Islão

religião monoteísta fundada por Maomé no séc VII e baseada nos ensinamentos do Corão
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Islão (português europeu) ou islã (português brasileiro) (em árabe: إسلام; romaniz.: Islām) ou islamismo[nota 1] é uma religião abraâmica monoteísta centrada no Alcorão e nos ensinamentos de Maomé.[5][6] Os adeptos do Islã, chamados de muçulmanos, totalizam aproximadamente 1,9 bilhão* de pessoas em todo o mundo e são a segunda maior população religiosa do mundo depois dos cristãos.[1][7][8][9]

Islã(o)
Deus em árabe (Alá)
A Caaba na Grande Mesquita de Meca, Arábia Saudita, o local islâmico mais sagrado
Divindade Deus no Islã
Fundador(es) Maomé
Origem Século VII, na Arábia
Ramificações sunismo, xiismo, sufismo, carijismo
Tipo Monoteísta
Religiões relacionadas Abraâmicas
Número de adeptos 1,9 bilhão* de pessoas[1]
Membros Muçulmanos
Escrituras Alcorão
Lugares sagrados Grande Mesquita em Meca
Mesquita do Profeta em Medina
Mesquita de Al-Aqsa em Jerusalém
Língua litúrgica Árabe clássico
Templos Mesquitas
Clero Imã
Predominância geográfica Mundo islâmico (Mundo Árabe, Oriente Médio e Sudeste Asiático)
MuslimWorldDemographics2022.png
Mapa dos países com predominância de muçulmanos

Os muçulmanos acreditam que o Islã é a versão completa e universal de uma fé primordial que foi revelada muitas vezes através de profetas anteriores, como Adão (que se acredita ser o primeiro homem), Abraão, Moisés e Jesus, entre outros;[10][11] essas revelações anteriores são atribuídas ao judaísmo e ao cristianismo, que são considerados no Islã como religiões predecessoras espirituais.[12] Os muçulmanos consideram o Alcorão a palavra literal de Deus e a revelação final inalterada.[13] Juntamente com o Alcorão, os muçulmanos também acreditam nas revelações anteriores, como o Tawrat (Torá), o Zabur (Salmos) e o Injil (Evangelho). Eles também consideram Maomé como o principal e último profeta islâmico, por meio de quem a religião foi completada. Os ensinamentos e exemplos normativos de Maomé, chamados de suna, documentados em relatos chamados de hadith, fornecem um modelo constitucional para os muçulmanos.[14] O Islã ensina que Deus (Alá) é único e incomparável.[15] Afirma que haverá um "Julgamento Final" em que os justos serão recompensados no paraíso (Jannah) e os injustos serão punidos no inferno (Jahannam).[16] Os Cinco Pilares - considerados atos obrigatórios de adoração - compreendem o juramento e credo islâmico (shahada); orações diárias (salah); esmola (zakat); jejum (sawm) no mês do Ramadã; e uma peregrinação (hajj) a Meca.[17] A lei islâmica, a xaria, abrange praticamente todos os aspectos da vida, desde bancos, finanças e bem-estar até os papéis masculinos e femininos e o meio ambiente.[18][19] Festivais religiosos proeminentes incluem o Eid al-Fitr e o Eid al-Adha. Os três locais mais sagrados do Islã em ordem decrescente são Masjid al-Haram em Meca, Al-Masjid an-Nabawi em Medina e a Mesquita Al-Aqsa em Jerusalém.[20]

O Islã, em sua forma atual e final, originou-se no século VII em Meca.[21] O domínio muçulmano expandiu-se para fora da Arábia sob o Califado Ortodoxo e o subsequente Califado Omíada governou da Península Ibérica ao Vale do Indo. Na Era de Ouro Islâmica, principalmente durante o reinado do Califado Abássida, grande parte do mundo muçulmano experimentou um florescimento científico, econômico e cultural.[22] A expansão do mundo muçulmano envolveu vários Estados e califados, bem como um extenso comércio e conversão religiosa como resultado das atividades missionárias islâmicas (dawa)[23] e por meio de conquistas.[24][25]

Existem duas grandes denominações islâmicas: sunismo (85–90%)[26] e xiismo (10–15%).[27][28] Enquanto as diferenças entre sunitas e xiitas surgiram inicialmente de divergências sobre a sucessão de Maomé, elas cresceram para cobrir uma dimensão mais ampla, tanto teológica quanto jurídica.[29] Os muçulmanos constituem a maioria da população em 49 países do planeta.[30][31] Aproximadamente 12% dos muçulmanos do mundo vivem na Indonésia, o país de maioria muçulmana mais populoso;[32] 31% vivem no sul da Ásia;[33] 20% vivem no Oriente Médio–Norte da África; e 15% vivem na África subsaariana.[34] Comunidades muçulmanas consideráveis também estão presentes nas Américas, China e Europa.[35][36] Devido em grande parte a uma taxa de fertilidade mais alta, o Islã é o principal grupo religioso que mais cresce no mundo e, se as tendências atuais se mantiverem, ultrapassará ligeiramente o cristianismo como a maior religião do mundo até o final do século XXI.[37]

EtimologiaEditar

"Islão" provem do árabe Islām, que por sua vez deriva da quarta forma verbal da raiz slm, aslama, e significa "submissão (a Alá)".[38] Segundo o arabista e filólogo José Pedro Machado, a palavra "Islão" não teria surgido na língua portuguesa antes de 1843, ano em que aparece no capítulo IX da obra Eurico, o Presbítero, de Alexandre Herculano.[39]

O Islão é descrito em árabe como um "diin", o que significa "modo de vida" e/ou "religião" e possui uma relação etimológica com outras palavras árabes como Salaam ou Shalam (Shalaam / Shalom [3]), que significam "paz".[40]

Muçulmano, por sua vez, deriva da palavra árabe muslim (plural, muslimún), particípio activo do verbo aslama, designando "aquele que se submete". O vocábulo pode ter penetrado no português a partir do castelhano, sendo provável que essa língua o tenha tomado do italiano ou do francês, línguas nas quais o vocábulo surge em 1619 e 1657, respectivamente (no primeiro caso como mossulmani, na obra Viaggi, de Pietro della Valle, e no segundo como mousulmans, na obra Voyages, de Le Gouz de la Boullaye).[41]

Em textos mais antigos, os muçulmanos eram conhecidos como "maometanos",[42] este termo tem vindo a cair em desuso porque implica, incorrectamente, que os muçulmanos adoram Maomé (como, durante alguns séculos, por completo desconhecimento, o Ocidente pensou), o que torna o termo ofensivo para muitos muçulmanos. Durante a Idade Média e, por extensão, nas lendas e narrativas populares cristãs, os muçulmanos eram também designados como sarracenos.[43][44]

CrençasEditar

DeusEditar

 
Alá (Allah) em árabe em um medalhão na Hagia Sofia, em Istambul

A pedra basilar da fé islâmica é a crença estrita no monoteísmo. Deus é considerado único e sem igual. Cada capítulo do Alcorão (com a exceção de um) começa com a frase "Em nome de Deus, o clemente, o misericordioso". Uma das passagens do Alcorão frequentemente usadas para ilustrar os atributos de Deus é a que se encontra no capítulo (sura) 59: "Ele é Deus e não há outro deus senão Ele, que conhece o invisível e o visível. Ele é o Clemente, o Misericordioso! Ele é Deus e não há outro deus senão Ele. Ele é o Soberano, o Santo, a Paz, o Fiel, o Vigilante, o Poderoso, o Forte, o Grande! Que Deus seja louvado acima dos que os homens lhe associam! Ele é Deus, o Criador, o Inovador, o Formador! Para ele os epítetos mais belos" (59, 22-24).[45][46][47][48]

