Wikipédia:Esplanada/geral/Genealogistas militantes e História (10mar2012)

Genealogistas militantes e História (10mar2012)

Fui dar uma volta pelos verbetes dos Reis de Portugal e encontrei o D. João III, o D. Sebastião e o Cardeal D. Henrique «promovidos» a Reis titulares de Castela, apesar de nunca terem sequer usado tais títulos, e então no caso do último, do Cardeal, a "coisa" até dá para rir a bandeiras despregadas. Mas a verdade é que os disparates lá estavam e nem vi há quanto tempo.

Com a moda dos Sites genealógicos, toda uma série de gente sem qualquer formação historiográfica de jeito, ou mesmo sem qualquer formação geral, começou a escrever palpites e a mandar postas de pescada sobre quem foi Rei de quê e se era de jure (legitimamente) ou de facto, e por aí fora. Esta malta só vê títulos e "sangue". A ou B não foi reconhecido como Rei, no seu tempo? Não interessa, porque esta malta reconhece-o e promove-o passados 500 anos a Rei. Aliás, nalguns casos, a herança nem precisa de ser transmitida por laços de sangue, pois o D. João III de Portugal, ao que ainda afirma o seu verbete, se bem que com o aviso «carece de fontes», foi «promovido» por escritura pública da «Excelente Senhora» em 1530, antes dela "bater a bota". O facto do bom do João III nunca ter escrito em lado nenhum que era Rei de Castela também não interessa para nada, pois esta gente diz que ele foi e assim terá de ser.

Confesso que já não tenho paciência nenhuma para esta fauna, que só anda por cá, pela Wikipédia, porque nós somos basto permissivos. Ponho a questão à consideração da comunidade para ver o que se há-de fazer. As vítimas mais apetecidas são os Reis, Rainhas, Príncipes Herdeiros e por aí. O que é que acham que se pode fazer? Pedir a protecção destas páginas, depois de as rever, em caso de repetição da "brincadeira"?

Mas a coisa não se fica por aí, pois já reparei que as listas de «Senhores de», «Condes de», etc., estão cheias de "titulares após 1910» e de «titulares actuais», quanto os títulos em concreto hoje não existem. Aliás, nalguns casos, até foram títulos que se extinguiram mesmo durante a Monarquia, por esta ou por aquela razão. todavia até aceito que tais verbetes (os de títulos não extintos durante a Monarquia) tenham uma secção «após 1910», mas a explicitar muito bem que, se tal título ainda existisse, A ou B seria o seu detentor. Porém não é isto o que para já eu vejo nesses verbetes. E depois há outro problema, que é o da vaidadezinha humana, ou seja, para se fazer tais afirmações necessário seria que houvesse entidades e fontes idóneas que as suportassem. E, para já, a única coisa que consegui encontrar foi uma obra, em três volumes, de um tal Afonso Eduardo Martins Zúquete. Gostaria de saber: 1) Qual é a fiabilidade da fonte «Zuquete; 2) Que instituições creditadas, assim como fontes literárias fiáveis, temos para tal tema? Abraço, Jorge alo (discussão) 14h31min de 10 de março de 2012 (UTC).[responder]

Jorge, pelo que você diz a situação com esses artigos é mesmo ruim, mas a solução é difícil porque não há muitos editores dessa área. Minha sugestão é contactar-se com os que colocam essas informações erradas e convencê-los que as corrijam, ou então realizar as correções você mesmo caso por caso. Se não há fontes indicadas é preciso retirar os dados errados, sem muita mediação. --Fulviusbsas (discussão) 15h33min de 10 de março de 2012 (UTC)[responder]
É claro que eu já fui corrigindo, e mesmo o «carece de fontes» para os casos em que é afirmado que existiria tal ou tal documento também fui eu que lá pus (nestes casos, como dizem que há documento é esperar para ver). Para o resto, é como diz, aquilo não precisa de mediação nenhuma porque é puro disparate. Entretanto vou chamar meia-dúzia de editores que se interessam por estes temas para virem aqui ao "barulho" dizer de sua justiça. Obrigado pelo seu comentário, Fulvius, e abraço (o que estamos mesmo a precisar é de professores de História, e eu não sei se não se deveria fazer um convite geral, pela Wikimédia, aos da Associação Portuguesa de Professores de História, que são cerca de 2.500 (os com as quotas em dia)). Jorge alo (discussão) 17h42min de 10 de março de 2012 (UTC)[responder]