Agripino (mestre dos soldados)

 Nota: Para outras pessoas de mesmo nome, veja Agripino.

Agripino (fl. 451-461) foi um general do Império Romano Ocidental, mestre dos soldados da Gália sob os imperadores Valentiniano III (r. 425–455), Petrônio Máximo (r. 455), Ávito (r. 455–456) e Líbio Severo (r. 461–465).

Agripino
Nascimento século IV
Gália, talvez Lugdunense
Morte século IV
Nacionalidade Império Romano do Ocidente
Ocupação Governador
 
Soldo de Majoriano (r. 456–461)
 
Soldo de Líbio Severo (r. 461–465)

Agripino era nativo da Gália,[1] embora seja incerto a localização precisa de seu nascimento. O historiador Ralph Mathisen afirmou que seus laços atestados concentram-se na porção oriental de Lugdunense, uma vez que "[os] escritores de nenhuma outra área tem algo bom a dizer sobre ele".[2] Ele foi nomeado conde e mestre dos soldado da Gália em 451/452 por Valentiniano III (r. 425–455) com a missão de colocar ordem no país.[3] Logo em seu primeiro ano ocupando o ofício teria sido o destinatário duma carta do bispo Eufrônio de Augustoduno na qual descreve um cometa visto na Páscoa de 451.[4] A Vida de Aniano registra que quando foi ferido, Aniano de Aureliano (atual Orleães) miraculosamente curou-o e ele, em sinal de gratidão, libertou todos os prisioneiros da cidade.[3]

Após a deposição de Ávito (r. 455–456) por Majoriano (r. 456–461) em 456, Majoriano substituiu Agripino por Egídio em 456/457 em sua função de conde; Egídio então acusou seu predecessor de favorecer os bárbaros e de planejar render sua província para eles.[5] Acompanhado por Lupicino, abade do Mosteiro de São Cláudio, Agripino foi enviado para Roma, onde foi julgado e sentenciado à morte sem a possibilidade de apelar ao imperador, o patrício Ricímero, então o grande poder no império, ou o senado.[6]

Segundo a Vida de Lupicino, Agripino apenas evitou a morte ao conseguir escapar da prisão e refugiar-se na Igreja de São Pedro. Mais adiante, foi perdoado pelo imperador, com auxílio do abade, e foi enviado para a Gália "exaltado com honras".[a][6] Os autores da Prosopografia do Império Romano Tardio sugerem que a Vida de Lupicino faz menção a um período de desgraça sob Majoriano e uma posterior restauração sob Líbio Severo e Ricímero.[5]

Como Egídio não reconheceu a autoridade de Severo, o novo imperador restaurou Agripino como conde (461/462). Uma vez investido com as insígnias do ofício, Agripino cedeu a cidade de Narbona para os visigodos do general Frederico. Este movimento, segundo Hugh Elton e os autores da Prosopografia, fez parte dum plano de Líbio Severo para assegurar a ajuda do rei Teodorico II (r. 453–466) contra Egídio.[5][7]

[a] ^ Ralph W. Mathisen opina numa nota de rodapé que "Agripino provavelmente nunca foi para Roma".[8]

Referências

  1. Martindale 1980, p. 37.
  2. Mathisen 1989, p. 218.
  3. a b Martindale 1980, p. 37-38.
  4. Muhlberger 1990, p. 208.
  5. a b c Martindale 1980, p. 38.
  6. a b Mathisen 1989, p. 199f.
  7. Elton 1992, p. 172.
  8. Mathisen 1989, p. 200, n. 124.

Bibliografia

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  • Elton, Hugh (1992). «Defence in fifth-century Gaul». In: Drinkwater, John; Elton, Hugh. Fifth-Century Gaul: A Crisis of Identity?. Cambridge: Cambridge University Press 
  • Martindale, J. R.; A. H. M. Jones (1980). The prosopography of the later Roman Empire. 2. A. D. 395 - 527. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press 
  • Mathisen, Ralph W. (1989). Ecclesiastical Factionalism and Religious Controversy in Fifth-Century Gaul. Washington: Catholic University of America Press 
  • Muhlberger, Steven (1990). The Fifth-century chroniclers: Prosper, Hydatius, and the Gallic Chronicler of 452. Leeds: Francis Cairns