Os muçulmanos acreditam que a criação de tudo no universo foi pura ordem de Deus, "Seja e por isso é",[49] e que o propósito da existência é adorar a Deus.[50] Ele é visto como um Deus pessoal que responde sempre que uma pessoa está em necessidade ou quando clamam por seu socorro.[51] Não há intermediários, como um clero, para entrar em contato com Deus, que afirma: "Eu sou mais perto dele do que (sua) veia jugular". A reciprocidade é mencionada no hádice: "Eu sou como o meu servo acha (espera) que sou".[52]

Os anjosEditar

 
Representação de um anjo presenteando Maomé e seus discípulos com uma cidade em miniatura. Palácio de Topkapı, Istambul

Os anjos são, segundo o islão, seres criados por Deus a partir da luz. Não possuem livre arbítrio, dedicando-se apenas a obedecer a Deus e a louvar o seu nome. Maomé nada disse sobre o sexo dos anjos, mas rejeitou a crença dos habitantes de Meca, de acordo com a qual eles seriam os filhos de Deus.[53] Desempenham vários papéis, entre os quais o anúncio da revelação divina aos profetas; protegem os seres humanos e registram todas as suas ações. O anjo mais famoso é Gabriel, que foi o intermediário entre Deus e o profeta.[54]

Para além dos anjos, o islão reconhece a existência dos jinnis, espíritos que habitam o mundo natural e que podem influenciar os acontecimentos. Ao contrário dos anjos, os jinnis possuem vontade própria; alguns são bons, mas de uma forma geral são maus. Um desses espíritos maus é Iblis (Azazel), também ele um jinn, segundo a crença islâmica, que desobedeceu a Deus e dedica-se a praticar o mal.[54]

Os livros sagradosEditar

 Ver artigo principal: Alcorão
 
Um manuscrito do Alcorão sobre um rehal, um descanso de livro para o texto sagrado

O preeminente texto sagrado do Islã é o Alcorão. Os muçulmanos acreditam que os versículos do Alcorão foram revelados a Maomé por Deus, por meio do arcanjo Gabriel (Jibrīl), em várias ocasiões entre os anos 610 e 632, o ano em que o profeta morreu.[55] Enquanto Maomé estava vivo, essas revelações foram escritas por seus companheiros, embora o principal método de transmissão fosse oralmente por meio da memorização.[56] O Alcorão é dividido em 114 capítulos (sūrah) que combinados contêm 6.236 versos (āyāt). Os capítulos cronologicamente anteriores, revelados em Meca, tratam principalmente de tópicos espirituais, enquanto os capítulos posteriores de Medina discutem mais questões sociais e legais relevantes para a comunidade muçulmana.[57][58] Os juristas muçulmanos consultam o hadith ('contas'), ou o registro escrito da vida do profeta Maomé, tanto para complementar o Alcorão quanto para auxiliar em sua interpretação. A ciência do comentário e exegese do Alcorão é conhecida como tafsir.[59][60] Além de seu significado religioso, é amplamente considerado como o melhor trabalho da literatura árabe[61][62] e influenciou a arte e a língua árabe.[63]

O Islã também sustenta que Deus enviou revelações, chamadas wahy, a diferentes profetas inúmeras vezes ao longo da história. No entanto, o Islã ensina que partes das escrituras reveladas anteriormente, como o Tawrat (Torá) e o Injil (Evangelho), foram distorcidas - seja na interpretação, no texto ou em ambos,[64][65] enquanto o Alcorão (lit. 'Recitação') é visto como a palavra final, literal e inalterada de Deus.[58][66][67]

Os profetasEditar

 
Miniatura persa que retrata a ascensão de Maomé ao céu

O islão ensina que Deus revelou a sua vontade à humanidade através de profetas. Existem dois tipos de profeta: os que receberam de Deus a missão de dar a conhecer aos homens a vontade divina (anbiya; singular nabi) e os que para além dessa função lhes foi entregue uma escritura revelada (rusul; singular rasul, "mensageiro"). Cada profeta foi encarregado de relembrar a uma comunidade a existência ou a unicidade de Deus, esquecida pelos homens. Para os muçulmanos, a lista dos profetas inclui Adão, Abraão (Ibrahim), Moisés (Musa), Jesus (Isa) e Maomé (Muhammad), todos eles pertencentes a uma sucessão de homens guiados por Deus. Maomé é visto como o Último Mensageiro, trazendo a mensagem final de Deus a toda a humanidade sob a forma do Alcorão, sendo por isso designado como o "Selo dos Profetas". Quando Maomé começou a revelar o Alcorão, ele não acreditou que isso teria proporções mundiais, mas sim que somente reforçaria a fé no Deus.[68]

Julgamento FinalEditar

 Ver artigo principal: Escatologia islâmica

Segundo as crenças islâmicas, o dia do Julgamento Final (Yaum al-Qiyamah) é o momento em que cada ser humano será ressuscitado e julgado na presença de Deus pelas ações que praticou. Os seres humanos livres de pecado serão enviados diretamente para o Paraíso, enquanto que os pecadores devem permanecer algum tempo no Inferno, antes de poderem também entrar no Paraíso. As únicas pessoas que permanecerão para sempre no Inferno são os hipócritas religiosos, isto é, aqueles que se diziam muçulmanos, mas de facto nunca o foram. Segundo a mesma crença, a chegada do Julgamento Final será antecedida por vários sinais, como o nascimento do Sol no poente, o som de uma trombeta e o aparecimento de uma besta. De acordo com o Alcorão, o mundo não acabará verdadeiramente, mas sofrerá antes uma alteração profunda.[69]

A predestinaçãoEditar

Os muçulmanos acreditam no quadar, uma palavra geralmente traduzida como "predestinação", mas cujo sentido mais preciso é "medir" ou "decidir quantidade ou qualidade". Uma vez que, para o islão, Deus foi o criador de tudo, incluindo dos seres humanos, e sendo uma das suas características a omnisciência, ele já sabia, quando procedeu à criação, as características que cada elemento da sua obra teria. Assim sendo, cada coisa que acontece a uma pessoa foi determinada por Deus. Essa crença não implica a rejeição do livre arbítrio, pois o ser humano foi criado por Deus com a faculdade da razão, pelo que pode escolher entre praticar ações positivas ou negativas.[70]

PráticasEditar

 
A peregrinação (haje) a Meca é um dos "cinco pilares do islão"

Os cinco pilares do islão são cinco deveres básicos de cada muçulmano:[71]

  1. a recitação e aceitação da crença (Chahada ou Shahada);
  2. orar cinco vezes ao longo do dia (Salá,Salat ou Salah);
  3. pagar esmola (Zakat ou Zakah);
  4. observar o jejum no Ramadão (Saum ou Siyam);
  5. fazer a peregrinação a Meca (haje) se tiver condições físicas e financeiras.

