António Granjo
António Granjo | |
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Nome nativo | António Joaquim Granjo |
Nascimento | 27 de dezembro de 1881 Chaves |
Morte | 19 de outubro de 1921 (39 anos) Lisboa |
Cidadania | Portugal |
Ocupação | político, advogado, jornalista |
Prêmios | Oficial da Ordem Militar de Avis |
Causa da morte | homicídio premeditado |
António Joaquim Granjo OA (Chaves, 27 de dezembro de 1881 — Lisboa, 19 de outubro de 1921) foi um advogado e político português.
BiografiaEditar
Republicano na sua juventude, era um membro do Assembleia Nacional Constituinte, eleito em 28 de Maio de 1911. Lutou durante a participação portuguesa na primeira guerra mundial, e escreveu um livro sobre as suas experiências.
Colaborou em A republica portugueza[1] (1910-1911).
Foi iniciado na Maçonaria, no triângulo 187, de Santa Marta de Penaguião, com o nome simbólico de Buffon. Pertenceu também à Loja Cavalheiros da Paz e Concórdia, em Lisboa. Manteve ligações a esta sociedade até ao final da sua vida, quando pertencendo à Loja Liberdade e Justiça, n.º 373, de Lisboa, foi alertado por uma prancha datada de 15 de Outubro de 1921 (Rocha Martins, ob. cit.).[2]
Depois do assassinato do presidente Sidónio Pais, António Granjo insurgiu-se contra a Monarquia do Norte em 1919 e a tentativa de instauração de um regime Real. Foi presidente da câmara municipal de Chaves de Fevereiro a Julho de 1919.
Eleito no mesmo ano para a Câmara dos Deputados, pelo Partido Republicano Evolucionista e, mais tarde, fundador do movimento sucessor, o Partido Liberal Republicano.
Alferes, a 24 de Junho de 1919 foi feito Oficial da Ordem Militar de São Bento de Avis.[3] O seu irmão, o Tenente Manuel António Granjo, foi feito Cavaleiro da Ordem Militar de Avis a 5 de Outubro de 1928.[4]
Ministro da Justiça durante o governo do coligação de Domingos Pereira, serviu o país como presidente do Ministério (atual primeiro-ministro) por dois breves mandatos, de 19 de Julho a 20 de Novembro de 1920, num governo liberal, e novamente, para substituir Tomé de Barros Queirós, de 30 de Agosto a 19 de Outubro de 1921.
AssassinatoEditar
António Granjo foi cruelmente assassinado na noite de 19 para 20 de Outubro de 1921, conhecida por "Noite Sangrenta", na sequência da revolução de cariz radical iniciada a dia 19, que o levou a pedir a demissão do cargo de presidente do Ministério que então desempenhava.
Os seus assassinos foram marinheiros e soldados da GNR integrantes do movimento revolucionário em curso comandados pelo cabo Abel Olímpio, o Dente de Ouro. António Granjo foi levado de casa de Francisco Cunha Leal, afecto ao Partido Democrático, onde tinha tentado obter protecção, e levado para o Arsenal da Marinha. À sua chegada foi ferido com dois tiros no pescoço, tendo sido tratado na enfermaria e recolhido a um quarto. Um grupo de revolucionários entrou no quarto onde se encontrava gravemente ferido crivando-o de balas. Depois disso um corneteiro da GNR ainda lhe cravou um sabre no ventre.
Na sequência desta revolução vale recordar que na "Noite Sangrenta" foram também assassinados outros republicanos do 5 de Outubro, entre os quais os revolucionários Machado Santos e José Carlos da Maia. Em comum entre todos os assassinados o terem sido opositores da corrente radical que dominou a Primeira República Portuguesa, com a excepção de poucos e breves interregnos.
Referências
- ↑ A republica portugueza : diario republicano radical da manhan (1910-1911) [cópia digital, Hemeroteca Digital]
- ↑ «Resistência». Resistencia.centenariorepublica.pt
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "António Joaquim Granjo". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 9 de fevereiro de 2015
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Manuel António Granjo". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 9 de fevereiro de 2015