Alucinação (álbum de Belchior)

 Nota: Este artigo é sobre o álbum do cantor Belchior. Para outros significados, veja Alucinação (desambiguação).

Alucinação é o segundo álbum de estúdio do cantor e compositor brasileiro Belchior, lançado em 1976 pela gravadora PolyGram, através do selo Philips[1] (atual Universal Music). Conta com sucessos que consagraram o cantor, como "Apenas um Rapaz Latino-Americano", "Como Nossos Pais" e "Velha Roupa Colorida".[1] Graças a esses hits, o álbum vendeu trinta mil cópias em apenas um mês.[2] No total, o álbum vendeu mais de quinhentos mil cópias, consagrando-o como um ídolo de massa.[3]

Alucinação
Alucinação (álbum de Belchior)
Álbum de estúdio de Belchior
Lançamento junho de 1976 (1976-06)
Gravação 1976
Estúdio(s) Estúdio Phonogram de 16 canais, no Rio de Janeiro
Gênero(s)
Duração 37:25
Formato(s) LP
Gravadora(s) PolyGram, através do selo Philips
Produção Marco Mazzola
Cronologia de Álbuns de estúdio por Belchior
Belchior
(1974)
Coração Selvagem
(1977)

Em 1977, em entrevista à revista Pop, Belchior explicou o título "Alucinação", dado ao disco: "Viver é mais importante que pensar sobre a vida. É uma forma de delírio absoluto, entende?".[1]

A capa do disco é uma foto do cantor pelo fotógrafo Januário Garcia, tirada em um ângulo que segundo o profissional, não tem motivo específico. Os efeitos de cores e luzes foram obtidos por meio da técnica da solarização.[4]

Recepção editar

Fortuna crítica editar

Críticas profissionais
Avaliações da crítica
Fonte Avaliação
Folha de S.Paulo (1976) Favorável[5]
O Globo (1976) Favorável[6]
O Globo (1976)      [7]

Renato de Moraes, escrevendo para a Folha de S.Paulo, elogia o disco de Belchior pela sua novidade: sem a influência da poesia concretista em suas letras, o disco do cantor cearense impressiona mais por suas extensas letras narrativas, ao estilo de Bob Dylan. Também é elogiada a sólida base sonora do álbum, que se divide entre o blues, o country, o baião e o rock.[5] Sérgio Cabral critica a fixação de Belchior pelo novo, dizendo que tudo em seu disco - o seu anarquismo, as suas contradições e as suas referências a maio de 1968 - é velho. Termina dizendo que considera o álbum um "desperdício de talento".[7] Nelson Motta, escrevendo para o mesmo Globo de Cabral, não concorda com o seu colega e elogia o trabalho de Belchior exatamente pela sua exploração dos sentidos de "novo", como também pela produção de Marco Mazzola e pela performance dos músicos.[6]

Legado editar

Josely Teixeira Carlos, radialista, professora e pesquisadora da Universidade de São Paulo, diz que "esse disco resume o sentimento de toda uma geração brasileira, interiorana no meio da cidade grande".[1]

O jornal O Globo reafirma o pensamento de que o álbum seria revolucionário dentro da MPB ao explicar que "esta obra-prima do cantor e compositor contém canções que exprimiam a urgência do jovem brasileiro entre a violência do estado e o fim dos sonhos de liberdade".[1]

Segundo o Correio 24 Horas, "o disco tornou-se um clássico instantâneo que atravessou gerações. Em dez faixas, o cearense relata suas angústias frente à cidade grande e o ocaso do sonho hippie, com ironia e um pouco de amargura".[8]

É por conta disso que, conforme a revista Veja, "na trajetória do cantor, Alucinação é o disco fundamental. Considerado um dos maiores álbuns da música brasileira, é envolvido em desencanto, sentimento traduzido em 'Como Nossos Pais', que alcançou projeção ainda maior na voz de Elis Regina".[9]

Faixas editar

Todas as faixas escritas e compostas por Belchior. 

Lado A
N.º Título Duração
1. "Apenas um Rapaz Latino-Americano"   4:17
2. "Velha Roupa Colorida"   4:49
3. "Como Nossos Pais"   4:41
4. "Sujeito de Sorte"   3:56
5. "Como o Diabo Gosta"   2:33
Lado B
N.º Título Duração
1. "Alucinação"   4:52
2. "Não Leve Flores"   4:11
3. "A Palo Seco"   2:56
4. "Fotografia 3 X 4"   5:27
5. "Antes do Fim"   0:59
Duração total:
37:25

Créditos editar

Ficha técnica editar

  • Produzido por: Marco Mazzola
  • Técnico de gravação: Ary Carvalhaes
  • Auxiliar de gravação: Paulo Sérgio (Chocô)
  • Auxiliar de estúdio: Rafael Azulay
  • Técnico de mixagem: Mazzola
  • Montagem: Jairo Gualberto
  • Corte: Joaquim Figueira
  • Direção de arte: Aldo Luiz
  • Layout e arte final: Nilo de Paula
  • Fotos: Januário Garcia

Músicos participantes editar

Referências

  1. a b c d e oglobo.globo.com/ Em "Alucinação", Belchior exprimiu a urgência do jovem brasileiro
  2. Dicionário Cravo Albin
  3. rollingstone.uol.com.br/ Astro pouco convencional, Belchior fez música brasileira folk como nunca tinha sido ouvida antes
  4. «Alucinação - Belchior / Arte na Capa». Canal Brasil. Grupo Globo. 23 de março de 2019. Consultado em 13 de fevereiro de 2021 
  5. a b Moraes, 1976.
  6. a b Motta, 1976.
  7. a b Cabral, 1976.
  8. correio24horas.com.br/ "Alucinação", clássico álbum de Belchior, completou 40 anos em 2016
  9. veja.abril.com.br/ "Alucinação", de Belchior, é considerado um dos maiores álbuns da música brasileira. Confira três sucessos do álbum do cantor.

Bibliografia editar

  • CABRAL, Sérgio. Belchior: o novo só na superfície. O Globo, p. 7.
  • MORAES, Renato de. O lançamento polêmico e definitivo dos cearenses. Folha de S.Paulo, Ilustrada, 23 de julho de 1976, p. 35.
  • MOTTA, Nelson. Toques astrais e musicais sobre a "Alucinação" de Belchior, poeta feroz. O Globo, p. 9.
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