Os muçulmanos xiitas consideram ainda três práticas como essenciais à religião islâmica: além da jihad, que também é importante para os sunitas, há o Amr-Bil-Ma'rūf, "exortar o bem", que convoca todos os muçulmanos a viver uma vida virtuosa e encorajar os outros a fazer o mesmo; e o Nahi-Anil-Munkar, "proibir o mal", que orienta os muçulmanos a se abster do vício e das más ações, e também encorajar os outros a fazer o mesmo.[72]

A profissão de fé (Chahada)Editar

A profissão de fé consiste numa frase — que deve ser dita com a máxima sinceridade — através da qual cada muçulmano atesta que "não há outro deus senão Alá e Maomé é seu servo e mensageiro".[73]

O Salat (a oração)Editar

 
Homens muçulmanos em prosternação durante uma prece em uma mesquita

A oração no islão (conhecida como Salá) é composta por cinco partes, todas espalhadas durante o dia e a noite, iniciando pela alvorada até à noite. Considerada o ponto mais próximo que se pode chegar de Deus. No islão não há obrigatoriamente hierarquia entre os adeptos, porém a comunidade, conhecida como ummah, escolhe uma pessoa com conhecimento suficiente para dirigir a adoração.[74]

Durante essas orações, são recitadas suratas do Alcorão, geralmente ditas em árabe, conduzidas pelo escolhido entre a comunidade. Não existe restrição para que o crente reze fora da mesquita, tampouco isso é uma desbonificação de sua oração, que pode ser feita em qualquer lugar, desde que tenha feito antes sua purificação.[71] A purificação é realizada através da higiene especifica e detalhada, que consiste basicamente em lavar as mãos, os antebraços, a boca, as narinas, a face; em passar água pelas orelhas, pela nuca, pelo cabelo e pelos pés.[74] Se um muçulmano se encontrar numa área sem água ou numa área onde o uso da água não é aconselhável (porque poderia causar uma doença), pode substituir as abluções pelo uso simbólico de areia ou terra (tayammum). A oração abre-se com a orientação do crente na direcção de Meca (quibla).[74]

A contribuição de purificação (Zakat)Editar

O islão estabelece que cada muçulmano deve pagar anualmente uma certa quantia, calculada a partir dos seus rendimentos, que será distribuída pelos pobres ou por outros beneficiários definidos pelo Alcorão (prisioneiros, viajantes, endividados…). Essa contribuição é encarada como uma forma de purificação e de culto. A quantia corresponde a 2,5% do valor dos bens em dinheiro.[75] Quem tiver possibilidades pode ainda contribuir, de forma voluntária, com outras doações (sadaqa), mas é importante que o faça em segredo e sem ser movido pela vaidade.[76][77]

O jejum no mês do Ramadão (Saum)Editar

Durante o Ramadão (o nono mês do calendário islâmico), cada muçulmano adulto deve abster-se de alimento, de bebida, de fumar e de ter relações sexuais, desde o nascer até ao pôr do sol. Os doentes, os idosos, os viajantes, as grávidas ou as mulheres lactantes estão dispensados do jejum.[78]

A peregrinação (haje)Editar

A Caaba durante o haje

Esse pilar consiste na peregrinação a Meca, obrigatória pelo menos uma vez na vida para todos os que gozem de saúde e disponham de meios financeiros. Ocorre durante o décimo segundo mês do calendário islâmico. Os muçulmanos vestem-se com um traje especial todo branco, antes de chegar a Meca, para que todos estejam igualmente vestidos e não haja distinção de classes. Durante toda a peregrinação, não se preocupam com o seu aspecto físico. Depois de praticarem sete voltas em torno da Kaaba, os peregrinos correm entre as duas colinas de Safa e Marwa. Na última parte do haje, os muçulmanos devem passar uma tarde na planície de Arafat, onde Maomé disse o seu "Último Sermão". Os rituais chegam ao fim com o sacrifício de carneiros e bodes.[79][80][81][82][83][84]

HistóriaEditar

 Ver artigo principal: História do Islão

Maomé (610-632)Editar

 Ver artigo principal: Maomé

Na tradição muçulmana, Maomé (c 570 - 8 de junho de 632) é visto como o último de uma série de profetas principais.[85] Durante os últimos 22 anos de sua vida, começando aos 40 anos, em 610, de acordo para as primeiras biografias restantes, Maomé relatou revelações que ele acreditava serem de Deus, transmitidas a ele através do arcanjo Gabriel (Jibril). O conteúdo dessas revelações, conhecido como o Alcorão, foi memorizado e gravado por seus companheiros.[86]

 
Profeta Maomé recitando o Alcorão em Meca (gravura do século XV)

Durante esta época, Maomé pregava ao povo na cidade de Meca, implorando-los a abandonar o politeísmo e adorar um Deus. Embora alguns tenham se convertido ao Islão, Maomé e seus seguidores foram perseguidos pelas autoridades de Meca. Isso resultou na migração para a Abissínia de alguns muçulmanos (ao Império Axumita). Muitos dos primeiros convertidos ao Islão eram os pobres e ex-escravos como Bilal Ibn Rabah al-Habashi. A elite de Meca acreditava que Maomé iria desestabilizar a ordem social através da pregação de uma religião monoteísta, da igualdade racial e do processo de dar ideias aos pobres e seus escravos.[87][88][89][90]

Depois de 12 anos de perseguição de muçulmanos por os habitantes de Meca, Maomé, sua família e os primeiros muçulmanos realizaram a Hégira ("emigração") para a cidade de Medina (anteriormente conhecida como Iatrebe) em 622. Lá, com os convertidos de Medina (Ansar) e os migrantes de Meca (muhajirun), Maomé estabeleceu sua autoridade política e religiosa. Um Estado foi estabelecido em conformidade com a jurisprudência econômica islâmica. A Constituição de Medina foi formulada, instituindo uma série de direitos e responsabilidades para os muçulmanos, judeus, cristãos e para as comunidades pagãs de Medina, unindo-os dentro de uma comunidade - a Umma.[91]

 
A Grande Mesquita de Cairuão, estabelecida em 670 em Cairuão, Tunísia, representa um dos melhores marcos arquitetônicos da civilização islâmica[92]

A constituição estabeleceu: a segurança da comunidade, a liberdade religiosa, o papel de Medina como um lugar sagrado (com proibição da violência e de armas), a segurança das mulheres, as relações tribais estáveis ​​dentro de Medina, um sistema fiscal para apoiar a comunidade, os parâmetros para alianças políticas exógenas, um sistema de concessão de proteção das pessoas importantes e um sistema judicial para a resolução de litígios em que os não muçulmanos também poderia usar as suas próprias leis. Todas as tribos assinaram o acordo para defender Medina de todas as ameaças externas e de viver em harmonia entre si. Dentro de alguns anos, duas batalhas foram travadas contra as forças de Meca: a primeira, a Batalha de Badr em 624, foi uma vitória muçulmana, e, em seguida, um ano depois, quando os habitantes de Meca retornaram a Medina, houve a Batalha de Uude, que terminou de forma inconclusiva.[93][94][95][96]

As tribos árabes no resto da Arábia, em seguida, formaram uma confederação e durante a Batalha da Trincheira sitiaram Medina com a intenção de acabar com o Islão. Em 628, o Tratado de Hudaibia foi assinado entre Meca e os muçulmanos e foi quebrado por Meca dois anos depois. Após a assinatura do tratado muito mais pessoas se converteram ao Islão. Ao mesmo tempo, as rotas comerciais de Meca foram cortadas quando Maomé trouxe as tribos do deserto circundantes para o seu controle.[97] Em 629, Maomé foi vitorioso na conquista, quase sem derramamento de sangue, da cidade de Meca, e até ao momento da sua morte, em 632 (com a idade de 62), ele conseguiu unir as tribos da Arábia sob um único sistema político e religioso.[98]

Expansão e conflitos civis (632-750)Editar

 
Mapa da expansão dos califados árabes
  Expansão até à morte de Maomé, 622-632
  Expansão durante o Califado Ortodoxo, 632-661
  Expansão durante o Califado Omíada, 661-750
Nota: os países e suas fronteiras não são os da época, mas os atuais

Com a morte de Maomé, em 632, a discordância eclodiu sobre quem iria sucedê-lo como líder da comunidade muçulmana. Abacar, um companheiro e amigo próximo de Maomé, foi nomeado o primeiro califa. Durante a liderança de Abacar os muçulmanos se expandiram à Síria depois de derrotar uma rebelião de tribos árabes em um episódio conhecido como as guerras Ridda, ou "Guerras de Apostasia".[99]

