Manuel Vieira Mendes da Silva

jornalista português (1862-1922)
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Manuel Vieira Mendes da Silva (Angra do Heroísmo, 28 de Setembro de 1862 — Angra do Heroísmo, 14 de Outubro de 1922), mais conhecido por Vieira Mendes, foi um comerciante e jornalista católico açoriano, fundador e primeiro director do jornal angrense A União.

Manuel Vieira Mendes da Silva
Nascimento 28 de setembro de 1862
Angra do Heroísmo
Morte 14 de outubro de 1922 (60 anos)
Angra do Heroísmo
Cidadania Portugal, Reino de Portugal
Ocupação mercador, jornalista, editor

Biografia editar

Foi toda a sua vida um católico devoto e militante. Frequentou o Liceu de Angra do Heroísmo e o Seminário Episcopal de Angra do Heroísmo. Foi capelão-cantor da Igreja de São Salvador (Angra do Heroísmo) e amador musical. Manteve sempre uma estreita ligação com a hierarquia católica, participando em inúmeras iniciativas eclesiais e caritativas.

Foi comerciante, publicista e jornalista de grande mérito. Foi redactor e administrador do semanário O Católico (1876-1886). Fundou o semanário O Cartão de Visita (1891), de que foi redactor, conjuntamente com o cónego José Alves da Silva, então vigário da freguesia dos Altares. No dia 1 de Dezembro de 1893 iniciou a publicação do importante diário angrense A União, de que foi redactor. Colaborou em vários jornais dos Açores, particularmente nos periódicos de tendência católica. Mantinha actividade editorial associada aos seus jornais, tendo publicado, entre outras obras, a segunda edição da obra Topografia da Ilha Terceira, de Jerónimo Emiliano de Andrade, e Épocas Memoráveis da Ilha Terceira de José Joaquim Pinheiro.

Na sua actividade comercial, foi proprietário da Livraria Religiosa, na Rua do Galo, e de uma casa de comissões e consignações, que incluía o agenciamento da companhia de navegação Fabre Line (Compagnie Francaise de Navigation a Vapeur Cyprien Fabre & Compagnie), cujos navios eram então uma das principais vias de emigração para os Estados Unidos da América e Brasil.

Teve também actividade política relevante, militando no campo conservador católico, no qual apoiou João Franco e acabou por aderir, já no período da Primeira República Portuguesa ao nascente movimento nacionalista. Empenhou-se na defesa dos interesses açorianos, em particular dos da ilha Terceira. Foi participante activo do Primeiro Movimento Autonomista Açoriano, fazendo parte de várias comissões de imprensa então criadas para a defesa dos interesses insulares. Através da imprensa e da participação em diversas comissões, dinamizou várias comemorações centenárias.

Homem prestigiado e influente, quando faleceu foi objecto de diversas homenagens públicas. O jornal A União continua a publicar-se em Angra do Heroísmo, sendo hoje o órgão oficial da Diocese de Angra.

Referências editar

  • Alfredo Luís Campos, Memória da Visita Régia à Ilha Terceira, Imprensa Municipal, Angra do Heroísmo, 1903.
  • Joaquim Moniz de Sá Corte-Real e Amaral (1989), No jubileu de A União – 1893-1943 in Biografias e outros escritos. Angra do Heroísmo, Câmara Municipal de Angra do Heroísmo: 265-267.
  • A União (1922). Angra do Heroísmo, edição de 6 de Outubro de 1922.

Ligações externas editar