Zósimo (em grego: Ζώσιμος) foi um historiador de língua grega e um advogado do fisco (advocatus fisci) na Prefeitura Pretoriana do Oriente, lotada na cidade de Constantinopla, entre os séculos V e VI.

Zósimo
Nascimento c. 460
Morte c. 518 - 520
Cidadania Império Bizantino
Ocupação Historiador e Advogado do fisco
Obras destacadas História Nova
Religião politeísmo

As datas de seu nascimento e morte não são conhecidos, mas estima-se que nasceu aproximadamente em 460 e morreu entre os anos 518 e 520, tendo nascido e vivido em Constantinopla, onde também trabalhou. Após o término de sua atuação como advogado do fisco, recebeu o título de conde (comes), demonstrando que poderia ter alguma proximidade com o imperador.

Que ele se encontrava ativo na época do imperador bizantino Anastácio I Dicoro (r. 491–518) se depreende por uma passagem da sua "História Nova"[1] na qual ele cita o crisárgiro[nota 1], imposto abolido por Anastácio em 498.

Sua obra ("História Nova"), escrita em grego, em seis "livros" (isto é, "rolos", cada cinco "livros" antigos correspondendo aproximadamente a um volume médio moderno), cobre o reinado do imperador romano Augusto (r. 27 a.C.14 d.C.) até o ano de 410, e é uma das mais importantes fontes para o conhecimento dos eventos do século IV e do início do século V. Sua atitude freqüentemente pró-pagã e anticristã lhe dá um colorido especial, podendo ser utilizada como balizadora para as obras de historiadores cristãos da época.

Vários aspectos da "História Nova" foram combatidos e refutados tanto na "História Eclesiástica" de Evágrio Escolástico (final do século VI) quanto na "Biblioteca" do patriarca Fócio (século IX).

O texto da "História Nova" sobreviveu num único manuscrito, atualmente no Vaticano (Codex Vaticanus Graecus 156), dos séculos X a XII, provavelmente originário do mosteiro de São João de Estúdio, de Constantinopla. Mas mesmo esse único manuscrito sofreu danos: um caderno de oito folhas, entre o final do livro I e o início do livro II, desapareceu; uma folha também falta a partir do livro V, capítulo 22. O manuscrito encontra-se no Vaticano desde 1475.

O autor mostra-se, em sua narrativa, repetidamente anticristão; culpa as dificuldades pelas quais passa o Império Romano ao abandono dos antigos cultos[2]. Não lhe falta em alguns casos senso crítico, mas ele também adere a muitas superstições, como a crença na astrologia e nos augúrios, e o seu uso das fontes é, muitas vezes, superficial.

Sua obra inicia-se na época de Augusto, tratando de forma breve todo o período até Diocleciano (livro I, capítulos 1 a 36), tornando-se mais detalhada a partir daí. Não se trata de trabalho original, mas sim de compilação de outros autores; o sexto livro termina de modo abrupto, mostrando-se claramente inacabado; é provável também que Zósimo tencionasse levar sua história adiante, sendo talvez impedido pela sua morte.

Tanto quanto se pode depreender, as fontes utilizadas foram Dexipo de Atenas para o livro I, Eunápio de Sardes para os livros II até V, capítulo 27 e Olimpiodoro de Tebas a partir daí, tendo sido utilizadas, no geral, de forma bastante literal e pouco crítica. A história de Eunápio termina no ano 404; a obra de Olimpiodoro cobria o período de 407 a 425. O uso quase servil dessas duas fontes, em especial, se torna patente no final do livro V: o tratamento dado a Estilicão, o comandante-em-chefe do Império Romano do Ocidente, é hostil enquanto Zósimo segue Eunápio, mas muda para um tom de quase aprovação no capítulo 34, quando a fonte utilizada passa a ser Olimpiodoro.

Citações

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Notas

  1. "Imposto em ouro e prata", taxa paga pela população urbana e incidente sobre ofícios exercidos.

Referências

  1. "História Nova", livro II, cap. 38
  2. "História Nova", livro II, capítulo 7

Ligações externas

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