Frisada

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A frisada (Mareca strepera)[2] é uma ave da família dos Anatídeos.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaFrisada
Macho
Macho

Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Anseriformes
Família: Anatidae
Género: Mareca
Espécie: M. strepera
Nome binomial
Mareca strepera
Linnaeus, 1758
Distribuição geográfica

Mareca strepera - MHNT

Taxonomia editar

Além do nome científico Mareca strepera, também lhe toca o antigo nome taxonómico Anas strepera.

A alteração de género de Anas para Mareca decorre por virtude das recomendações emitidas pelo IOC, que determinou, com base em estudos publicados em 2009 que o género Anas não era monofilético, pelo que foi dividido em 4 géneros monofiléticos, dentre os quais se conta o género Mareca, onde se inseriram 5 espécies extantes. [3][4]

Etimologia editar

Do que toca ao nome científico:

  • O nome genérico, Mareca, foi cunhado pelo biólogo inglês James Francis Stephens em 1824[5][6], por alusão à palavra portuguesa «Marreco»[7], comummente utilizada para designar espécies de patos de porte pequeno.[8]
  • O epíteto específico, strepera[9], provém do neolatim streperus, que por seu turno advém do latim clássico strepō que significa «fazer barulho; gritar; reboar».[10]

Descrição editar

Esta espécie de pato marreco mede cerca de 50 centímetros de comprimento.[11] Trata-se de uma espécie com dimorfismo sexual, de maneira que o macho e a fêmea têm aspecto diferente.[11]

As características mais emblemáticas evidenciam-se nos machos, cujos dorsos se matizam em tons que variam entre o castanho-canela e o cinzento.[11] A plumagem, vista lateralmente, apresenta rendilhado acinzentado, ao passo que o ventre se mostra mais alvadio e as penas infracaudais integralmente pretas.[11]

A frisada fêmea assemelha-se muito à fêmea do pato-real, dela se distinguindo mormente por causa do espelho branco nas asas e pelo bico alaranjado.[11] Quando se observa em pleno voo, a frisada fêmea afigura-se mais esbelta do que a pata-real, sendo que os atributos que mais sobressaem são o abdómen e o espelho das asas, ambos de coloração alvadia[11].

Contudo, há caracteristícas partilhadas por ambos os géneros, com efeito, como o espelho branco nas asas.[11]

É um dos patos menos coloridos da Europa, pois a plumagem é essencialmente cinzenta e preta. As fêmeas, mais acastanhadas, são parecidas com as fêmeas de pato-real.[12]

Distribuição editar

Este pequeno pato nidifica em latitudes temperadas. Na Europa está presente nas regiões a sul do paralelo 60 ºN.

Portugal editar

Em Portugal a frisada ocorre durante todo o ano, havendo dois tipos de populações: a residente e a invernante.[11]

A população residente, por sinal com poucos efectivos, durante a época de reprodução, distribui-se sobretudo pelo Alentejo interior e, mais localmente, pelo Algarve.[11] Durante o período de invernada, com a chegada de espécimes invernantes oriundos de outros países europeus, a espécie tem uma distribuição mais alargada, podendo avistar-se de norte a sul do país, amiúde em bandos pouco numerosos. Frequenta sobretudo massas de água pouco profundas, como salinas, açudes e ribeiras.[11]

Associa-se com frequência a outras espécies de patos.[11]

Subespécies editar

São reconhecidas 2 subespécies:

Conservação editar

Esta espécie encontra-se listada no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal com o estatuto de Vulnerável.

Referências editar

  1. «IUCN red list Mareca strepera». Lista vermelha da IUCN. Consultado em 25 de junho de 2022 
  2. Paixão, Paulo (2021). Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo (PDF). Bruxelas, Bélgica: A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. p. 98. 334 páginas. ISBN 978-989-33-2134-8. ISSN 1830-7809 
  3. Gonzalez, J.; Düttmann, H.; Wink, M. (2009). «Phylogenetic relationships based on two mitochondrial genes and hybridization patterns in Anatidae». Journal of Zoology. 279: 310–318. doi:10.1111/j.1469-7998.2009.00622.x 
  4. Gill, Frank; Donsker, David, eds. (2017). «Screamers, ducks, geese & swans». World Bird List Version 7.3. International Ornithologists' Union. Consultado em 23 Julho 2017 
  5. Mayr, Ernst; Cottrell, G. William, eds. (1979). Check-list of Birds of the World. 1 2nd ed. Cambridge, Massachusetts: Museum of Comparative Zoology. p. 460 
  6. Stephens, James Francis (1824). General zoology, or Systematic natural history, by the late George Shaw. 12 Part 2. London: Printed for G. Kearsley. p. 130 
  7. Jobling, James A. (2010). The Helm Dictionary of Scientific Bird Names. London: Christopher Helm. p. 241. ISBN 978-1-4081-2501-4 
  8. «Marreco». Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Infopédia 
  9. «Strepera - WordSense Dictionary». www.wordsense.eu (em inglês). Consultado em 30 de março de 2023 
  10. «strepō | ONLINE LATIN DICTIONARY - Latin - English». www.online-latin-dictionary.com. Consultado em 30 de março de 2023 
  11. a b c d e f g h i j k «Frisada (Mareca strepera)». www.avesdeportugal.info. Consultado em 29 de março de 2023 
  12. «NCBI:txid75861». NCBI Taxonomy (em inglês). Consultado em 25 de junho de 2022 

Ligações externas editar

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