As Adegas Güell são um conjunto arquitetónico composto por umas adegas e edifícios anexos situados na comarca de Garraf, município de Sitges, desenhadas pelo arquiteto catalão Antoni Gaudí e pelo seu colaborador Francesc Berenguer, construído entre 1895 e 1897.[1]

Adegas Güell.

História e descrição editar

Em 1882, Eusebi Güell, conde de Güell, decidiu encomendou esta obra ao arquiteto Antoni Gaudí,[2] com quem mantinha uma frutuosa relação pessoal e profissional desde 1878,[3] quando ficara impressionado com o seu talento ao ver desenhos arquiteturais realizados por este na Exposição Universal desse ano em Paris.[4] O conde foi o principal mecenas de Gaudí ao longo da sua carreira, encomendando-lhe várias das suas obras mais conhecidas, como o Palácio Güell, o Parque Güell e a Cripta da Colónia Güell.[4]

 
Pavilhão da portaria.

O encargo original de Güell consistia numas adegas e nuns pavilhões de caça na sua propriedade em Sitges, a fazenda La Cuadra, mas estes últimos nunca chegaram a ser edificados. As adegas e os edifícios anexos foram construídos entre 1895 e 1897, sob a direção de Francesc Berenguer, colaborador de Gaudí. Alguns estudiosos afirmam que a sua autoria é inteiramente de Berenguer, mas a maioria atribui a mesma a Gaudí, tanto pelo seu estilo como pelas soluções estruturais, estilísticas e materiais utilizados, levando igualmente em consideração que tratava de um encargo do conde Güell, amigo íntimo de Gaudí, e o facto de Berenguer não possuir o título de arquiteto, pelo que não podia assinar o projeto.[5]

As adegas possuem um perfil frontal triangular com telhados muito inclinados em lajes de pedra, rematados por um jogo de chaminés e duas pontes que ligam as adegas ao antigo edifício existente na fazenda. Tem três pisos: o rés-do-chão para garagem, o primeiro piso para habitação e o último para uma capela coberta por uma abóbada parabólica, com o altar ao centro. O conjunto é completado com um pavilhão de portaria, onde se destaca a porta de ferro forjado com a forma de uma rede de pesca.[6]

Güell produzia em Garraf um vinho que era servido nos barcos da Compañía Trasatlántica e que era exportado para Cuba; como não tinha muito sucesso, deixou de ser produzido em 1936.[7]

Atualmente as Adegas Güell alojam um restaurante.[1]

Ver também editar

 
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Referências

  1. a b «Gaudí: Bodegas Güell de Garraf» (em espanhol). Gaudí y el modernismo en Cataluña. Consultado em 8 de janeiro de 2012. Cópia arquivada em 11 de fevereiro de 2010 
  2. Bassegoda i Nonell, Joan (2002). Gaudí o espacio, luz y equilibrio (em espanhol). Madrid: Criterio. p. 79. ISBN 84-95437-10-4 
  3. Güell, Xavier (janeiro 2002). «El Parc Güell o la especificidad de Gaudí». Barcelona: Ajuntament de Barcelona. Barcelona: metròpolis mediterrània (em espanhol) (58). ISSN 0214-6215. Consultado em 1 de janeiro de 2012. Cópia arquivada em 28 de agosto de 2010 
  4. a b Zimmermann, Robert (abril 2002). «The Best of Gaudí» (PDF) (em inglês). Consultado em 8 de janeiro de 2012. Arquivado do original (pdf) em 2 de julho de 2007 
  5. Bassegoda i Nonell, Gaudí o espacio, luz y equilibrio, op. cit., p. 91-100.
  6. Bassegoda i Nonell, Gaudí o espacio, luz y equilibrio, op. cit., p. 81.
  7. Bassegoda i Nonell, Gaudí o espacio, luz y equilibrio, op. cit., p. 80.