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Em 14 de julho, a Human Rights Watch acusou os rebeldes de realizarem incêndios criminosos, saques e espancamento contra civis em quatro cidades recentemente capturadas nas Montanhas Nafusa. Mahmoud Jibril, presidente do conselho executivo do Conselho Nacional de Transição, disse que as reclamações representavam apenas uns poucos incidentes, que seriam objeto de investigação e que os responsáveis seriam levados à justiça. O coronel El-Moktar Firnana, que era o comandante militar rebelde nas Montanhas Nafusa, admitiu que alguns abusos tinham ocorrido, mas disse que tais ataques violaram as ordens emitidas para não atacar civis ou provocar danos contra civis, e, também afirmou que algumas pessoas haviam sido punidas, sem dar maiores detalhes[1].

Em 29 de agosto, Jean Ping, que na época era o presidente da União Africana, denunciou a execução indiscriminada de negros pelo novo regime, esse comentário se somou às denúncias de grupos internacionais de defesa dos direitos humanos que informaram a ocorrência de espancamentos e detenções indiscriminadas de imigrantes procedentes de países da África subsaariana. Abdel-Hafiz Ghoga, porta-voz do CNT, repudiou as acusações[2] [3] [4].

No início de setembro jornalistas relataram que na cidade de Ajaylat moradores lamentam a tomada da cidade pelo novo regime[5].

Durante o mês de setembro cerca de 400 mil líbios atravessaram a fronteira em direção à Tunísia[6].

No início de outubro, jornalistas relataram que crianças no distrito de Abu Salim, em Trípoli, se recusavam a cantar o hino do novo regime[7].

No final de outubro Brigadas de Misrata chegaram à cidade de Al Jemel, invadiram as casas das pessoas procurando por adeptos do regime deposto, como resultado dezenas de jovens desapareceram e quatro foram mortos, uma das mortes foi causada por choques elétricos, outro corpo foi encontrado com a língua e os genitais cortados. [8].

Em Bani Walid, cidade com a qual se identifica a tribo Warfalla, que é a maior tribo líbia, moradores acusavam apoiadores do novo regime de destruição e saques, tais acusações foram negadas por um comandante rebelde.[9].

Em Sirte, a Human Rights Watch afirmou ter encontrado 53 corpos em decomposição, alguns deles com as mãos amarradas, que aparentemente eram de apoiadores do antigo regime, que podem ter sido executados por forças do novo regime, esses corpos foram encontrados no gramado do abandonado Hotel Mahari que estava sob o controle de brigadas oriundas de Misrata antes da data das mortes. Peter Bouckaert representante daquela organização humanitária afirmou que: "Este último massacre parece parte de uma tendência de assassinatos, saques e outros abusos cometidos por homens armados anti-Kadafi lutadores que se consideram acima da lei", e exigiu que as novas autoridades controlassem esses grupos[10] [11].

A cidade de Sirte foi completamente destruída[12], cerca de 300 corpos, muitos deles com as mãos amarradas atrás das costas e um tiro na cabeça, foram recolhidos em toda a Sirte e enterrados em uma vala comum[13], membros da associação de caridade líbia Djebel Al Ajtar afirmaram que mais de 50 corpos de civis estavam sob os escombros de um prédio de vários andares destruídos num ataque aéreo da Otan[14] [15] [16], Ali Tarhouni, ministro do petróleo do novo regime, pedia que se não julgassem mal jovens ligados ao novo regime que viram seus amigos mortos na frente deles, suas cidades queimadas, suas irmãs estupradas, dizendo-se espantado com a sua auto-contenção, Sheikh Fathie Dariez declarou que "Não houve misericórdia para mercenários estrangeiros"[13].

Jornalistas relataram a existência de um campo de refugiados em condições miseráveis que abrigava cerca de 700 imigrantes africanos que encontravam trabalho sob o regime deposto, mas que sob o novo regime estavam desempregados, discriminados e sem condições de voltar para seus países de origem. Os refugiados foram vítimas de espancamentos, abusos com motivação racista e roubos[17].

