A Blastomicose também conhecida como Blastomicose Norte-Americana, Doença de Chicago ou Doença de Gilchrist é uma doença pulmonar causada pelo fungo Blastomyces dermatitidis. É pouco frequente em humanos, gatos e cachorros.

Blastomicosis
Blastomicose
Blastomyces dermatitidis é o principal agente causador.
Especialidade infecciologia
Classificação e recursos externos
CID-10 B40.9, B40
CID-9 116.0, 116
CID-11 1968108845
DiseasesDB 1439
MedlinePlus 000102
eMedicine med/231
MeSH D001759
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Para Blastomicose Sul-Americana, veja Paracoccidioidomicose.

Causas editar

O Blastomyces dermatitidis é um fungo dimórfico muito semelhante ao Histoplasma capsulatum que causa a doença Histoplasmose. A sua fase multicelular sexual é denominada Ajellomyces dermatitidis, do mesmo gênero da do H. capsulatum e é um ascomiceto, que vive livremente alimentando-se de detritos orgânicos do solo, madeira e plantas, produzindo esporos infecciosos.

A forma que vive a 37°C e infecta o homem é uma levedura que se replica assexuadamente por geminação.

Epidemiologia editar

A blastomicose existe nas zonas rurais da América do Norte, e especialmente nos estados do Rio Mississipi nos Estados Unidos No entanto também existe nos estados das pradarias ocidentais do Canadá, na África, Índia, Arábia Saudita e Israel.[1] Afeta principalmente os agricultores que trabalham a terra que contém os seus esporos (produzidos pela forma sexual livre). A infecção é pela inalação desses esporos infecciosos. Em locais endêmicos a incidência é entre 1 a 2 casos por cada 100.000 habitantes. A doença também afeta cães e gatos, sendo muito mais comum nesses animais.[2]

Progressão e Sintomas editar

Após inalação dos esporos, as leveduras localizam-se nos pulmões, sendo fagocitadas pelos macrófagos, no interior dos quais sobrevivem e se multiplicam. Na maioria dos casos a infecção é assintomática e o sistema imunitário destrói o invasor. Há frequentemente formação de granulomas que limitam a disseminação das leveduras. Numa minoria há sintomas de pneumonia, com febre, suores, tosse e expectoração e falta de ar. Em alguns individuos imunodeprimidos ou mais idosos, pode haver disseminação do fungo, mesmo na ausência de sintomas pulmonares, com infecção de órgãos como a pele, baço, fígado e outros. Por vezes há limitação da doença ao pulmão sem resolução, desenvolvendo-se um quadro clínico semelhante ao da tuberculose.

Os sintomas típicos da infecção respiratória incluem[2]:

  • Dor óssea, muscular e articular, principalmente no peito
  • Tosse com ou sem muco marrom ou com sangue
  • Fatiga e mal estar
  • Febre e suor frio
  • Perda de peso

Na pele podem produzir pápulas, pústulas o nódulos roxos indolor, geralmente em partes expostas, que podem ulcerar e sangrar. Com o tempo podem deixar uma cicatriz branca.[3]

Diagnóstico editar

A expectoração ou biópsia de pele é observada ao microscópio, mas a cultura pode ser necessária para a identificação.

Tratamento editar

O tratamento é com antifúngicos como anfotericina B ou com derivados de azol, como itraconazol, cetoconazol o fluconazol.[1]

Referências

  1. a b «Lesión cutánea de blastomicosis: MedlinePlus enciclopedia médica». medlineplus.gov (em espanhol). Consultado em 8 de janeiro de 2024 
  2. a b University of Maryland Medical Center (julho de 2006). Blastomicosis (en español).
  3. Kauffman CA. Blastomycosis. In: Goldman L, Shafer AI, eds.Goldman's Cecil Medicine