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Friedrich Hölderlin

Johann Christian Friedrich Hölderlin nasce a 20 de Março de 1770 em Lauffen, às margens do rio Neckar. Em 1807, Hölderlin enlouquece para sempre. Nos próximos 36 anos, até à data da sua morte, a 7 de Junho de 1843, ficará entregue aos cuidados de um dos seus grandes admiradores (e sua esposa), o carpinteiro Ernst Ziemmers. Durante todo o século XIX ficou praticamente esquecido. Somente no século XX sua poesia é redescoberta e valorizada. Hoje, Hölderlin é visto como um dos maiores criadores da poesia moderna e um dos maiores poetas líricos da poesia alemã e universal. m princípio.

Vida editar

Johann Christian Friedrich Hölderlin (1770 – 1843) nasceu na cidade de Lauffen, as margens do rio Neckar. Filho de uma enfermeira e de um pastor, que veio a falecer quando Hölderlin tinha dois anos. Em 1774, sua mãe casa-se com o prefeito de Nürtingen, que infelizmente também falece 5 anos depois. A mãe de Hölderlin, Johanna Christiana Hölderlin, era bastante religiosa e o enviou à escola clássica de Nürtingene, em seguida, escolas protestantes.

Em 1788 iniciou seus estudos em Teologia na Universidade de Tübingen, como bolsista. Lá conheceu Hegel e Schelling, que mais tarde se tornariam seus amigos. Devido aos recursos limitados da família e de sua recusa em seguir uma carreira clerical, Hölderlin trabalhou como um tutor para crianças de famílias ricas. Assim, durante os anos 1793 e 1794, tornou-se tutor de Charlotte von Kalb. Em 1794, freqüentou a Universidade de Jena, a fim de ouvir as palestras de Fichte. Lá ele conheceu Johann Wolfgang Goethe, Friedrich Schiller, Johann Gottlieb Fichte, Friedrich von Hardenberg (Novalis) e Isaac Sinclair. Em junho de 1795 ele abandonou a cidade universitária e retornou a Nürtingen. Em 1796 foi professor particular de Jacó Gontard, um banqueiro de Frankfurt, cuja esposa, Susette, viria a ser seu grande amor. Susette Gontard serviu de inspiração para a composição de Diotima, protagonista de seu romance epistolar Hyperion. Quando Gontard soube do relacionamento, Hölderlin deixou o seu trabalho de tutor em sua casa e fugiu para a casa de seu amigo Isaac Sinclair em Hamburgo. Hölderlin se encontrava em uma situação financeira difícil (mesmo tendo alguns de seus poemas publicados ocasionalmente com a ajuda do seu patrono, Schiller), devido a isso ele dependia financeiramente do apoio de sua mãe. Nessa altura, Hölderlin já sofria de uma doença chamada hipocondria "grave", uma condição que pioraria depois de seu último encontro com Susette Gontard, em 1800. Em janeiro de 1801 foi para a Suíça a fim de ensinar a irmã do empresário Emanuel de Gonzenbach. No início de 1802 conseguiu um emprego como tutor dos filhos do cônsul Hamburgo Meyer e comerciante de vinhos de Bordeaux, viajando até lá a pé. Depois de alguns meses, retornou a Württenberg, por razões desconhecidas. Ao chegar, recebeu a notícia da morte de Susette; esta havia falecido a pouco, em Frankfurt devido a rubéola. Então, Hölderlin voltou para a casa da mãe em Nürtingen e dedicou-se arduamente ao trabalho, traduzindo Sófocles e Píndaro. Em 1804, seu amigo, o primeiro-ministro de Hesse-Homburg, Sinclair, deu-lhe um emprego como bibliotecário tribunal.

1806-1843: Ano na Torre em Tübingen editar

Em 1805, em um relatório do médico Homburg e do farmacêutico Müller, Hölderlin foi tido como insano. Em agosto 1806 Sinclair escreveria a mãe de Holderlin, relatando que não mais poderia cuidar de seu amigo. A denominação de seu estado mental saúde mental como "loucura" foi altamente controversa por um longo tempo, e até hoje essa questão ainda não foi esclarecida.