Em 30 de outubro, a Human Rights Watch denunciou que as milícias de Misrata estavam aterrorizando os moradores da localidade de Tawurgha, que foram acusados de serem simpatizantes do regime deposto. Aquela ONG afirmou que aquela cidade que tinha que tem cerca de 30 mil habitantes, está totalmente despovoada e que os antigos moradores foram intimidados para que não retornassem. Essa afirmação se baseou no testemunho de 61 pessoas que declararam que foram vítimas de violência, abusos, torturas e prisões, além disso muitas casas foram saqueadas e queimadas.

Pessoas ligadas ao novo regime acusaram os moradores de Tawurgha de terem cometido crimes junto com as forças do regime deposto, que usaram o local como base para os ataques a Misrata durante o cerco que impuseram a essa cidade líbia entre março e agosto. O vice-presidente do Conselho de Misrata, Sedik Bashir Bady, teria pedido aos combatentes e aos guardas das prisões que respeitem os detidos, mas tal ordem não foi atendida[18] [19].

Além dos moradores de Tawurgha, a comunidade Mushashya, que residia nas proximidades de Zintan, também foi expulsa de suas casas[20].

Em 23 de novembro foi divulgado um relatório da Organização das Nações Unidas, que dizia que existiam cerca de 7.000 prisioneiros de guerra detidos, e que alguns deles haviam sido vítimas de tortura[21].

Referências

  1. Rights group: Libyan rebels looted and beat civilians, em inglês, acessado em 02 de dezembro de 2011
  2. UA denuncia execução indiscriminada de negros na Líbia, acessado em 02 de dezembro de 2011
  3. Libyan rebels arrest more Nigerians, em inglês, acessado em 02 de dezembro de 2011
  4. Libya conflict: Black African migrants caught in backlash, em inglês, acessado em 02 de dezembro de 2011
  5. Libyan rebels struggle to win over pro-Gaddafi town, em inglês, acessado em 02 de dezembro de 2011
  6. Tunisie : 400.000 Libyens sont entrés durant septembre en Tunisie, em francês, acessado em 02 de dezembro de 2011
  7. Back to School in Libya, and Struggling to Adjust, em inglês, acessado em 02 de dezembro de 2011
  8. Cycle of revenge hangs over Libya's fragile peace, em inglês, acessado em 02 de dezembro de 2011
  9. Gaddafi loyalists fight on as Libya tries to unite, em inglês, acessado em 02 de dezembro de 2011
  10. 53 bodies found in Sirte; Loyalists executed?, em inglês, acessado em de dezembro de 2011
  11. Libya: Apparent Execution of 53 Gaddafi Supporters, em inglês, acessado em 02 de dezembro de 2011
  12. Gaddafi's last moments traced, em inglês, acessado em 02 de dezembro de 2011
  13. a b Signs of ex-rebel atrocities in Libya grow, em inglês, acessado em 02 de dezembro de 2011
  14. Líbia: dezenas de corpos são encontrados na cidade-fantasma de Sirte, acessado em 02 de dezembro de 2011
  15. Responsibility to protect: the liberation of Sirte, em inglês, acessado em 02 de dezembro de 2011
  16. In Gaddafi's hometown, residents accuse NTC fighters of revenge, em inglês, acessado em 02 de dezembro de 2011
  17. A harder life for Libya’s African migrants post-Qaddafi, em inglês, acessado em 02 de dezembro de 2011
  18. ONG acusa milícias líbias de aterrorizar simpatizantes de Kadafi, acessado em 02 de dezembro de 2011
  19. Accused of Fighting for Qaddafi, a Libyan Town’s Residents Face Reprisals, em inglês, acessado em 02 de dezembro de 2011
  20. In Post-Gadhafi Libya, Enmities Continue To Smolder, em inglês, acessado em 02 de dezembro de 2011
  21. Libyan government holding 7,000 prisoners, UN says, em inglês, acessado em de dezembro de 2011
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