António Pereira da Cunha e Castro Lobo

António Pereira da Cunha e Castro Lobo (Viana do Castelo, 9 de Abril de 1819 - Lisboa, 18 de abril de 1890), Fidalgo da Casa Real (Alvará de 4 de Fevereiro de 1825), senhor da Casa Grande e da Torre da Cunha em Paredes de Coura, do Morgado dos Lobos em Monção,[1] foi um político, poeta, professor, romancista, jornalista e dramaturgo português.[2]

Biografia

editar

Morava no chamado Castelo de Portuzelo, em Santa Marta de Portuzelo, e o qual foi o autor do sua radical transformação arquitetónica.[3]

Iniciou a sua carreira literária aos 13 anos em Viana do Castelo.[4]

Ao longo do tempo participou em várias publicações literárias, como na Crónica Literária da Nova Academia Dramática, no Trovador, em Coimbra e na Revista Universal Lisbonense. Quando foi viver para Lisboa participou no Jornal miguelista, A Nação. Produziu poesia e prosa romântica, no entanto dedicou-se igualmente à literatura teatral, onde foi autor de peças que estiveram em cena no teatro da Rua dos Condes e no teatro D. Maria II.[5]

 
D. Miguel I de Portugal, no exílio, tendo à volta um grupo de legitimistas mostrando o seu apoio. Vêem-se as seguintes individualidades, da esquerda para a direita: João de Lemos Seixas Castelo Branco; Dr. Carlos Zeferino Pinto Coelho; Conde de Avintes (Marquês de Lavradio); Conde de Bobadela; Marquês de Abrantes; José Izidoro Mouzinho; Francisco de Lemos; António Joaquim Ribeiro Gomes de Abreu; António Pereira da Cunha; Conde de São Martinho e António Pinto Saraiva. Londres, c. 1862

Tornou-se militante do Partido Legitimista do Alto Minho. Entre 1856 e 1861 foi eleito deputado por Viana[4] (que não tomou posse por se recusar, como outros partidários de el-rei D. Miguel, em prestar o juramento estabelecido na Lei).[1]

Foi deputado pelo Partido Legitimista de Portugal; colaborou em O Trovador (1851-1856), periódico de inspiração ultrarromântica, bem como mais tarde em o Novo Trovador, que pretendeu continuar a tradição do anterior.[2]

Foi fundador e presidente da Associação Fraternal dos Artistas Vianeses.[4] Era também sócio do Instituto de Coimbra, membro do Conservatório Real de Lisboa, presidente da Sociedade Artística de Musica de Viana do Castelo.[1] Fez igualmente parte, como membro, da Sociedade Pública d’Agricultura e Comércio da Província do Minho cujo projeto para a sua constituição acabou por não ir avante.[6]

  • «Contos da Minha Terra» (1843)
  • «Os Quatro Irmãos» (1846)
  • «As Duas Filhas» (1843)
  • «A Moira de Santa Luzia» (1844)
  • «Tradição da Minha Terra» (1844)
  • «Pecado em noite Benta, Crónica Bracarence» (1844)
  • O Governo nas mãos do vilão (1844)[7]
  • «Brazia Parda» (1848)
  • «Herança do Barbadão» (1848)
  • «Não! Resposta Nacional às Pretensões Ibéricas» (1857)
  • «Brios Heroicos de Portuguezas» (1861)[8]
  • «Pedro, poesia oferecida a Sua Santidade, o papa Pio IX (1864)»[8]
  • «Cancioneiro de João de Lemos» (1867)[9]
  • «Martim Moniz», romance histórico em verso.
  • «A Filha por um cavalo», romance histórico em verso
  • «D. Leonor de Mendonça», drama em três actos.
  • «Victor Hugo em Guimarães», comédia em um acto, em prosa.
  • «Companhia monstro», comédia em três actos, em prosa.
  • «Um poeta no tempo d´el-rei D. João V», comédia e três actos, em prosa
  • «Vasconcelos», «Leites», «Pintos» e «Botados», romances heráldicos em verso tirados destes apelidos.[8]

Conhece-se ainda a narrativa, «Passeios na Póvoa», escrita em co-autoria com João de Azevedo e João Machado Pinheiro.[10]

Dados genealógicos

editar

Filho de Sebastião Pereira da Cunha, Coronel de Milícias de Viana, comandante com distinção de um batalhão da União durante a Guerra Peninsular e Maria Amália das Necessidades de Almada Pereira Cirne Peixoto (1847 - 1881[11]), filha dos 3.ºs Condes de Almada, Lourenço José Maria de Almada Abreu Pereira Cirne e Maria Rita Machado de Castelo-Branco Mendonça e Vasconcelos, filha terceira dos 1.ºs conde da Figueira[11].

