Abu Faris Abdalazize I

político
 Nota: Para outros significados, veja Abdalazize.

Abu Faris Abdalazize I ibne Ali (em árabe: أبو فارس عبد العزيز إبن علي; romaniz.:Abu Faris Abd al-Aziz ibn Ali) foi o sultão do Império Merínida de 30 de agosto de 1366 a 23 de outubro de 1372.[1]

Abu Faris Abdalazize I
Sultão do Império Merínida
Reinado 1366-1372
Antecessor(a) Abu Zaiane Maomé III
Sucessor(a) Abu Zaiane Maomé IV
 
Morte 23 de outubro de 1372
Descendência Abu Zaiane Maomé IV
Casa merínida
Religião Islão

Vida editar

Abu Faris Abdalazize chegou ao poder numa época em que os Estados mouros de Granada, Marrocos e Tremecém eram todos fracos e propensos a se intrometer nos assuntos uns dos outros.[2] Em 1366, o sultão Abu Zaiane Maomé III tentou destituir o vizir Omar ibne Abedalá Aliabani do cargo e foi morto em resposta. Abu Faris Abdalazize subiu ao trono em 30 de agosto daquele ano. Uma vez que estava firmemente no controle, matou o vizir.[3] Abu Faris foi um dos governantes merínidas mais decisivos. Derrotou os vizinhos ziânidas em Tremecém, a leste,[2] e restabeleceu o controle sobre Marraquexe, onde um príncipe merínida apoiado pelo chefe da confederação Hintata dos montes Atlas se separou do sultanato em Fez.[3]

Quando Abu Faris capturou Tremecém, fez prisioneiro o diplomata ibne Caldune (1332–1406) e o alistou em seu próprio serviço. Mais tarde, ibne Caldune estabeleceria fama duradoura por sua grande história mundial, que começou a escrever por volta de 1372.[4] Ibne Riduão Almalaqui (1318–1381), autor de um importante tratado sobre ética política, foi outro dos administradores seniores de Abu Faris.[5] Ele também deu asilo a ibne Alcatibe, ex-vizir de Maomé V de Granada,[3] ao ordenar que as forças merínidas em Gibraltar ajudassem Alcatibe a escapar à sua corte.[6] Ele construiu o Muristão Alazizi (Hospital Alazizi) em Fez e uma fonte adjacente que sobreviveram até os tempos modernos.[7] Abu Faris morreu em 23 de outubro de 1372 e foi sucedido por seu filho pequeno, Abu Zaiane Maomé IV.[6] O reino novamente caiu na anarquia. Em 1374, Maomé V de Granada assumiu o controle de Gibraltar.[8]

Referências

  1. Zaghi 1973, p. 17.
  2. a b Fage & Oliver 1975, p. 365.
  3. a b c Abun-Nasr 1987, p. 113.
  4. Park & Boum 2006, p. 166.
  5. Park & Boum 2006, p. 169.
  6. a b Abun-Nasr 1987, p. 114.
  7. Parker 1981, p. 93.
  8. Hasan 1998, p. 149.

Bibliografia editar

  • Abun-Nasr, Jamil M. (1987). A History of the Maghrib in the Islamic Period. Cambrígia: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN 978-0-521-33184-5 
  • Fage, John Donnelly; Oliver, Roland Anthony (1975). The Cambridge History of Africa. Cambrígia: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN 978-0-521-20981-6 
  • Hasan, Masudul (1998). History of Islam: Classical period, 1206–1900 C.E. Calicute: Islamic Publications 
  • Park, Thomas K.; Boum, Aomar (2006). Historical Dictionary of Morocco. Lanham: Scarecrow Press. ISBN 978-0-8108-6511-2 
  • Parker, Richard Bordeaux (1981). A Practical Guide to Islamic Monuments in Morocco. Caduna, Nigéria: Baraka Press. p. 93 
  • Zaghi, Carlo (1973). L'Africa nella coscienza europea e l'imperialismo italiano. Nápoles: Guida