A morte de Abacar, em 634, resultou na sucessão de Omar como o califa, seguido por Otomão, Ali e Haçane ibne Ali. Os primeiros califas são conhecidos como al-khulafā' ar-rāshidūn ("califas bem orientados"). No governo deles, o território sob o domínio muçulmano expandiu profundamente em regiões persas e em territórios bizantinos.[100]

Quando Omar foi assassinado por um persa em 644, a eleição de Otomão como sucessor foi recebida com uma crescente oposição. Cópias padrão do Alcorão também foram distribuídos em todo o Estado islâmico. Em 656, Otomão também foi morto e Ali assumiu o cargo de califa. Após a primeira guerra civil (a "Primeira Fitna"), Ali foi assassinado por carijitas em 661. Após um tratado de paz, Moáuia I chegou ao poder e começou o Califado Omíada.[101]

Estas disputas pela liderança política e religiosa daria origem ao cisma na comunidade muçulmana. A maioria que aceitava a legitimidade dos três governantes antes de Ali ficou conhecida como os sunitas. A minoria discordante, que acreditava que somente Ali e alguns de seus descendentes deviam governar, ficou conhecida como os xiitas.[102] Após a morte de Moáuia em 680, o conflito sobre a sucessão eclodiu novamente em uma guerra civil conhecida como o "Segunda Fitna".[103]

A dinastia Omíada conquistou o Magrebe, a Península Ibérica, a Gália Narbonense e Sinde.[104] As populações locais de judeus e de cristãos nativos eram perseguidas por serem minorias religiosas e os muçulmanos tributavam-nas pesadamente para financiar as guerras bizantino-sassânidas, o que ajudou os muçulmanos a tomarem terras de bizantinos e persas, resultando em conquistas excepcionalmente rápidas.[105][106] A partir da Constituição de Medina, os judeus e os cristãos continuaram a usar suas próprias leis no Estado islâmico e tinham seus próprios juízes.[107][108]

Os descendentes do tio de Maomé, Abas, reuniram os convertidos descontentes não árabes (maulas), árabes pobres e alguns xiitas contra os omíadas e derrubou a dinastia com a ajuda do general Abu Muslim, o que deu início do Califado Abássida em 750.[109]

Era clássica (750-1258)Editar

 
O olho, de acordo com Hunaine ibne Ixaqueq de um manuscrito datado de c. 1200

Al-Shafi'i codificou um método para determinar a confiabilidade do hadith.[110] Durante o início da era do Império Abássida, estudiosos como Muhammad al-Bukhari e Muslim ibn al-Hajjaj compilaram as principais coleções de hadith sunitas, enquanto estudiosos como Al-Kulayni e Ibn Babawayh compilaram as principais coleções de hadith xiitas. As quatro Madhhab sunitas (hanafismo, hambalismo, maliquismo e xafeísmo) foram estabelecidas em torno dos ensinamentos de Abū Ḥanīfa, Amade ibne Hambal, Malik ibn Anas e al-Shafi'i. Em contraste, os ensinamentos de Jafar Alçadique formaram a jurisprudência do jafarismo. No século IX, Al-Tabari completou o primeiro comentário do Alcorão, que se tornou um dos comentários mais citados no Islã sunita, o Tafsir al-Tabari. Alguns muçulmanos começaram a questionar a piedade da indulgência na vida mundana e enfatizaram a pobreza, a humildade e a evitação do pecado com base na renúncia aos desejos corporais. Ascetas como Hasan al-Basri inspirariam um movimento que evoluiria para o tasawwuf ou sufismo.[111][112]

Nessa época, os problemas teológicos, notadamente sobre o livre-arbítrio, foram abordados com destaque, com Hasan al Basri afirmando que, embora Deus conheça as ações das pessoas, o bem e o mal vêm do abuso do livre-arbítrio e do diabo.[113][114] A filosofia racionalista grega influenciou uma escola especulativa de pensamento conhecida como muʿtazila, que defendeu a famosa noção de livre-arbítrio, originada pela primeira vez por Wasil ibn Ata.[115] Califas como Almamune e Almotácime fizeram disso um credo oficial e tentaram, sem sucesso, impor sua posição à maioria.[116] Eles realizaram inquisições com o tradicionalista Amade ibne Hambal, recusando-se notavelmente a se conformar com a ideia muʿtazila de que o Alcorão foi criado em vez de ser eterno e foi torturado e mantido em uma cela de prisão sem iluminação por quase trinta meses.[117] No entanto, outras escolas de teologia especulativa - maturidismo fundada por Abu Mansur al-Maturidi e alaxarismo fundada por Alboácem Alaxari - tiveram mais sucesso em serem amplamente adotadas. Filósofos como Alfarábi, Avicena e Averróis procuraram harmonizar as ideias de Aristóteles com os ensinamentos do Islã, semelhante ao escolasticismo posterior dentro do cristianismo na Europa e o trabalho de Maimônides dentro do judaísmo, enquanto outros como Algazali argumentaram contra tal sincretismo e finalmente prevaleceram.[118][119]

 
Universidade al Quaraouiyine, no Marrocos, fundada no ano 859

Este período às vezes é chamad de "Era de Ouro Islâmica".[120][121][122][123][124] As realizações científicas islâmicas abrangeram uma ampla gama de áreas, especialmente medicina, matemática, astronomia, agricultura, bem como física, economia, engenharia e óptica.[125][126][127][128] Avicena foi um pioneiro na medicina experimental,[129][130] e sua obra O Cânone da Medicina foi usada como um texto medicinal padrão no mundo islâmico e na Europa durante séculos. Rasis foi o primeiro a distinguir as doenças varíola e sarampo.[131] Os hospitais públicos da época emitiram os primeiros diplomas médicos para licenciar médicos.[132][133] Alhazém é considerado o pai do método científico moderno e muitas vezes referido como o "primeiro verdadeiro cientista do mundo", em particular no que diz respeito ao seu trabalho em óptica.[134][135][136][137] Na engenharia, o flautista autômato dos irmãos Banu Muça é considerado a primeira máquina programável.[138] Na matemática, o conceito do algoritmo é nomeado em homenagem a Alcuarismi, que é considerado um dos fundadores da álgebra, que recebeu o nome de seu livro al-jabr (Livro da Restauração e do Balanceamento),[139] enquanto outros desenvolveram o conceito de função matemática.[140] O governo pagava aos cientistas o salário equivalente ao de atletas profissionais de hoje.[141] O Guinness World Records reconhece a Universidade al Quaraouiyine, fundada em 859, como a universidade mais antiga do mundo que concede diplomas.[142] Muitos não-muçulmanos, como cristãos, judeus e sabeus,[143] contribuíram para a civilização islâmica em vários campos,[144][145] e a instituição conhecida como Casa da Sabedoria empregou estudiosos cristãos e persas para traduzir obras em árabe e desenvolver novos conhecimentos.[146][143]

Soldados romperam com o Império Abássida e estabeleceram suas próprias dinastias, como a dos tulúnidas em 868 no Egito[147] e dos gasnévidas em 977 na Ásia Central.[148] Nessa fragmentação surgiu o Século Xiita, aproximadamente entre 945 e 1055, que viu o surgimento do movimento missionário milenarista conhecido como ismaelismo. Um grupo ismaelita, a dinastia fatímida, assumiu o controle do norte da África no século X[149] e outro grupo ismaelita, os carmatas, saquearam Meca e roubaram a Pedra Negra, uma rocha colocada dentro da Caaba, durante a sua rebelião fracassada.[150] Ainda outro grupo ismaelita, a dinastia buída, conquistou Bagdá e transformou os abássidas em uma monarquia figurativa. A dinastia sunita dos seljúcidas fez campanha para reafirmar o Islã sunita promulgando a opinião acadêmica da época, notadamente com a construção de instituições educacionais conhecidas como Nezamiyeh, associadas a Algazali e Saadi de Xiraz.[151]

