Sebastião Maria do Carmo Pereira da Cunha e Castro

Sebastião Maria do Carmo Filomena Pereira da Cunha e Castro Lobo (9 de Fevereiro de 1850 - 16 de Setembro de 1896[1]) ou simplesmente Sebastião Pereira da Cunha como era assim que assinava, fidalgo-cavaleiro da Casa Real, deputado da Nação, morador no palácio e castelo de Portuzelo na freguesia de Santa Marta de Portuzelo e 11.º senhor da Casa Grande em Paredes de Coura,[2] foi um político e poeta português.

Era convicto "legitimista" como seu pai.[3]

Terá sido um dos últimos poetas românticos, reuniu várias vezes em sua casa, Guerra Junqueiro, António Feijó e outros desse movimento romântico,[4] e terá se exprimido através de um lirismo historicizante.[5]

Ppr altura do seu falecimento a revista O Occidente dedica-lhe as seguintes palavras:

  • “Sebastião Pereira da Cunha era uma d’estas figuras que se impunham pela forma insinuante da voz, pela naturalidade do gesto e pelo olhar franco, leal, digno; e o modo elegante de dizer era sublinhado por um jogo de phisionomia tão expontaneo que, agradando, deliciava e interessava todos os que fruíam o encanto de com elle privarem".[6][7]

Obra editar

  • «Saio de Malha», drama (1893).[8]
  • «Martim de Freitas» (1887).[9]
  • «A Cidade Vermelha», poema hispano-árabe (1894).[8]
  • «Serões de Portuzelo (1928)».[4]

Ainda terá escritos «Primeiro Alvor», a «Tarde de um César», o poemeto «Heroes d’Africa (1895)»[6][7] e «Minho».[10]

Dirigiu a publicação literária e científica "Pero Galego", ao lado de Alberto da Rocha Páris e de João Caetano da Silva Campos.[11] Dirigiu e criou igualmente juntamente com os mesmos, em 1893, o jornal Bandeira Branca.[9] Colaborou igualmente n´A Civilização, revista da estudantil da Imprensa da Universidade de Coimbra.[12]

Dados genealógicos editar

Filho de António Pereira da Cunha e Castro (Viana do Castelo, 9 de Abril de 1819 - Lisboa, 18 de abril de 1890), Fidalgo da Casa Real (Alvará de 4 de Fevereiro de 1825), senhor da Casa Grande e da Torre da Cunha em Paredes de Coura, do Morgado dos Lobos em Monção. Sócio do Instituto de Coimbra, membro do Conservatório Real de Lisboa, presidente da Sociedade Artística de Musica de Viana do Castelo, deputado da nação em 1856 (que não tomou posse por se recusar, como outros partidários de el-rei D. Miguel, em prestar o juramento estabelecido na Lei), casado em 26 de Abril de 1848 com D. Maria Ana Isabel Apolónia Machado de Mendonça Eça Castelo Branco (Palácio de Santo André, Lisboa, 9 de fevereiro de 1826 - Lisboa, 26 de Junho de 1907), filha dos 1.ºs condes da Figueira.[13]

Casado, na freguesia de Arroios (Lisboa), a 19 de Outubro de 1869, com sua prima co-irmã:

  • Maria Amália das Necessidades de Almada Pereira Cirne Peixoto (18 de Outubro de 1847 - 3 de Março de 1881[14]), filha dos 3.ºs Condes de Almada,[8] Lourenço José Maria de Almada Abreu Pereira Cirne (5 de Dezembro de 1818 — 7 de Setembro de 1874) e Maria Rita Machado de Castelo-Branco Mendonça e Vasconcelos[, filha terceira dos 1.ºs conde da Figueira, D. José Maria Rita de Castelo Branco e de D. Maria Amália Machado Eça Castro e Vasconcelos Magalhães Orosco e Ribera[14]), filha dos 3.ºs Condes de Almada.[15]

Tiveram:

  • Maria Rita Pereira da Cunha (22 de Setembro de 1870).[8]
  • Lourenço Pereira da Cunha (m.m.).[8]
  • António Pereira da Cunha (15 de Agosto de 1874 - 1879).
  • Lourenço (no crisma António) Pereira da Cunha Lobo e Castro (19 de Dezembro de 1875), casado em 28 de Janeiro de 1905 com Maria Ana de Cabedo e Vasconcelos (23 de Maio de 1884), filha dos viscondes do Zambujal. Com geração.[16]
  • Maria da Conceição Pereira da Cunha (23 de Janeiro de 1877), casada em 27 de Maio de 1905, com Tomás de Ataíde de Almeida Cayola (23 de Março de 1880), oficial do exército, filho de Tomás de Almeida Cayola, major da Administração Militar, e de Júlia de Lima. Com geração.
  • Sebastião Maria da Conceição Pereira da Cunha (8 de Julho de 1879 - 7 de Setembro de 1906), casado com sua prima Maria Rita de Carvalho Daun e Lorena (Pombal) e de Maria Amália Machado (Figueira).[8]

