Washington de Araújo Dias

Washington de Araújo Dias foi um médico e político brasileiro.

Biografia editar

Nasceu em 19 de setembro. Era formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.[1] Era casado com Abigail Ramos Dias, são filhos do casal: José Ramos Dias e Maria de Lourdes Ramos Dias.[2][3]

Política editar

Foi vereador da Câmara de Ouro Preto entre 1935 e 1936.[4] Largou seu mandato para assumir o poder executivo do município, em 1936. Ficou no cargo até 1946.[5] Na década de 1940 era presidente do PSD, em Ouro Preto.[2] Nas eleições de 1951 foi eleito Deputado Federal pelo PSP.[6]

 
Antiga Casa de Câmara e Cadeia, onde se instalou o Museu da Inconfidência.

No seu mandato de prefeito de Ouro Preto, seguiu os passos de seu antecessor, João Batista Veloso, na defesa do patrimônio histórico ouro-pretano e no investimento em turismo. Sobre suas ações, destaque-se o resgate e valorização da tradição do Zé Pereira dos Lacaios, e do carnaval do município;[7] a fundação do Museu da Inconfidência, em 1944, e a realização solene de translado do corpo dos inconfidentes, que se encontravam no continente africano, depois do degredo que sofreram pelo envolvimento na Conjuração Mineira;[8] e a fundação do Grande Hotel de Ouro Preto.

Grande Hotel de Ouro Preto editar

 Ver artigo principal: Grande Hotel de Ouro Preto

Em sua gestão solicitou ao presidente Getúlio Vargas e ao governador Benedito Valadares, a construção de um hotel turistico em Ouro Preto, para receber o exponencial número de turistas que vinham para a cidade, depois de sua elevação à monumento nacional, em 1933. O SPHAN respondeu o pedido, indicando um corpo técnico e sete possíveis arquitetos, com sete projetos diferentes para a construção desse hotel.[9]

 
Grande Hotel de Ouro Preto

A escolha ficou entre dois projetos: o de Carlos Leão e o de Oscar Niemeyer. O local da construção já estava definido: na Rua das Flores, próximo ao centro histórico, ao Palácio dos Governadores e a Casa dos Contos. Se Carlos Leão queria manter o estilo arquitetônico da cidade, para obter assim o máximo de integração do hotel na paisagem, Oscar Niemeyer pensava o oposto, e queria o contraste do hotel com a paisagem histórica ouro-pretana. Defendia "uma obra moderna, que marcasse o contraste entre a nova e a velha arquitetura".[9]

O SPHAN ficou dividido entre as dois projetos, criando-se dois grupos internamente. A prefeitura, inclusive, inicialmente demonstrou interesse pelo projeto de Leão.[10] Mesmo assim, o projeto de Niemeyer foi aprovado, dando origem ao Grande Hotel de Ouro Preto, de arquitetura moderna, em pleno centro histórico ouro-pretano. A construção também contou com um jardim de Burle Marx.[9]

Referências bibliográficas editar

  1. O imparcial (PDF). Rio de Janeiro: [s.n.] 6 de dezembro de 1925 
  2. a b «:::[ DocPro ]:::». memoria.bn.br. Consultado em 6 de outubro de 2023 
  3. Tribuna de Ouro Preto (PDF). Ouro Preto: [s.n.] 1947 
  4. «Vereadores - Câmara Municipal de Ouro Preto». 8 de abril de 2022. Consultado em 6 de outubro de 2023 
  5. Teixeira, Ricardo dos Santos (23 de março de 2015). «Uma conjuntura de aparências: a não construção de um sistema municipal de planejamento urbano em Ouro Preto». Consultado em 24 de agosto de 2023 
  6. Eleições nacionais de 1951 (PDF). [S.l.]: Arquivo Nacional 
  7. Anônimo (20 de fevereiro de 2017). «Arquivo Público Municipal de Ouro Preto: Clube dos Lacaios : O Zé Pereira de Ouro Preto – 150 anos de Tradições Carnavalescas». Arquivo Público Municipal de Ouro Preto. Consultado em 6 de outubro de 2023 
  8. Teodoro, Miguel Aparecido (29 de maio de 2014). O Enigma Tiradentes. [S.l.]: Clube de Autores 
  9. a b c «Teses e Dissertações : Hoje, o passado de amanhã. A arquitetura em Oscar Niemeyer». Proarq. Consultado em 6 de outubro de 2023 
  10. Cavalcanti, Lauro (2006). Moderno e Brasileiro: a história de uma nova linguagem na arquitectura (1930-60). [S.l.]: Jorge Zahar Editor 
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