A expansão do mundo muçulmano continuou com missões religiosas convertendo a Bulgária do Volga ao Islã. O Sultanato de Déli atingiu profundamente o subcontinente indiano e muitos se converteram ao Islã,[152][153] em particular os hindus de casta inferior, conhecidos como dalits, cujos descendentes constituem a grande maioria dos muçulmanos indianos.[154] O comércio trouxe muitos muçulmanos para a China e eles praticamente dominaram a indústria de importação e exportação da dinastia Song[155] e os muçulmanos foram recrutados como uma classe minoritária governante na dinastia Yuan.[156]

Era pré-moderna (1258-século XVIII)Editar

 
Gazã, governante do 7º Ilcanato do Império Mongol, se converte ao Islã. representação do século XIV

Por meio das redes comerciais muçulmanas e da atividade das ordens sufistas, o Islã se espalhou para novas áreas[157][158] e os muçulmanos foram assimilados a novas culturas. Sob o Império Otomano, o Islã se espalhou para o sudeste da Europa.[159] A conversão ao Islã muitas vezes envolvia um grau de sincretismo,[160] como ilustrado pela aparição de Maomé no folclore hindu.[161] Os povos turcos muçulmanos incorporaram elementos das crenças do xamanismo turco ao Islã.[162][163] Muçulmanos na China da Dinastia Ming que eram descendentes de imigrantes anteriores foram assimilados, às vezes por meio de leis que determinavam a assimilação,[164] adotando nomes e cultura chineses,sendo que a cidade de Nanquim se tornou um importante centro de estudo islâmico.[165][166]

Mudanças culturais foram evidentes com a diminuição da influência árabe após a destruição do Califado Abássida pelos mongóis.[167] Os canatos mongóis muçulmanos no Irã e na Ásia Central se beneficiaram do aumento do acesso intercultural ao leste da Ásia sob o domínio mongol e, portanto, floresceram e se desenvolveram de forma mais distinta da influência árabe, como o Renascimento Timúrida sob a Dinastia Timúrida.[168] Naceradim de Tus (1201–1274) propôs o modelo matemático que mais tarde foi adotado por Copérnico sem revisão em seu modelo heliocêntrico e a estimativa de Pi de Alcaxi não seria superada por 180 anos.[169]

A introdução de armas de pólvora levou ao surgimento de grandes Estados centralizados e os impérios muçulmanos consolidaram grande parte dos territórios anteriormente fragmentados. O califado foi reivindicado pela dinastia otomana do Império Otomano desde a conquista de Edirna por Murade I em 1362,[170] e suas reivindicações foram fortalecidas em 1517 quando Selim I se tornou o governante de Meca e Medina.[171] A dinastia xiita safávida subiu ao poder em 1501 e mais tarde conquistou todo o Irã.[172] No sul da Ásia, Babur fundou o Império Mogol.[173]

A religião dos Estados centralizados dos impérios da pólvora influenciou a prática religiosa de suas populações constituintes. Uma simbiose entre os governantes otomanos e o sufismo influenciou fortemente o reinado islâmico dos otomanos desde o início. As ordens mevlevi e bektashis tinham uma relação próxima com os sultões,[174] como abordagens místicas e sufistas, bem como heterodoxas e sincréticas do Islã.[175][176] A muitas vezes forçada conversão safávida do Irã para o Islã xiita garantiu o domínio final do xiismo duodecimano na região. Os migrantes persas para o sul da Ásia, como burocratas influentes e proprietários de terras, ajudam a espalhar o islamismo xiita, formando algumas das maiores populações xiitas fora do Irã.[177] Nader Xá, que derrubou os safávidas, tentou melhorar as relações com os sunitas propagando a integração do xiismo duodecimano ao Islã sunita como um quinto madhhab, chamado jafarismo,[178] que falhou em obter o reconhecimento dos otomanos.[179]

Era moderna (séculos XVIII a XX)Editar

 
Abdul Mejide II foi o último califa do Islã da dinastia otomana.

No início do século XIV, Ibne Taimia promoveu uma forma puritana do Islã,[180] rejeitando abordagens filosóficas em favor de uma teologia mais simples[180] e pediu para abrir os portões da itjihad ao invés da imitação cega de estudiosos.[181] Ele convocou uma jihad contra aqueles que considerava hereges,[182] mas seus escritos tiveram apenas um papel marginal durante sua vida.[183] Durante o século XVIII na Arábia, Maomé ibne Abdal Uaabe, influenciado pelas obras de Ibne Taimia e Ibn al-Qayyim, fundou um movimento, chamado wahhabismo com sua autodesignação como muwahiddun, para retornar ao que ele via como um Islã "puro".[184][185] Ele condenava muitos costumes islâmicos locais, como visitar o túmulo de Maomé ou de homens santos, como inovações posteriores e pecaminosas,[185] o que o fez destruir rochas e árvores sagradas, santuários sufistas, as tumbas de Maomé e seus companheiros e a tumba de Hussein em Carbala, um importante local de peregrinação xiita.[186][187] Ele formou uma aliança com a família Saud, que, na década de 1920, completou a conquista da área que se tornaria a Arábia Saudita.[188]

Ma Wanfu e Ma Debao promoveram movimentos salafistas no século XIX, como o sailaifengye na China, após retornarem de Meca, mas acabaram sendo perseguidos e forçados a se esconder por grupos sufistas.[189] Outros grupos buscaram reformar o sufismo em vez de rejeitá-lo, com os senussis e Maomé Amade travando guerras e estabelecendo Estados na Líbia e no Sudão, respectivamente.[190] Na Índia, Shah Waliullah Dehlawi tentou um estilo mais conciliatório contra o sufismo e influenciou o movimento deobandi.[191] Em resposta, o movimento barelvi foi fundado como um movimento de massas, defendendo o sufismo popular e reformando suas práticas.[192][193]

O mundo muçulmano estava geralmente em declínio político a partir de 1800, especialmente em relação às potências europeias não muçulmanas. Anteriormente, no século XV, a Reconquista conseguiu acabar com a presença muçulmana na Península Ibérica. No século XIX, a Companhia Britânica das Índias Orientais anexou formalmente a dinastia mogol na Índia.[194] Como resposta ao imperialismo ocidental, muitos intelectuais buscaram reformar o Islã.[195] O modernismo islâmico, inicialmente rotulado pelos estudiosos ocidentais como salafista, abraçou valores e instituições modernas, como a democracia, enquanto era orientado pelas escrituras.[196][197] Precursores notáveis incluem Muhammad Abduh e Jamal al-Din al-Afghani.[198] Abul Ala Maududi ajudou a influenciar o Islã político moderno.[199] Semelhante à codificação contemporânea, a xaria foi pela primeira vez parcialmente codificada em lei em 1869 no código mecelle do Império Otomano.[200]

O Império Otomano se desintegrou após a Primeira Guerra Mundial e o califado foi abolido em 1924[201] pelo primeiro presidente da República Turca, Mustafa Kemal Atatürk, como parte de suas reformas seculares.[202][203] Os pan-islamistas tentaram unificar os muçulmanos e competiram com as crescentes forças nacionalistas, como o pan-arabismo. A Organização de Cooperação Islâmica (OIC), composta por países de maioria muçulmana, foi criada em 1969 após o incêndio da Mesquita Al-Aqsa em Jerusalém.[204]