Referências

  1. Últimas Gerações Entre-Douro e Minho, por José de Sousa Machado, Tipografia de «Paz», Braga, 1931, tomo II, pág. 225
  2. Paredes de Coura no "Portugal Antigo e Moderno: Dicionário", de Pinho Leal - XXV: quarta parte (actualizado), COURA: magazine, Blogue histórico e cultural de Paredes de Coura publicado por Jofre de Lima Monteiro Alves
  3. A Torre de Cunha em Terras de Coura, por António Pais de Sande e Castro, Conferência feita em assembleia geral extra ordinária de 28 de Abril de 1952, Arqueologia e História, 8.ª das publicações, vol. V, João Pinto, L, Lisboa, 20 de Janeiro de 1954, pág. 115
  4. a b Salvando-se do esquecimento... Sebastião Pereira da Cunha, Por Santa Marta de Portuzelo, 3 de Fevereiro de 2011
  5. Um católico militante diante da crise nacional: Manuel Isaías Abúndio da Silva (1874-1914), António Matos Ferreira, CEHR-UCP, 2007, pág. 84, nota 36
  6. a b Sebastião Pereira da Cunha: Um Poeta Vianense, por Carlos Gomes, Blogue do Minho, 18 de novembro de 2011
  7. a b Sebastião Pereira da Cunha falecido da 20 de Setembro de 1896, “O Occidente" - Revista Illustrada de Portugal e do Extrangeiro”, edição nº. 640, 5 de Outubro de 1896, pág. 224
  8. a b c d e f Livro de Oiro da Nobreza, Apostilas à Resenha das Famílias Titulares do Reino de Portugal de João Carlos Fêo Cardoso Castelo Branco e Tôrres e Manoel de Castro Pereira de Mesquita, pelos Domingos de Araújo Affonso e Ruy Dique Travassos Valdez, Tomo I, Academia Nacional de Heráldica e Genealogia, Braga 1933, pág. 531
  9. a b O Castelo de Portuzelo: análise interpretativa de uma construção romântica, por Sara Filipa Ramos Martins, Dissertação de mestrado integrado em Arquitectura (área de especialização em Cultura Arquitetónica), Universidade do Minho, 2019, pág. 67
  10. Serenatas e saráus (Volume 2), por Mello Morais Filho, Livraria Garnier, Rio de Janeiro, 1902, pág. 72 a 74
  11. A Coleção de Retratos dos Beneméritos da Congregação de Nossa Senhora da Caridade, por Maria Gorett Jácome Lima, Dissertação de Mestrado em Gestão Artística e Cultural apresentada na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Junho de 2016, pág. 69
  12. Imprensa estudantil de Coimbra: Repertório analítico (século XIX), por Manuel Alberto Carvalho Prata, Imprensa da Universidade de Coimbra, pág. 103
  13. Livro de Oiro da Nobreza, Apostilas à Resenha das Famílias Titulares do Reino de Portugal de João Carlos Fêo Cardoso Castelo Branco e Tôrres e Manoel de Castro Pereira de Mesquita, pelos Domingos de Araújo Affonso e Ruy Dique Travassos Valdez, Tomo I, Academia Nacional de Heráldica e Genealogia, Braga 1933, pág. 530
  14. a b Albano da Silveira Pinto, Resenha das famílias titulares Grandes de Portugal, Empreza Editora de Francisco Arthur da Silva, Lisboa, 1883. Pág. 583.
  15. Livro de Oiro da Nobreza, Apostilas à Resenha das Famílias Titulares do Reino de Portugal de João Carlos Fêo Cardoso Castelo Branco e Tôrres e Manoel de Castro Pereira de Mesquita, pelos Domingos de Araújo Affonso e Ruy Dique Travassos Valdez, Tomo I, Academia Nacional de Heráldica e Genealogia, Braga 1933, pág. 63
  16. Livro de Oiro da Nobreza, Apostilas à Resenha das Famílias Titulares do Reino de Portugal de João Carlos Fêo Cardoso Castelo Branco e Tôrres e Manoel de Castro Pereira de Mesquita, pelos Domingos de Araújo Affonso e Ruy Dique Travassos Valdez, Tomo I, Academia Nacional de Heráldica e Genealogia, Braga 1933, pág. 532

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