Bandeira da Argentina
A bandeira da Argentina é um dos símbolos oficiais da República Argentina, juntamente com o Laço Nacional, o Escudo da República e o Hino Nacional. A atual versão da bandeira foi concebida por Manuel Belgrano com base no laço nacional e foi apresentada primeiramente em 1812 como símbolo da Guerra da Independência. A Bandeira nacional foi aceita oficialmente em 1816, no ato de ratificação da Declaração de Independência. Conhecida como "Celeste", devido a cor azul de "um céu durante o dia nos ângulos normais de visada", é dividida em três faixas horizontais com o "Sol de Maio" ao centro.
Bandeira da Argentina | |
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Aplicação | |
Proporção | 9:14 |
Adoção | 27 de fevereiro de 1812 |
Tipo | Nacional, uso civil, estatal e militar em terra e mar |
HistóriaEditar
Nos primeiros anos da Guerra da Independência, o general Manuel Belgrano percebeu que na região de Rosario, ambas as tropas "realistas" e "separatistas" trajavam as cores da metrópole (amarelo e vermelho). Belgrano, então, criou um laço nas cores azul-celeste e branco, que haviam sido usadas pelos criollos durante a Revolução de Maio. O laço, uma vez aprovado pelo Triunvirato em 1812, tornou-se adereço das tropas argentinas e utilizando as mesmas cores, Belgrano criou uma bandeira de três faixas horizontais. A bandeira criada por Belgrano foi usada pela primeira vez em 27 de fevereiro de 1812 em uma fortificação às margens do rio Paraná. Ao contrário do laço, o Triunvirato não aceitou a bandeira criada por Belgrano, com o argumento de que bonapartistas poderiam interpretar a criação de uma bandeira como ato de rebeldia.
O Triunvirato enviou uma carta advertindo Belgrano sobre o uso da bandeira. Contudo, quando a carta chegou ao destino, Belgrano já havia deslocado-se para o norte do país. A bandeira foi hasteada primeiramente em 23 de agosto de 1812 no topo da Igreja de São Nicolau de Bari, onde atualmente ergue-se o Obelisco de Buenos Aires. Sem ciência da carta, Belgrano levou a bandeira junto de si na sua missão no norte do país; na paróquia de San Salvador de Jujuy a bandeira foi abençoada pelo padre local e jurada pelos soldados. Belgrano tomou conhecimento da carta quando chegou a localidade de Salta, garantindo a seus partidários que a bandeira seria reservada para a eventual vitória na Guerra de Independência. O Segundo Triunvirato, na Assembleia do ano XIII, adotou uma ideologia mais liberal com relação ao anterior. Apesar de não declarar uma bandeira oficial, aprovou o uso da bandeira de Belgrano como bandeira de guerra. Em 1813, os argentinos venceram o general Pío de Tristán na primeira batalha com a nova bandeira.
Em 20 de julho de 1816, a bandeira de Belgrano foi declarada oficialmente a bandeira nacional da Argentina, juntamente com a Declaração de Independência. Em 1818, o Congresso incluiu o Sol de Maio na bandeira de guerra, mantendo a bandeira civil tal como Belgrano a concebeu. Posteriormente, o símbolo foi incluído na bandeira civil, representando a identidade cultural argentina ao invés de guerra.
Em 1957, o governo inaugurou o Monumento Nacional a la Bandera, em Rosario, um complexo de 10 000 m² em homenagem a criação da Bandeira argentina.
Primeira bandeira usada pelos separatistas argentinos na Guerra da Independência da Argentina, era simplesmente a antiga bandeira da metrópole espanhola
Bandeira usada por Belgrano em 1812 e atual Bandeira da Província de Tucumán desde 13 de abril de 2010
Primeira bandeira aprovada como oficial pelas Províncias Unidas do Rio da Prata en 1816
Bandeira de Artigas, usada pela Liga Federal entre 1815 e 1820
Bandeira da Argentina por volta de 1840
Bandeira da Confederação Argentina (1860)
DescriçãoEditar
Seu desenho consiste em um retângulo de proporção largura-comprimento de 9:14 dividida horizontalmente em três faixas de mesma largura nas cores azul-celeste com uma listra branca a separá-las. Na lista central encontra-se o Sol de Maio, com 32 raios, sendo 16 ondulantes e 16 acrobáticas na cor dourada com detalhes em marrom. Segundo a tradição, a ideia de se colocar o Sol de Maio deve-se ao olhar que o General Belgrano dirigiu ao céu antes da Batalha do Paraná. O emblema solar é um ícone importante na Argentina e apareceu em anteriores versões da bandeira. Embora o país tenha tido outras bandeiras, esta sempre foi oficial desde a Revolução de Maio.
CoresEditar
As cores oficiais da Bandeira argentina são definidas através do padrão conhecido como "CIE 1976":
Azul | Amarelo | Marrom | Branco | |
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RGB | 117/170/219 |
252/191/73 |
132/53/17 |
255/255/255
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Hexadecimal | 75AADB |
FCBF49 |
843511 |
FFFFFF
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CMYK | C 46.58 |
C 0 |
C 0 |
C 0
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Outras bandeiras nacionaisEditar
Jaque naval da Armada Argentina.
Bandeiras similaresEditar
Em 1818, a bandeira argentina foi usada como modelo por Louis-Michel Aury para a bandeira de San Andrés e Providencia, a primeira nação independente da América Central até a anexação pela Colômbia em 1821. Em 1823, foi usada novamente como modelo pelas Províncias Unidas da América Central (Guatemala, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica), que existiu até 1838. Mesmo após a dissolução das Províncias Unidas, as nações que lhe constituíam mantiveram a base azul celeste da primeira bandeira, exceto a Costa Rica. As bandeiras de Paraguai e Uruguai, países vizinhos a Argentina, também foram inspiradas pela bandeira "Celeste".