O contato com as nações industrializadas trouxe populações muçulmanas para novas áreas através da migração econômica. Muitos muçulmanos migraram como servos contratados (principalmente da Índia e da Indonésia) para o Caribe, formando a maior população muçulmana em porcentagem nas Américas.[205] A migração da Síria e do Líbano foi o maior contribuinte para a população muçulmana na América Latina. A urbanização resultante e o aumento do comércio na África subsaariana levaram os muçulmanos a se estabelecerem em novas áreas e espalharem sua fé, provavelmente dobrando sua população muçulmana entre 1869 e 1914.[206]

Era contemporânea (século XX-presente)Editar

 
Líderes de países muçulmanos durante reunião da Organização para a Cooperação Islâmica em Istambul, Turquia

Precursores do modernismo islâmico influenciaram movimentos políticos islâmicos como a Irmandade Muçulmana e partidos relacionados no mundo árabe,[207][208] que tiveram um bom desempenho nas eleições após a Primavera Árabe,[209] como o Jamaat-e-Islami no sul da Ásia e Partido AK, que está democraticamente no poder na Turquia há décadas. No Irã, a revolução substituiu uma monarquia secular por um Estado islâmico. Outros, como Sayyid Rashid Rida, romperam com os modernistas islâmicos[210] e se opuseram a abraçar o que ele via como influência ocidental.[211] Enquanto alguns eram quietistas, outros acreditavam na violência contra aqueles que se opunham a eles, até mesmo outros muçulmanos, como o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, que até tentaram recriar o moderno dinar de ouro como seu sistema monetário.[212]

Em oposição aos movimentos políticos islâmicos, na Turquia do século XX, os militares realizaram golpes para derrubar os governos islâmicos e os lenços de cabeça foram legalmente restritos, como também aconteceu na Tunísia.[213][214] Em outros lugares, a autoridade religiosa foi cooptada e agora é frequentemente vista como marionetes do Estado. Por exemplo, na Arábia Saudita, o Estado monopolizou a bolsa de estudos religiosa[215] e, no Egito, o Estado nacionalizou a Universidade Al-Azhar, anteriormente uma voz independente checando o poder do governo.[216] O salafismo foi financiado no Oriente Médio por seu quietismo.[217] A Arábia Saudita fez campanha contra os movimentos islâmicos revolucionários no Oriente Médio, em oposição ao Irã.[218]

As minorias muçulmanas de várias etnias foram perseguidas como um grupo religioso.[219] Isso foi realizado por forças comunistas como o Khmer Vermelho, que os viam como seu principal inimigo a ser exterminado, pois sua prática religiosa os destacava do resto da população,[220] do Partido Comunista Chinês em Xinjiang[221] e por forças nacionalistas, como durante o genocídio da Bósnia.[222]

A globalização da comunicação aumentou a disseminação de informações religiosas. A adoção do hijab tornou-se mais comum[223] e alguns intelectuais muçulmanos estão se esforçando cada vez mais para separar as crenças bíblicas islâmicas das tradições culturais.[224] Entre outros grupos, esse acesso à informação levou ao surgimento de pregadores populares "televangelistas", como Amr Khaled, que competem com os ulemás tradicionais em seu alcance e têm autoridade religiosa descentralizada.[225][226] Interpretações mais "individualizadas" do Islã[227] incluem notavelmente os muçulmanos liberais que tentam reconciliar as tradições religiosas com a atual governança secular[228] e questões femininas.[229]

Autoridade religiosaEditar

 
Mapa do mundo muçulmano com as principais escolas da lei islâmica (madhhab)
 
Mapa dos países que adotam a xaria, o código de leis islâmico

Não há uma autoridade oficial que decide se uma pessoa é aceita ou excluída da comunidade de crentes. O islão é aberto a todos, independentemente de raça, idade, género ou crenças prévias. É suficiente acreditar na doutrina central do islão, acto formalizado pela recitação da chahada, o enunciado de crença do islão, sem o qual uma pessoa não pode ser considerada um muçulmano.

Embora não exista no islão uma estrutura clerical semelhante à existente nas denominações cristãs, existe contudo um grupo de pessoas reconhecidas pelo seu conhecimento da religião e da lei islâmica, denominadas ulemás. Os homens que se destacam pelo seu grande conhecimento da lei islâmica podem receber o título de mufti, sendo responsáveis pela emissão de pareceres sobre determinada questão da lei islâmica; em teoria esses pareceres (fatwas) só devem ser seguidos pela pessoa que o solicitou.

Lei islâmica (Xaria)Editar

 Ver artigo principal: Xaria

A lei islâmica chama-se xaria. O Alcorão é a mais importante fonte da jurisprudência islâmica, sendo a segunda a Suna ou exemplos do profeta. A Suna é conhecida graças aos hádices, que são narrações acerca da vida do profeta ou o que ele aprovava, que chegaram até nossos dias através de uma cadeia de transmissão oral a partir dos Companheiros de Maomé. A terceira fonte de jurisprudência é o ijtihad ("raciocínio individual"), à qual se recorre quando não há resposta clara no Alcorão ou na Suna sobre um dado tema. Neste caso, o jurista pode raciocinar por analogia (qiyas) para encontrar a solução.

A quarta e última fonte de jurisprudência é o consenso da comunidade (ijma). Algumas práticas também chamadas de "xaria" têm também algumas raízes nos costumes locais (Al-urf).

A jurisprudência islâmica chama-se fiqh e está dividida em duas partes: o estudo das fontes e metodologia (usul al-fiqh, raízes da lei) e as regras práticas (furu' al-fiqh, ramos da lei).

AlcorãoEditar

 Ver artigo principal: Alcorão

Os ensinamentos de Alá (Allah, a palavra árabe para Deus) estão contidos no Alcorão (Qur'an, "recitação"). Os muçulmanos acreditam que Maomé recebeu esses ensinamentos de Deus por intermédio do anjo Gabriel (Jibrīl), através de revelações que ocorreram entre 610 e 632 d.C. Maomé recitou essas revelações aos seus companheiros, muitos dos quais se diz terem memorizado e escrito no material que tinham à disposição (omoplatas de camelo, folhas de palmeira, pedras…).

As revelações a Maomé foram mais tarde reunidas em forma de livro. Considera-se que a estruturação do Alcorão como livro ocorreu entre 650 e 656, durante o califado de Otomão.

 
O livro sagrado do islão, o Alcorão

O Alcorão está estruturado em 114 capítulos chamados suras. Cada sura está por sua vez subdividida em versículos chamados ayat. Os capítulos possuem tamanho desigual (o menor possui apenas três versículos e os mais longos 286 versículos) e a sua disposição não reflete a ordem da revelação (estão ordenados por tamanho). Considera-se que 92 capítulos foram revelados em Meca e 22 em Medina. As suras são identificadas por um nome, que é em geral uma palavra distintiva surgida no começo do capítulo ("A Vaca", "A Abelha", "O Figo").

Uma vez que os muçulmanos acreditam que Maomé foi o último de uma longa linha de profetas, eles tomam a sua mensagem como um depósito sagrado e tomam muito cuidado com ela, assegurando que a mensagem tenha sido recolhida e transmitida de uma maneira a não trair esse legado. Essa é a principal razão pela qual as traduções do Alcorão para as línguas vernáculas são desencorajadas, preferindo-se ler e recitar o Alcorão em árabe. Muitos muçulmanos memorizam uma porção do Alcorão na sua língua original e aqueles que memorizaram o Alcorão por inteiro são conhecidos como hafiz (literalmente "guardião").

