Amalafredo, Hamalafredo (em latim: Hamalafredus) ou Amalafridas (em grego: 'Αμαλαφρίδας; romaniz.:Ámalaphrídas) foi um nobre ostrogótico-turíngio do século VI, ativo no reinado do imperador Justiniano (r. 527–565).

Amalafredo
Nacionalidade Império Bizantino
Etnia ostrogótico-turíngio
Progenitores Mãe: Amalaberga
Pai: Hermanfredo
Filho(a)(s) Artaquis
Ocupação Nobre e oficial militar
Soldo de Justiniano (r. 527–565)

Etimologia editar

O antropônimo é um nome gótico composto formado por Amal, o nome de uma das duas casas nobres dos godos,[1] e *friþa, "paz".[2] [3] Apareceu sob as formas Amalafrida (Αμαλαφρίδα), Alamafrida (Αλαμαφρίδα), Alalafrida (Αλαλαφρίδα) e Amalafridas (Αμαλαφρίδας), que foi utilizada por Venâncio Fortunato para esta personagem, Amalafris (Αμαλαφρίς), Amalafrides (Αμαλαφρίδης) e (H)amalafredo ((H)amalafredus),[4] que foi utilizada por Procópio de Cesareia à mesma personagem.[5]

Vida editar

Amalafredo era filho do rei turíngio Hermanfredo (r. 507/511–532) e da rainha ostrogótica Amalaberga, filha de Amalafrida e sobrinha de Teodorico, o Grande (r. 474–526). Sabe-se que era primo de Radegunda e que tinha uma irmã de nome incerto, quiçá Rodelinda, que casou-se com o rei lombardo Audoíno (r. 546/547–560).[6]

Com a morte do seu pai em 532, acompanhou sua mãe e sua irmã à corte ostrogótica em Ravena, na Itália. Lá foi capturado em 540 junto com Vitige (r. 536–540) pelo general bizantino Belisário e enviado a Constantinopla.[7] Sob Justiniano, entrou para serviço imperial e ocupou a patente de mestre dos soldados cerca de 552. Quando os lombardos solicitaram ajuda militar contra os gépidas, o imperador enviou um exército comandado por ele, Justino, Justiniano, Arácio e Suartuas para auxiliar Audoíno. Apenas Amalafredo chegou aos territórios lombardos e ajudou-os contra seus inimigos.[8][9] O poema De Excidio Thoringiae de Venâncio Fortunato, escrito após 567, lhe foi endereçado. Nele, o autor relata o quão próximo esse nobre turíngio era de sua prima Radegunda durante sua infância. Aparentemente, após à produção do texto, Amalafredo viajou para o Ocidente, onde encontrar-se-ia com sua prima em Poitiers. Um outro poema publicado posteriormente e endereçado a seu filho Artaquis lamenta sua morte.[8]

Referências

  1. Schönfeld 1911, p. 10.
  2. Wood 1895, p. 21.
  3. Schönfeld 1911, p. 93.
  4. Schönfeld 1911, p. 15.
  5. Martindale 1992, p. 50.
  6. Martindale 1992, p. 50-51.
  7. Lot 2013, p. 325-326.
  8. a b Martindale 1992, p. 51.
  9. Fries-Knoblach 2014, p. 93.

Bibliografia editar

  • Fries-Knoblach, Janine; Steuer, Heiko; Hines, John (2014). The Baiuvarii and Thuringi: An Ethnographic Perspective. Woodbridge, Sufolque: Boydell & Brewer Ltd. ISBN 1843839156 
  • Lot, Ferdinand (2013). The End of the Ancient World. Londres: Routledge. ISBN 1136202331 
  • Martindale, John R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1992). The Prosopography of the Later Roman Empire - Volume III, AD 527–641. Cambrígia e Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN 0-521-20160-8 
  • Schönfeld, M. (1911). Wörterbuch der altgermanischen personen-und völkernamen. Heilderberga: Livraria da Universidade Carl Winter 
  • Wood, Francis Asbury (1895). I. Verner's Law in Gothic. II. The Reduplicating Verbs in Germanic. Chicago: Imprensa da Universidade de Chicago