Drechsler, R; Ball, J (August 2012). «Das schulkind mit ADHS» [The school child with ADHD]. Ther Umsch (em alemão). 69 (8): 467–73. PMID 22851461. doi:10.1024/0040-5930/a000316  Verifique data em: |data= (ajuda)
  13. Willcutt, EG (July 2012). «The prevalence of DSM-IV attention-deficit/hyperactivity disorder: A meta-analytic review». Neurotherapeutics. 9 (3): 490–9. PMC 3441936Acessível livremente. PMID 22976615. doi:10.1007/s13311-012-0135-8  Verifique data em: |data= (ajuda)
  14. Cowen, Philip; Harrison, Paul; Burns, Tom (2012). «Drugs and other physical treatments». Shorter Oxford Textbook of Psychiatry 6th ed. [S.l.]: Oxford University Press. p. 546. ISBN 978-0-19-960561-3 – via Google Books 
  15. Faraone, SV (2011). «Ch. 25: Epidemiology of Attention Deficit Hyperactivity Disorder». In: Tsuang, MT; Tohen, M; Jones, P. Textbook of Psychiatric Epidemiology 3rd ed. [S.l.]: John Wiley & Sons. p. 450. ISBN 9780470977408. Cópia arquivada em 6 May 2016  Verifique data em: |arquivodata= (ajuda)
  16. Crawford, Nicole (February 2003). «ADHD: a women's issue». American Psychological Association. Monitor on Psychology. 34 (2): 28. Cópia arquivada em 9 April 2017  Verifique data em: |arquivodata=, |data= (ajuda)
  17. Emond, V; Joyal, C; Poissant, H (April 2009). «Neuroanatomie structurelle et fonctionnelle du trouble déficitaire d'attention avec ou sans hyperactivité (TDAH)» [Structural and functional neuroanatomy of attention-deficit hyperactivity disorder (ADHD)]. Encephale (em francês). 35 (2): 107–14. PMID 19393378. doi:10.1016/j.encep.2008.01.005  Verifique data em: |data= (ajuda)
  18. Singh, I (December 2008). «Beyond polemics: Science and ethics of ADHD». Nature Reviews Neuroscience. 9 (12): 957–64. PMID 19020513. doi:10.1038/nrn2514  Verifique data em: |data= (ajuda)
  19. Kooij, SJ; Bejerot, S; Blackwell, A; Caci, H; et al. (2010). «European consensus statement on diagnosis and treatment of adult ADHD: The European Network Adult ADHD». BMC Psychiatry. 10. 67 páginas. PMC 2942810Acessível livremente. PMID 20815868. doi:10.1186/1471-244X-10-67 
  20. Bálint, S; Czobor, P; Mészáros, A; Simon, V; et al. (2008). «Neuropszichológiai károsodásokat felnőtt figyelemhiányos hiperaktivitás zavar(ADHD): A szakirodalmi áttekintés» [Neuropsychological impairments in adult attention deficit hyperactivity disorder: A literature review]. Psychiatria Hungarica (em Hungarian). 23 (5): 324–335. PMID 19129549 
  21. Ginsberg Y, Quintero J, Anand E, Casillas M, Upadhyaya HP (2014). «Underdiagnosis of attention-deficit/hyperactivity disorder in adult patients: a review of the literature». Prim Care Companion CNS Disord. 16 (3). PMC 4195639Acessível livremente. PMID 25317367. doi:10.4088/PCC.13r01600. Reports indicate that ADHD affects 2.5%–5% of adults in the general population,5–8 compared with 5%–7% of children.9,10 ... However, fewer than 20% of adults with ADHD are currently diagnosed and/or treated by psychiatrists.7,15,16 
  22. a b National Collaborating Centre for Mental Health (2009). «Pharmacological Treatment». Attention Deficit Hyperactivity Disorder: Diagnosis and Management of ADHD in Children, Young People and Adults. Col: NICE Clinical Guidelines. 72. Leicester: British Psychological Society. pp. 303–307. ISBN 978-1-85433-471-8. Cópia arquivada em 13 January 2016 – via NCBI Bookshelf  Verifique data em: |arquivodata= (ajuda)
  23. «Canadian ADHD Practice Guidelines» (PDF). Canadian ADHD Alliance. Consultado em 4 February 2011  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  24. a b «Attention-Deficit / Hyperactivity Disorder (ADHD): Recommendations». Centers for Disease Control and Prevention. 24 June 2015. Consultado em 13 July 2015. Cópia arquivada em 7 July 2015  Verifique data em: |acessodata=, |arquivodata=, |data= (ajuda)