A mensagem principal do Alcorão é a da existência de um único Deus, que deve ser adorado. Contém também exortações éticas e morais, histórias relacionadas com os profetas anteriores a Maomé (que foram rejeitados pelos povos aos quais foram enviados), avisos sobre a chegada do dia do Juízo Final, bem como regras relacionadas com aspectos da vida diária, como o casamento e o divórcio.

Além do Alcorão, as crenças e práticas do islão baseiam-se na literatura hádice, que para os muçulmanos clarifica e explica os ensinamentos do profeta.

Escolas e vertentesEditar

SunismoEditar

 Ver artigo principal: Sunismo
 
islão no mundo moderno
  Países com maioria sunita
  Países com maioria xiita
  Países com maioria ibadita

O sunismo é a maior denominação do islão e representa 75%-90% de todos os muçulmanos.[230] Os muçulmanos sunitas também são conhecidos pelo nome Ahl as-Sunnah, que significa "povo da tradição [de Maomé]".[231][232]

Os sunitas acreditam que os primeiros quatro califas eram os legítimos sucessores de Maomé; uma vez que Deus não especificou nenhum líder específico para sucedê-lo e os líderes foram eleitos. Os sunitas acreditam que qualquer um que é justo e correto pode ser um califa, mas eles têm de agir de acordo com o Alcorão e do hádice, a exemplo de Maomé e dar ao povo os seus direitos. Os sunitas seguem quatro madhāhib (escolas de pensamento): hanafismo, hanbalismo, maliquismo e Shafi'i, estabelecidos em torno dos ensinamentos de Abu Hanifa, Ahmad ibn Hanbal, Malik ibn Anas e al-Shafi respectivamente. Todos as quatro aceitam a validade das outras e um muçulmano pode escolher qualquer uma que ele ou ela achar mais agradável.[233] O salafismo (também conhecido como Alal Hádice (em árabe: أهل الحديث; lit. "O povo do hádice"), ou pelo termo pejorativo wahhabismo por seus adversários) é um movimento islâmico ultra-ortodoxo que leva a primeira geração de muçulmanos como modelos exemplares.[234]

XiismoEditar

 Ver artigo principal: Xiismo
 
Mesquita Imame Ali, no Iraque, o local mais sagrado para os muçulmanos xiitas

Os xiitas constituem 10-20% dos muçulmanos e são o segundo maior do ramo do islão.[235]

Enquanto os sunitas acreditam que um califa deve ser eleito pela comunidade, os xiitas acreditam que Maomé indicou seu genro, Ali, como seu sucessor e apenas certos descendentes de Ali poderiam ser imames (líderes). Como resultado disso, eles acreditam que Ali foi o primeiro imame, rejeitando a legitimidade dos califas muçulmanos anteriores Abacar, Otomão e Omar.

O islão xiita tem vários ramos, sendo o maior deles o xiismo duodecimano, seguido pelos zaiditas e pelos ismaelitas. Diferentes ramos aceitam diferentes descendentes de Ali como imames. Depois da morte de Jafar al-Sadiq, considerado o sexto imame pelos duodecimanos, e de Ismaili, os ismaelitas passaram a considerar seu filho, Ismael ibn Jafar, como o imame e os duodecimanos passaram a considerar seu outro filho, Musa al-Kazim, como seu sétimo imame. Enquanto os zaiditas consideram Zayd ibn Ali, o tio de Jafar al-Sadiq, como seu quinto imame.

Outros grupos menores incluem os mustalitas e os drusos,[236] bem como os alauítas e alevitas. Alguns ramos xiitas rotulam outros ramos xiitas que não concordam com a sua doutrina como Ghulāt.

Carijitas/IbadismoEditar

 Ver artigos principais: Carijitas e Ibadismo

Outra denominação que tem origem nos tempos históricos do islão é a dos carijitas. Historicamente, consideravam que qualquer homem, independentemente da sua origem familiar, poderia ser líder da comunidade islâmica, opondo-se às polémicas de sucessão entre sunitas e xiitas. Os ideais carijitas ainda existem no mundo Islâmico, mesmo que de forma diferente da original, através do takfirismo, que é excomungar alguém do islão por ter cometido um pecado grave. Como as formas de julgamento desses grupos são extremamente subjetivas e não tomam por base a aplicação correta da Charia, esses grupos se tornam extremamente violentos contra muçulmanos e não muçulmanos.[237] Os membros de uma vertente desse grupo hoje são mais comumente conhecidos como muçulmanos ibaditas. Um grande número de muçulmanos ibaditas vive hoje no Omã.

SufismoEditar

 Ver artigo principal: Sufismo
 
Sufis da ordem Melevi, conhecidos no Ocidente como dervixes rodopiantes

Às vezes visto pelos fiéis muçulmanos comuns como um ramo separado do islão,[238] o sufismo é antes uma forma de mística que pretende alcançar um contacto direto com Deus através de uma série de práticas que geralmente incluem o ascetismo, a meditação, os jejuns, cantos e danças.

Desconhece-se de onde deriva a palavra sufismo (em árabe: tasawwuf). O termo poderá provir de sūf, "", o que se encontra relacionado com o facto de os primeiros sufis vestirem roupas feitas com o material, imitando os ascetas cristãos da Síria e da Palestina. Outra teoria procura relacionar sufismo com a palavra árabe safa, que significa "pureza".[239]

O sufismo já existia como movimento no primeiro século do islão. Para os sufis, o próprio profeta Maomé seria um deles, já que levaria uma vida extremamente simples, tendo por hábito retirar-se de Meca para meditar numa caverna, tendo estabelecido uma relação próxima com Deus. Um dos primeiros representantes do sufismo foi Haçane de Baçorá (642–728), que rejeitou o materialismo do mundo e criticou os soberanos omíadas. Saliente-se ainda deste período inicial uma mulher, Rabi'ah al-Adawiyah (? - 801), cujo amor por Deus leva-a a excluir o apego ao mundo. Desde os séculos XII e XIII, os sufis organizam-se em ordens ou irmandades (tariqas), que seguem os métodos de realização espiritual ensinados por determinados mestres (os xeques ou pirs)." As ordens sufis podem ser encontradas quer no sunismo, quer no xiismo. O sufismo foi por vezes entendido pelas autoridades ortodoxas muçulmanas como uma ameaça, tendo os seus líderes e adeptos sido alvo de perseguições. O sufismo tem sido igualmente criticado devido ao facto de alguns dos seus mestres terem alcançado um estatuto de santo, tendo sido erguidos santuários nos locais onde nasceram ou faleceram, que se tornaram locais de peregrinações.[240]

Fundamentalismo e radicalismoEditar

 
Protesto em Londres (2006) contra as caricaturas de Maomé. O cartaz, que é carregado por um manifestante com um lenço palestino, diz em inglês: "Liberdade, vá para o inferno"

Correntes radicais do islão frequentemente são acusadas de atos terroristas, como os atentados às Torres Gêmeas, protagonizados nos ataques de 11 de setembro de 2001 pela Al Qaeda. E a defesa intolerante da extinção do Estado de Israel defendida pelo grupo terrorista Hamas. Em sua carta de fundação, por exemplo, o Hamas é claro na defesa da destruição do Estado Sionista,[241] sendo apoiado pela maioria do povo palestino. Fundamentalistas também defendem a submissão da mulher, a perseguição a cristãos e o assassinato de dissidentes em países islâmicos.[242] Estima-se que aproximadamente quatro milhões de cristãos libaneses emigraram de seu país em consequência das pressões impostas pelos muçulmanos.[243]

A condição de vida das mulheres também é precária em países fundamentalistas islâmicos, como a Arábia Saudita: "Para o pensamento ortodoxo muçulmano, a mulher vale menos do que o homem, explica Leila Ahmed, especialista em estudos da mulher e do Oriente Próximo da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos […]".[244] Assim sendo, violências físicas e tratamentos desumanos, como o apedrejamento, são constantes entre os países fundamentalistas: "Segundo a lei islâmica denominada Sharia (Shari'ah ou Charia), uma mulher considerada adúltera deve ser enterrada até o pescoço (ou as axilas) e apedrejada até a morte […]".