Casou com D. Ana de Agorreta Pereira de Miranda Veloso, filha de António de Agorreta Pereira de Miranda Veloso, senhor do Paço de Anha, em Viana, e de sua mulher D. Maria Bárbara Felicíssima de Pádua de Sousa Godinho, natural de Pombal.[4]

Casado em 26 de Abril de 1848 com:

Tiveram:

Referências

  1. a b c d Livro de Oiro da Nobreza, Apostilas à Resenha das Famílias Titulares do Reino de Portugal de João Carlos Fêo Cardoso Castelo Branco e Tôrres e Manoel de Castro Pereira de Mesquita, pelos Domingos de Araújo Affonso e Ruy Dique Travassos Valdez, Tomo I, Academia Nacional de Heráldica e Genealogia, Braga 1933, pág. 530
  2. a b Correspondência de Machado Assis, Academia Brasileira de Letras, Tomo II (1870-1889),, coordenação de Sérgio Paulo Rouanet, Rio de janeiro, 2009, pág. 184, nota 1
  3. O Castelo de Portuzelo: análise interpretativa de uma construção romântica, por Sara Filipa Ramos Martins, Dissertação de mestrado integrado em Arquitectura (área de especialização em Cultura Arquitetónica), Universidade do Minho, 2019
  4. a b c d O Castelo de Portuzelo: análise interpretativa de uma construção romântica, por Sara Filipa Ramos Martins, Dissertação de mestrado integrado em Arquitectura (área de especialização em Cultura Arquitetónica), Universidade do Minho, 2019, pág. 65
  5. O Castelo de Portuzelo: análise interpretativa de uma construção romântica, por Sara Filipa Ramos Martins, Dissertação de mestrado integrado em Arquitectura (área de especialização em Cultura Arquitetónica), Universidade do Minho, 2019, pág. 66
  6. Porque é que a Sociedade Pública d'Agricultura e Comércio da Província do Minho não chegou a nascer?, por António Barros Cardoso e Cláudia Vilas Boas, Revista da Faculdade de Letras 49, Porto, III Série, vol. 8, 2007, pp. 49-94
  7. AS PAIXÕES POLÍTICAS E AS NARRATIVAS DA REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE NO TEMPO DE CASTILHO (1842-1845), por Eduardo da Cruz, Revista Araticum, Programa de Pós-graduação em Letras/Estudos Literários da Unimontes, v.11, n.1, 2015, pág. 38. ISSN: 2179-6793
  8. a b c Diccionario_Bibliographico_Portuguez_(Tomo_08_-_Suplemento_-_Letras_A-B), pág. 274
  9. a b c Livro de Oiro da Nobreza, Apostilas à Resenha das Famílias Titulares do Reino de Portugal de João Carlos Fêo Cardoso Castelo Branco e Tôrres e Manoel de Castro Pereira de Mesquita, pelos Domingos de Araújo Affonso e Ruy Dique Travassos Valdez, Tomo I, Academia Nacional de Heráldica e Genealogia, Braga 1933, pág. 531
  10. O Castelo de Portuzelo: análise interpretativa de uma construção romântica, por Sara Filipa Ramos Martins, Dissertação de mestrado integrado em Arquitectura (área de especialização em Cultura Arquitetónica), Universidade do Minho, 2019, pág. 67
  11. a b Albano da Silveira Pinto, Resenha das famílias titulares Grandes de Portugal, Empreza Editora de Francisco Arthur da Silva, Lisboa, 1883. Pág. 583.
  12. Albano da Silveira Pinto, Resenha das famílias titulares Grandes de Portugal, Empreza Editora de Francisco Arthur da Silva, Lisboa, 1883. Pág. 583.
  13. Ultimas gerações de Entre Douro e Minho: apostilas ás Arvores de costados das famílias nobres de José Barbosa Canaes de Figueiredo Castello Branco, Volume 2, por José de Souza Machado Telles da Sylva, 1932, pág. 226

Ligações externas

editar
  Este artigo é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o. Editor: considere marcar com um esboço mais específico.