  25. National Collaborating Centre for Mental Health (2009). Attention Deficit Hyperactivity Disorder: Diagnosis and Management of ADHD in Children, Young People and Adults. Col: NICE Clinical Guidelines. 72. Leicester: British Psychological Society. ISBN 978-1-85433-471-8. Cópia arquivada em 13 January 2016 – via NCBI Bookshelf  Verifique data em: |arquivodata= (ajuda)
  26. Huang, YS; Tsai, MH (July 2011). «Long-term outcomes with medications for attention-deficit hyperactivity disorder: Current status of knowledge». CNS Drugs. 25 (7): 539–554. PMID 21699268. doi:10.2165/11589380-000000000-00000  Verifique data em: |data= (ajuda)
  27. Arnold, LE; Hodgkins, P; Caci, H; Kahle, J; et al. (February 2015). «Effect of treatment modality on long-term outcomes in attention-deficit/hyperactivity disorder: A systematic review». PLoS ONE. 10 (2): e0116407. PMC 4340791Acessível livremente. PMID 25714373. doi:10.1371/journal.pone.0116407  Verifique data em: |data= (ajuda)
  28. Parker J, Wales G, Chalhoub N, Harpin V (September 2013). «The long-term outcomes of interventions for the management of attention-deficit hyperactivity disorder in children and adolescents: a systematic review of randomized controlled trials». Psychol. Res. Behav. Manag. 6: 87–99. PMC 3785407Acessível livremente. PMID 24082796. doi:10.2147/PRBM.S49114. Results suggest there is moderate-to-high-level evidence that combined pharmacological and behavioral interventions, and pharmacological interventions alone can be effective in managing the core ADHD symptoms and academic performance at 14 months. However, the effect size may decrease beyond this period. ... Only one paper examining outcomes beyond 36 months met the review criteria. ... There is high level evidence suggesting that pharmacological treatment can have a major beneficial effect on the core symptoms of ADHD (hyperactivity, inattention, and impulsivity) in approximately 80% of cases compared with placebo controls, in the short term.22  Verifique data em: |data= (ajuda)
  29. Gentile JP, Atiq R, Gillig PM (August 2006). «Adult ADHD: Diagnosis, Differential Diagnosis, and Medication Management». Psychiatry (Edgmont). 3 (8): 25–30. PMC 2957278Acessível livremente. PMID 20963192  Verifique data em: |data= (ajuda)
  30. Lange, KW; Reichl, S; Lange, KM; Tucha, L; et al. (December 2010). «The history of attention deficit hyperactivity disorder». ADHD Attention Deficit and Hyperactivity Disorders. 2 (4): 241–55. PMC 3000907Acessível livremente. PMID 21258430. doi:10.1007/s12402-010-0045-8  Verifique data em: |data= (ajuda)publicação de acesso livre - leitura gratuita
  31. Parrillo VN (2008). Encyclopedia of Social Problems. [S.l.]: SAGE. p. 63. ISBN 9781412941655. Consultado em 2 May 2009  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  32. Mayes R, Bagwell C, Erkulwater J (2008). «ADHD and the rise in stimulant use among children». Harv Rev Psychiatry. 16 (3): 151–166. PMID 18569037. doi:10.1080/10673220802167782 
  33. Sim MG, Hulse G, Khong E (August 2004). «When the child with ADHD grows up» (PDF). Aust Fam Physician. 33 (8): 615–618. PMID 15373378. Consultado em 8 November 2014. Cópia arquivada (PDF) em 24 September 2015  Verifique data em: |acessodata=, |arquivodata=, |data= (ajuda)
  34. Silver LB (2004). Attention-deficit/hyperactivity disorder 3rd ed. [S.l.]: American Psychiatric Publishing. pp. 4–7. ISBN 978-1-58562-131-6 
  35. Schonwald A, Lechner E (April 2006). «Attention deficit/hyperactivity disorder: complexities and controversies». Curr. Opin. Pediatr. 18 (2): 189–195. PMID 16601502. doi:10.1097/01.mop.0000193302.70882.70  Verifique data em: |data= (ajuda)
  36. Weiss, Lawrence G. (2005). WISC-IV clinical use and interpretation scientist-practitioner perspectives 1st ed. Amsterdam: Elsevier Academic Press. p. 237. ISBN 978-0-12-564931-5. Cópia arquivada em 8 September 2017  Verifique data em: |arquivodata= (ajuda)
  37. «ADHD: The Diagnostic Criteria». PBS. Frontline. Consultado em 5 March 2016. Cópia arquivada em 20 April 2016  Verifique data em: |acessodata=, |arquivodata= (ajuda)