Bacia do rio São Francisco

bacia hidrográfica brasileira
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 Nota: Para a região hidrográfica, veja Região hidrográfica do São Francisco. Para a bacia sedimentar, veja Bacia Sanfranciscana.

A Bacia do rio São Francisco é uma bacia hidrográfica inteiramente do Brasil que abrange 639.219 km2 de área de drenagem (7,5% do país). O principal rio é o São Francisco, que nasce na Serra da Canastra em Minas Gerais, percorre 2.700 km e chega ao Oceano Atlântico através da divisa entre Alagoas e Sergipe.

Mapa da extensão total do rio São Francisco. Em seus 2.830 km o rio passa por cinco estados brasileiros. A área de sua bacia mede 641 000 km², o que corresponde a 7,5% da área total do Brasil.

A Bacia possui sete unidades da federação – Bahia (48,2%), Minas Gerais (36,8%), Pernambuco (10,9%), Alagoas (2,2%), Sergipe (1,2%), Goiás (0,5%), e Distrito Federal (0,2%) – e 507 municípios (cerca de 9% do total de municípios do país).[1]

O rio São Francisco editar

 
Delta do São Francisco em Piaçabuçu-AL. O Delta do Rio São Francisco, é formado por extensas faixas de areias finas que formam inúmeras dunas móveis.

O Rio São Francisco tem sua nascente geográfica no município de Medeiros e sua nascente histórica na serra da Canastra, no município de São Roque de Minas, centro-oeste de Minas Gerais.[2] O rio também atravessa o estado da Bahia, fazendo sua divisa ao norte com Pernambuco, bem como constituindo a divisa natural dos estados de Sergipe e Alagoas, e deságua no Oceano Atlântico, drenando uma área de aproximadamente 641 000 km², que são 7,5% do território brasileiro, e atingindo 2 830 km de extensão.

Apresenta dois estirões navegáveis: o médio, com cerca de 1.373 km de extensão, entre Pirapora (MG) e Juazeiro (BA) / Petrolina (PE) e o baixo, com 238 km, entre Piranhas (AL) e a foz, no Oceano Atlântico.

O rio São Francisco atravessa regiões com condições naturais das mais diversas e tem nove usinas hidrelétricas, são elas: Usina de Três Marias, Usina de Sobradinho, Usina Luiz Gonzaga, Usina Apolônio Sales, Usina Paulo Afonso I, Usina Paulo Afonso II, Usina Paulo Afonso III, Usina Paulo Afonso IV e Usina de Xingó. Fonte: site da Chesf.

As partes extremas superior e inferior da bacia apresentam bons índices pluviométricos, enquanto os seus cursos médio e submédio atravessam áreas de clima bastante seco. Assim, cerca de 75% do deflúvio do São Francisco é gerado em Minas Gerais, cuja área da bacia ali inserida é de apenas 37% da área total. A área compreendida entre a fronteira Minas Gerais-Bahia e a cidade de Juazeiro (BA), representa 45% do vale e contribui com apenas 20% do deflúvio anual.

Características físicas editar

 
Mapa da bacia do rio São Francisco.
  • Declividade Média: 8,8 cm/km
  • Média das Vazões na Foz: 2.943 m³/s
  • Velocidade Média de Corrente: 0,8 m/s (entre Pirapora - MG e Juazeiro - BA).

Os aluviões recentes, os arenitos e calcários, que dominam boa parte da bacia de drenagem, funcionam como verdadeiras esponjas para reterem e liberarem as águas nos meses de estiagem, a tal ponto que, em Pirapora (MG), Januária (MG) e até mesmo em Carinhanha (BA), o mínimo se dá em setembro, dois meses após o mínimo pluvial de julho.

À medida que o São Francisco penetra na zona sertaneja semiárida, apesar da intensa evaporação, da baixa pluviosidade e dos afluentes temporários da margem direita, tem seu volume d'água diminuído, mas mantém-se perene, graças ao mecanismo de retroalimentação proveniente do seu alto curso e dos afluentes no centro de Minas Gerais e oeste da Bahia. Nesse trecho o período das cheias ocorre de outubro a abril, com altura máxima em março, no fim da estação chuvosa. As vazantes são observadas de maio a setembro, condicionadas à estação seca.

O Rio São Francisco é o principal curso d'água da bacia e de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, possui 168 afluentes. Destes 99 são rios perenes e 69 são rios intermitentes e desaparecem durante o período de seca.[3]

Os principais biomas da região são a Mata Atlântica, onde se encontram as nascentes do São Francisco na Serra da Canastra, em Minas Gerais, o Cerrado entre Minas Gerais e o sudoeste baiano, e a Caatinga no nordeste da Bahia. Em virtude da forte ocupação da bacia, estes biomas apresentam-se ameaçados.

O principal adensamento populacional da bacia do São Francisco corresponde à Região Metropolitana de Belo Horizonte, na região do Alto São Francisco. Uma das curiosidades em relação à hidrografia brasileira é o fato do rio São Francisco ser conhecido como o "Nilo brasileiro", devido a similaridades entre os dois: ambos passam por regiões de clima árido e beneficiam as regiões onde passam com suas cheias, sendo importantes economicamente para as localidades que atravessam.

Principais afluentes do rio São Francisco em Minas Gerais editar

Ver também editar

Referências

  1. «O Comitê da Bacia do Rio São Francisco». 2017 
  2. CANÊDO, Felipe (26 de maio de 2013). «Cidades disputam reconhecimento por abrigar nascente do rio São Francisco». Estado de Minas. Consultado em 18 de abril de 2015 
  3. BRASIL, Ministério do Meio Ambiente (2016). Caderno da Região Hidrográfica do São Francisco. Brasília: MMA 

Ligações externas editar