Velas de Sabá (em hebraico: נרות שבת) são as velas acesas no início da noite de sexta-feira, antes do crepúsculo, para conduzir ao Sabá judaico.[1] Acender as velas de Sabá é uma lei determinada pela tradição rabínica.[2] O ato de acender as velas é tradicionalmente feito pela mulher do domicílio, mas na ausência de uma mulher, pode ser feito por um homem. Com as velas acesas, a mulher move as mãos sobre as velas e em direção a si própria (como se trazendo ou conduzindo o Sabá); ela então cobre os olhos e recita uma bênção.[3]

Velas de Sabá

História

editar
 
Ilustração de 1723 sobre o ato de acender as velas de Sabá

O primeiro registro do texto completo da bênção vem do Siddur de Rav Amram, escrito por Amram Gaon no século IX. Ele cita fontes talmúdicas que decretavam a obrigatoriedade da prática da bênção.

Em função da escassez de fontes antigas, com exceção do já citado Siddur de Rav Amram, argumenta-se que, na Europa, as mulheres judias acendiam as velas de Sabá sem a bênção até o século XI. Por volta dessa época, diz-se que teria sido introduzida a prática da bênção as velas de Sabá com base na bênção que se faz sobre o Chanukiá menorá, que é muitos séculos mais antiga. Esta bênção é idêntica à encontrada no Siddur de Rav Amram. A neta de Rashi, Hannah, descreve sua mãe acendendo velas e recitando a bênção.[4] Desta forma, a exigência de acender as velas de Sabá tem origem rabínica.[5][6] A tradição é a de acender duas velas, mas em certos lares, uma vela adicional é acessa para cada criança. O ato de acender as velas de Sabá tem dois propósitos: o de "honrar o Sabá" (כבוד שבת) e criar shalom bayit, isto é, a paz doméstica (שלום בית).

Em Yiddish, o ato de acender as velas é denominado licht bentschen ("recitação da luz") ou licht tsinden ("acender a luz").


Bênçãos

editar
"ברוך אתה ה״ אלוהינו מלך העולם אשר קדשנו במצותיו וצונו להדליק נר של שבת"
Barukh ata Adonai Eloheinu Melekh ha‑olam, asher kid'shanu b'mitzvotav v'tzivanu l'hadlik ner shel Shabbat.
"Bem-aventurado és Tu, SENHOR, nosso Deus, Rei do universo, que nos santificou com os Seus mandamentos e nos determinou acender a(s) vela(s) no Sabá."

Variantes

editar

As famílias que seguem a tradição de Chabad Lubavitch, um das ramificações do hassidismo, acrescentam a palavra "kodesh" ("sagrado") ao final da bênção, com a forma: "... a vela do sagrado Sabá," (ner shel Shabbas kodesh).

Galeria

editar

Referências

Bibliografia

editar
  • .M. Lewin, The History of the Sabbath Candles, in Essays and Studies in Memory of Linda A. Miller, I. Davidson (ed), New York, 1938, pp.55-68.
  • .M. Lewin, The History of the Sabbath Candles, in Essays and Studies in Memory of Linda A. Miller, I. Davidson (ed), New York, 1938, pp.55-68.