Em 1807 Hölderlin foi deixado aos cuidados de Ernst Zimmers, um carpinteiro que vivia em Tübingen e grande admirador de Hyperion. Sob o nome de "Scardanelli", ele escreveu ainda poemas, que contavam com grande estranhamento formal. À parte alguns períodos de lucidez, não retornou ao convívio social. Durante os próximos 36 anos Hölderlin, até sua morte em 1843, ele viverá em um quarto da torre com vista para o rio Neckar (Hölderlinturm), fornecido pela família.

Friedrich Hölderlin está enterrado no cemitério da cidade de Tübingen.


Obras editar

Hölderlin começou como um sucessor de Schiller e do Classicismo suábio. Seus primeiros poemas são geralmente hinos que versam acerca de objetos abstratos. Mais tarde trabalhou com as formas antigas da ode e da elegia. Em particular, as odes são marcadas pelo domínio completo de um formulário métrico difícil. Os grandes poemas de sua fase madura são parte escritos em forma de elegias, parte em verso livre. Ocasionalmente é possível encontrar outras formas, como o hino em hexâmetro, um exemplo é a obra chamada O Arquipélago.

A compreensão de Hölderlin acerca da cultura grega antiga, tal como expresso em suas cartas a Casimir Ulrich Boehlendorff e de suas observações sobre a tradução tardia de Sófocles, é diferente da imagem ideal de muitos dos seus contemporâneos, já que Hölderlin enfatiza as características anticlássicas da cultura grega. Já no início de seu romance epistolar Hyperion, Hölderlin representa a sua idéia de destino trágico, como ele a concebia, ou seja, a partir de sua percepção da cultura grega clássica.

A poesia de Hölderlin, que hoje é considerada de grande destaque dentro dos estudos germânicos, permaneceu desconhecida até a metade do século XIX. Ele não foi reconhecido entre os escritores de sua época, mesmo após sua morte, permanecera desconhecido. Para os seus contemporâneos, Hölderlin era um jovem romântico e melancólico, mero imitador de Schiller. O grande reconhecimento veio mais tarde.

Somente no século XX, as duas peças de Sófocles: Édipo Rei e Antígona foram tomadas como um modelo de tradução poética, que deixa visíveis as singularidades do texto original. Um bom exemplo da excelente recepção da obra de Hölderlin na modernidade é a adaptação de Bertolt Brecht da Antígona de Sófocles, baseada na tradução de Hölderlin. Convém salientar que, apesar de ter sido praticamente incompreendido durante todo um século, leitores ilustres como Friedrich Nietzsche, Wilhelm Dilthey, Stefan George, Rainer Maria Rilke, Hugo von Hofmannsthal, entre outros, acolheram e fizeram reverberar sua poesia. Uma poética que não se mostrava em consonância com o que vinha sendo produzido à época fez com que Hölderlin encontrasse o desdém até mesmo de pessoas próximas como Schiller, Hegel e Schelling. Mesmo tendo sido colega de Hegel e Schelling, em um educandário na Suábia, e próximo de Schiller, Hölderlin não encontrou a notoriedade nem o reconhecimento desses. A incompreensão do público e da crítica levou à estabilização do entendimento de sua obra como a de um admirador dos gregos que não atingiu a serenidade de Goethe e Schiller, a de um romântico juvenil e de um poeta patriótico. Em princípio, Hölderlin pode ser definido como poeta essencialmente religioso, combinando panteísmo órfico e elementos cristãos. Poeta do sagrado, descobrindo na Grécia antiga o lado dionisíaco, Hölderlin foi ignorado por Goethe e exaltado por Nietzsche. Segundo Heidegger, foi um "poeta da poesia", pois acreditava que "o que permanece, fundam-no os poetas.” Atualmente, a obra de Friedrich Hölderlin é tida como de grande expressividade na poesia alemã e mundial, alcançando notoriedade em diversas publicações atuais.





Obras

1797 - 1800 - A Morte de Empédocles (fragmentos) 1797 - 1799 - Hyperion ou O Eremita na Grécia 1804 - Tragédias de Sófocles 1826 - Poemas de Friedrich Hölderlin (editado por Ludwig Uhland e Gustav Schwab)


Referências Bibliográficas editar

HÖLDERLIN, Friedrich. Poemas. Trad. José Paulo Paes. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.

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