Qabus bin Said Al Said

Ex-sultão de Omã
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Qabus ibn Sa’id Al ‘Bu Sa’id (Salalá, 18 de novembro de 194010 de janeiro de 2020) foi o sultão de Omã, de 23 de julho de 1970, quando depôs o seu pai Said bin Taimur, até 10 de janeiro de 2020, data de sua morte. Tendo reinado durante quase 50 anos, foi o monarca árabe que mais tempo esteve no poder. [1] [2]

Qabus bin Said

قابوس بن سعيد آل سعيد

Qabus bin Said Al Said
Sultão do Omã
Reinado 23 de julho de 197010 de janeiro de 2020 (49 anos e 171 dias)
Antecessor(a) Said bin Taimur
Sucessor(a) Haitham bin Tariq Al Said
 
Nascimento 18 de novembro de 1940
  Salalá, Zufar, Omã
Morte 10 de janeiro de 2020 (79 anos)
Nome completo Qabus ibn Sa’id Al ‘Bu Sa’id
Dinastia Sa'id
Pai Said bin Taimur
Mãe Mazwon bint Ahmad
Religião Islâmico (Ibadismo)

Biografia editar

Qabus era membro da 14.ª geração descendente do fundador da dinastia Al Bu Saidi, que estabeleceu o sultanato no século XVII após expulsar os portugueses de Mascate. Ele foi educado na Índia e na Academia Militar de Sandhurst, Reino Unido. Também passou um ano com o exército britânico na Alemanha. Ao retornar a Omã, seu pai mandou prendê-lo, com medo de suas ideias de modernização. "Omã era, à época, um estado feudal em que ao cair da noite as portas das cidades eram fechadas", escreveu o El País. Já o G1 escreveu que o país era "completamente fechado ao mundo e submetido a um rígido controle religioso". Com a ajuda dos oficiais britânicos que treinavam o exército omani, Qabus derrubou o pai, que foi enviado para Londres, começando assim o que oficialmente foi chamado de “renascimento”. [3] [4]

Foi casado entre 1976 e 1979 com uma prima, Nawal Bint Tariq, mas o casal não teve filhos.

Reinado editar

Sendo Qabus o sultão do país, como é tradição, deteve o poder absoluto. Ostentou os cargos de Premiê, ministro de Assuntos Exteriores, ministro de Defesa e ministro de Finanças. Apesar de sua riqueza e poder, foi considerado geralmente como líder de uma política moderada. Conhecido por seu desinteresse e generosidade, no livro do general Tommy Franks, Soldado Americano, foi descrito como um verdadeiro amigo dos Estados Unidos na Guerra Antiterrorista, "com nenhuma maldade, nenhuma agenda secreta".

O primeiro problema que Qabus teve que enfrentar após assumir o poder foi uma insurreição comunista armada do Iêmen do Sul, mas o sultão derrotou rapidamente a incursão com escassa ajuda externa.

Poucos anos antes de sua morte, Omã começou a dar alguns passos para a democracia. Eleições parlamentares, nas quais as mulheres têm votado e podem também ser candidatas, têm ocorrido e o sultão havia prometido a maior clareza possível e a participação no governo.

A maior parte de tomadas de decisões do país realiza-se segundo o acordo geral com representantes locais e tribais.

Qabus, à data de sua morte, foi o Chefe de Estado que esteve por mais tempo no poder entre todos os que assumiram após um Golpe de Estado e que ainda governavam os seus países.

Morte editar

Qabus morreu aos 79 anos e, de acordo com a tradição islâmica, foi enterrado antes do pôr do sol. Ele havia sido diagnosticado com cancro do cólon em 2014, porém a causa de sua morte não foi oficialmente confirmada.[2] [5] [6]

A rainha Isabel II do Reino Unido, entre outros monarcas, como o de Bahrein, Catar, Espanha, Japão e Marrocos enviaram oficialmente suas condolências pela morte do sultão.[7] [8] [9] [10] [11] [12]

O príncipe Carlos, o rei Guilherme Alexandre dos Países Baixos e o rei Abdullah II da Jordânia estão entre os líderes mundiais que viajaram para Omã para prestar suas condolências.[13] [14] [15] [16]

Sucessão editar

Apesar de ter sido casado entre 1976 e 1979 com uma prima, ele não teve filhos. Também não tinha irmãos, pelo que não tinha sucessor direto.

