Agostinho Ferreira Barrias

Agostinho Ferreira Barrias (Agarez, Vila Marim, Vila Real, 5 de Outubro de 1937 – 6 de Abril de 2023, Porto) foi um empresário português, que teve um papel de relevo no ramo da restauração na cidade do Porto, tendo sido o proprietário dos cafés Majestic e Guarany.

Agostinho Ferreira Barrias
Nascimento 5 de Outubro de 1937
Vila Marim, Vila Real
Morte 6 de Abril de 2023
Porto
Nacionalidade Portuguesa
Ocupação Empresário
Fachada do Café Majestic, em 2008.

Biografia editar

Nasceu na cidade de Vila Real, em 1938.[1] Ficou órfão aos oito anos.[1]

Viajou para o Brasil aos dezanove anos de idade, tendo iniciado a sua carreira como empresário de restauração naquele país.[2] Continuou neste ramo após o seu regresso a Portugal, tendo adquirido um conjunto de importantes cafés na cidade do Porto.[2] O primeiro foi o Ofir, na zona do Covelo, tendo depois comprado o Cenáculo, o Imperador e o Padrão.[2] Na década de 1980 foi responsável pela aquisição de dois estabelecimentos de grande importância do ponto de vista histórico, primeiro o Guarany em 1982,[2] e no ano seguinte o Majestic, que estavam prestes a encerrar e serem convertidos em agências bancárias.[2] No caso do Majestic, já existia uma ligação familiar a este estabelecimento, como explicou Agostinho Barrias à TSF em 2022: «O meu pai nos anos 80 evitou que o Majestic desaparecesse, havia uma proposta para converter o café num Banco e ele como era um apaixonado por cafés históricos decidiu comprar o espaço e restaurou-o. Foi um regresso às origens».[3] Com estas duas aquisições, principalmente o Majestic, destacou-se como um empresário de relevo na restauração portuense, tendo colocado a cidade nos roteiros internacionais.[2] Ainda nos anos 80, o seu grupo também começou a investir na hotelaria, negócio que conheceu uma grande expansão nos últimos anos de vida de Agostinho Ferreira Barrias.[2]

Era também membro Confraria do Covilhete de Vila Real.[1]

Faleceu em 6 de Abril de 2023, aos 85 anos de idade.[2] A exploração do seu grupo passou para os descendentes, dois filhos, Fernando e Filipe e uma filha, Vera.[2] Aquando da sua morte, várias personalidades importantes do Porto emitiram notas de pesar, incluindo o vereador Tiago Barbosa Ribeiro, que o classificou como um «empresário de exceção, homem discreto e humilde, [...] com forte consciência cívica, social e solidária, próximo dos seus trabalhadores e de uma economia ao serviço das pessoas e da comunidade», e que foi devido «à sua visão e investimento que devemos, para além de cafés históricos como o Majestic, o Guarany ou o Eça, o Hotel Aliados e outros espaços de referência do Porto».[4] Agostinho Barrias também foi recordado pelo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, como «um homem de trabalho, rigoroso mas afável. Percebeu muito cedo o valor do património e conseguiu evitar a destruição do Majestic para o transformar numa agência bancária, décadas antes da proliferação de turismo que hoje o Porto vive».[4] A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal também lamentou a sua morte, afirmando que «fica para a história como empreendedor e regenerador de marcas importantes na cidade do Porto».[4]

Referências

  1. a b c «Faleceu o vila-realense Agostinho Barrias, dono do Café Majestic». Universidade FM. 9 de Abril de 2023. Consultado em 14 de Abril de 2023 
  2. a b c d e f g h i AMORIM, Miguel (7 de Abril de 2023). «Porto diz adeus ao proprietário do Majestic». Jornal de Negócios. Consultado em 14 de Abril de 2023 
  3. FONSECA, Rute (2 de Dezembro de 2022). «Majestic, cem anos do "mais luxuoso café da Península Ibérica"». TSF. Consultado em 14 de Abril de 2023 
  4. a b c «"Homem de trabalho". Morreu Agostinho Barrias, proprietário do Majestic». Rádio Invicta Mix. 8 de Abril de 2023. Consultado em 14 de Abril de 2023