Mutavaquil III

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Maomé Mutavaquil ala Alá (Muḥammad al-Mutawakkil ala Allah, dito Mutavaquil III[1] (em árabe: المتوكل على الله الثالث), foi o décimo-sétimo e último califa abássida do Cairo, no Egito, sob os sultões mamelucos. Ele serviu por dois períodos, entre entre 1508 e 1516 e, novamente, em 1517. Desde o saque de Bagdá pelos mongóis e a execução do califa Almostacim em 1258, os califas abássidas passaram a morar no Cairo e serviram apenas como líderes religiosos e como instrumentos para legitimar o governo dos sultões mamelucos.

Mutavaquil III
17º e último Califa Abássida no Cairo
Reinado 15081516
1517
Antecessor(a) Almostancique
Almostancique
Sucessor(a) Almostancique
EXTINTO
Morte 1543
Dinastia Abássida
Pai Almostancique

História editar

Em 24 de agosto de 1516, o sultão mameluco Cansu Alguri perdeu a Batalha de Marj Dabiq nas proximidades de Alepo (na Síria) contra o sultão otomano Selim I. O califa Mutavaquil III foi feito prisioneiro e Alaxarafe Cansu Alguri morreu pouco depois. Almostancique retomou sua posição de califa no Cairo sob o novo sultão mameluco Alaxarafe Tumane Bei.

Depois de pacificar a Síria, Selim I conquistou o Egito e Alaxarafe Tumane Bei, o último sultão, foi executado em 13 de abril de 1517 por Selim I. Selim se apodera das insígnias do califado, mas a transmissão da função de califa para o sultão otomano é uma ficção criada no final do século XVIII[2][3].

Ver também editar

Mutavaquil III
Nascimento:  ? Morte: 1543
Precedido por:
Almostancique
Califas do Cairo
1508–1516
Sucedido por:
Almostancique
Precedido por:
Almostancique
Califas do Cairo
1517
Vago
Califado foi entregue a Selim I

Referências

  1. Gonçalves 2011, p. 400.
  2. (em inglês) Clifford Edmund Bosworth. The new Islamic dynasties: a chronological and genealogical manual. The caliphs in Cairo 659-923/1261-1517. [S.l.: s.n.] p. 9 , Janine & Dominique Sourdel. Dictionnaire historique de l'islam. [S.l.: s.n.] p. 11  Parâmetro desconhecido |subtítulo chapitre= ignorado (ajuda) e Janine & Dominique Sourdel. Dictionnaire historique de l'islam. Califat. [S.l.: s.n.] p. 181  que afirmam que o título oficial de "califa" e "comandante dos crentes" nunca foi tomado pelos otomanos. É a Constituição Otomana de 1876 que prevê que "o sultão, como califa, é o protetor da religião muçulmana"
  3. Sobre esta transmissão do título de califa, Bernard Lewis escreveu:

    Não há sombra de dúvida de que esta história é apócrifa. Nem nos historiadores egípcios ou e nem nos historiadores otomanos do até o século XVI há qualquer referência a ela e é inconcebível que um evento desta magnitude tenha sido negligenciado. De tempos em tempos, os governantes otomanos fizeram uso do título de califa, mas muitos outros monarcas muçulmanos relativamente menores também o fizeram. [...] A era do califado universal havia acabado e nenhum governante muçulmano afirmou o contrário até que a ideia foi ressuscitada pelos otomanos no final do século XVIII.
    Esta reivindicação surgiu pela primeira vez no Tratado de Kutchuk-Kaïnardji em 1774. [...] Para salvar a face, o sultão, que estava renunciando à soberania política sobre a Crimeia, foi autorizado a proclamar-se "como um líder religioso supremo do Islã" e o líder religioso dos tártaros.

     
    Bernard Lewis (2005). Islam. Le langage politique de l'islam / Gouvernants et gouvernés. Quarto. Paris: Gallimard. p. 732. 1333 páginas. ISBN 978-2-07-077426-5 ..

Bibliografia editar

  • Gonçalves, Henriqueta Maria (2011). Metamorfoses: 25 anos do Departamento de Letras Artes e Comunicação. UTAD, Vila Real, Portugal: DLAC - Departamento de Letras Artes e Comunicação. ISBN 978-989-704-012-2 

Ligações externas editar

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