Publicamente o sultão nunca revelou o nome de quem gostaria que assumisse o sultanato (a ideia era não minar a sua autoridade em vida), mas escreveu-o em dois envelopes: um estava no palácio real de Mascate e outro no da cidade de Salalah, no sul do país da península Arábica. Foi o próprio sultão que disse ter escrito dois nomes, também em ordem de sucessão.[17] [2]

De acordo com a lei, um conselho da família real, formado pelos homens da família, teria que escolher um sucessor no espaço de três dias depois da morte do sultão. Se não chegasse a um acordo, o envelope seria aberto.

Segundo o G1, em cerimônia transmitida pela TV, o envelope foi aberto no sábado, 11 de janeiro, pelo conselho de defesa, em presença do conselho da família real, tendo sido anunciado o nome de Haitham bin Tariq Al Said, primo de Qabus que atuava como ministro da cultura e tinha uma grande experiência no ministério de relações internacionais. [2]

De acordo com o Estadão, o conselho da família real tinha pressa em anunciar o nome do novo sultão, para demonstrar união e estabilidade no país, após recentes conflitos no golfo Pérsico, entre os Estados Unidos e o Irã, que envolveram o assassinato, pelos americanos, do general iraniano Qasem Soleimani e o ataque, como resposta do Irã, às bases militares americanas de Al Asad e Erbil, ataque que levou ao abate acidental, por um erro iraniano, do Voo Ukraine International Airlines 752, no qual morreram 176 pessoas.[18]

Referências

  1. «Sultão de Omã morre sem deixar herdeiros após meio século no poder - Internacional». Estadão. Consultado em 6 de fevereiro de 2020 
  2. a b c d «Omã anuncia ministro de Cultura como sucessor do sultão Qaboos». G1. Consultado em 11 de janeiro de 2020 
  3. Espinosa, Ángeles (11 de janeiro de 2020). «Morte do sultão de Omã deixa o Golfo sem mediador». EL PAÍS. Consultado em 11 de janeiro de 2020 
  4. «Sultão de Omã, Qaboos bin Said morre aos 79 anos». G1. Consultado em 11 de janeiro de 2020 
  5. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome :0
  6. «Morre Sultão de Omã, o dirigente árabe que mais tempo esteve no poder». ISTOÉ Independente. 11 de janeiro de 2020. Consultado em 11 de janeiro de 2020 
  7. sarah.campbell (11 de janeiro de 2020). «Message of condolence from Her Majesty The Queen on the passing of His Majesty Sultan Qaboos bin Said al Said». The Royal Family (em inglês). Consultado em 11 de janeiro de 2020 
  8. «King of Bahrain offers condolences to people of Oman». Times of Oman (em English). 11 de janeiro de 2020. Consultado em 11 de janeiro de 2020 
  9. «King Felipe VI of Spain sends his condolences». Times of Oman (em English). 12 de janeiro de 2020. Consultado em 12 de janeiro de 2020 
  10. «Qatar declares three days of mourning for HM Sultan Qaboos». Times of Oman (em English). 11 de janeiro de 2020. Consultado em 11 de janeiro de 2020 
  11. «Japan Emperor sends condolence message». Times of Oman (em English). 12 de janeiro de 2020. Consultado em 12 de janeiro de 2020 
  12. «Arab world lost a great leader, says King of Morocco». Times of Oman (em English). 12 de janeiro de 2020. Consultado em 12 de janeiro de 2020 
  13. «World leaders pour into Oman to offer condolences for Qaboos». www.aljazeera.com. Consultado em 12 de janeiro de 2020 
  14. «King of Netherlands arrives in Oman». Times of Oman (em English). 12 de janeiro de 2020. Consultado em 12 de janeiro de 2020 
  15. «His Majesty Sultan Haitham receives Jordan King». Times of Oman (em English). 12 de janeiro de 2020. Consultado em 12 de janeiro de 2020 
  16. «Condolences for Sultan Qaboos: World leaders descend upon Royal Palace in Oman». gulfnews.com (em inglês). Consultado em 12 de janeiro de 2020 
  17. «Quem sucede ao sultão que não tem filhos ou irmãos? A resposta está no envelope» 
  18. «Omã indica ministro da cultura como sucessor do sultão Qaboos - Internacional». Estadão. Consultado em 12 de janeiro de 2020 

Ligações externas editar

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Precedido por
Said bin Taimur
Sultão de Omã
1970 - 2020
Sucedido por
Haitham bin Tariq Al Said
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