A intolerância a críticas também é alvo constante de respostas por parte da imprensa às vertentes radicais do islão. Recentemente, cartunistas dinamarqueses foram ameaçados de morte por publicarem charges consideradas insultuosas para alguns muçulmanos,[245] algo comum no Ocidente e sua contraparte cristã. O Papa Bento XVI também foi ameaçado de morte por considerar o islão uma religião violenta.[246]

O crítico Daniel Pipes cita uma cadeia histórica de reações radicais a críticas e atos humorísticos por parte de extremistas islâmicos, que vão de ameaças a mortes de dezenas de pessoas.[246] Porém, segundo alguns, o islamismo moderado mostra-se como vertente desejosa da paz, tanto quanto o budismo, o cristianismo, o judaísmo ou qualquer outra grande religião.[247]

DemografiaEditar

 
Mundo islâmico, por porcentagem da população

Um estudo demográfico global de 2009 feito em 232 países e territórios relatou que 23% da população mundial, ou 1,57 bilhão de pessoas, é composta por muçulmanos. Destes, estima-se mais de 75-90% são sunitas e 10-20% são xiitas,[232][248][249] com uma pequena minoria que pertence a outras seitas islâmicas. Cerca de 57 países são de maioria muçulmana[250] e os árabes são responsáveis ​​por cerca de 20% de todos os muçulmanos do mundo.[251] O número de muçulmanos em todo o mundo aumentou de 200 milhões em 1900 para 551 milhões em 1970[252] e triplicou para 1,5 mil milhões * em 2009.

A maioria dos muçulmanos vivem na Ásia e na África.[253] Cerca de 62% dos muçulmanos do mundo vivem no continente asiático, com mais de 683 milhões adeptos em países como Indonésia, Paquistão, Índia e Bangladesh.[254][255] No Oriente Médio, países não árabes, como a Turquia e o Irã, são os maiores países de maioria muçulmana; na África, Egito e Nigéria têm as comunidades muçulmanas mais populosas do continente.[256]

A maioria das estimativas indicam que a República Popular da China tem de 20 a 30 milhões de muçulmanos (1,5% a 2% da população).[257][258][259][260] No entanto, os dados fornecidos pelo Internacional de Universidade Estadual de San Diego sugerem que a China tem 65,3 milhões de muçulmanos.[261] O Islão é a segunda maior religião depois do cristianismo em muitos países europeus,[262] e está lentamente a aproximar-se a essa situação na América.

Países lusófonosEditar

 Ver artigos principais: Islã no Brasil e Islão em Portugal

Em Portugal, existe igualmente uma comunidade muçulmana, que nada tem a ver com os muçulmanos que viveram no país durante a Idade Média; são na sua maioria naturais das antigas colónias portuguesas de Moçambique e Guiné-Bissau, que se fixaram em Portugal após a independência desses territórios. O islão xiita ismaelita também está presente em Portugal, tendo a sua sede no Centro Ismaili de Lisboa, construído pela Fundação Aga Khan. Estima-se que o número de muçulmanos em Portugal ronde os 30 mil.[263]

Segundo o censo de 2000, o Brasil tinha 27 239 muçulmanos.[264] Porém, para a Federação Islâmica Brasileira, o número de muçulmanos no Brasil ronda o 1,5 milhão.[265] A maioria dos muçulmanos brasileiros vive nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul, mas também existem comunidades significativas no Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Grande parte desses muçulmanos são descendentes de imigrantes sírios e libaneses que se fixaram no Brasil durante a Primeira Guerra Mundial.[266]

Na Guiné-Bissau, o islão penetrou na Idade Média, tendo as ordens sufistas desempenhado um importante papel na sua difusão. Reúne hoje cerca de 45% da população. Outro país africano de língua oficial portuguesa com um número significativo de muçulmanos é Moçambique (17,8%).[267]

CulturaEditar

 
Bismillah ("Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso") na caligrafia árabe
 
Vista do interior da cúpula principal da Mesquita Selimiye em Edirne, Turquia
 
Mesquita na cidade de Astana, Cazaquistão
 Ver artigos principais: Cultura islâmica e Literatura islâmica

O termo "cultura islâmica" pode ser usado para indicar aspectos da cultura que dizem respeito à religião, como festivais e códigos de vestimenta. Também é comumente utilizado para designar os aspectos culturais de povos tradicionalmente muçulmanos, como os árabes.[268]

Arte e arquiteturaEditar

 Ver artigos principais: Arquitetura islâmica e Arte islâmica

A arte islâmica engloba as artes visuais produzidas a partir do século VII em diante por pessoas (não necessariamente muçulmanos) que viveram no território que era habitada por populações muçulmanas.[269] Ela inclui áreas tão variadas como a arquitetura, a caligrafia, pintura e a cerâmica, entre outras. Talvez a expressão mais importante da arte islâmica seja a arquitetura, em especial a de mesquitas.[270] Através desses edifícios, o efeito da variação de culturas dentro da civilização islâmica pode ser ilustrado. A arquitetura islâmica do Norte da África e Península Ibérica, por exemplo, tem elementos romanos e bizantinos, como visto na Grande Mesquita de Cairuão, que contém colunas de mármore e pórfiro de edifícios romanos e bizantinos, no palácio de Alhambra, Granada, ou na Grande Mesquita de Córdova.[271]

CalendárioEditar

 Ver artigo principal: Calendário islâmico

O início formal da era muçulmana foi escolhido para ser a Hégira em 622, que foi um importante ponto de virada na vida de Maomé. A atribuição deste ano como o ano 1 AH (Ano da Hégira) no calendário islâmico teria sido feita pelo califa Omar. É um calendário lunar, com dias que duram de Sol a Sol.[272] Os dias sagrados islâmicos caem em datas fixas do calendário, o que significa que elas ocorrem em diferentes estações do ano e em diferentes anos do calendário gregoriano. Os festivais islâmicos mais importantes são o Eid al-Fitr (em árabe: عيد الفطر) no dia 1 do Shawwal, marcando o fim do mês de jejum do Ramadã, e o Eid al-Adha (em árabe: عيد الأضحى) no dia 10 do Dhu al-Hijjah, coincidindo com a peregrinação a Meca.[273]

Lugares sagradosEditar

A Caaba ("O Cubo"), um edifício situado dentro da mesquita principal de Meca (A Grande Mesquita), na Arábia Saudita, é o local mais sagrado do islão. De acordo com o Alcorão, ela foi construída por Abraão (Ibrahim) para que todas as pessoas fossem ali celebrar os ritos da haje. O segundo local sagrado do islão é a Mesquita do Profeta, na cidade de Medina, cidade para a qual Maomé e os primeiros muçulmanos fugiram (num movimento conhecido como Hégira), e onde se encontra o seu túmulo. A cidade de Jerusalém é o terceiro local sagrado do islão. Este estatuto advém da sua associação aos profetas anteriores a Maomé e sobretudo pelo facto de os muçulmanos acreditarem que o profeta teria viajado para esse local durante a noite, cavalgando um ser denominado Buraq, numa viagem conhecida como Isra. Uma vez em Jerusalém, ele teria ascendido ao céu (Mi’raj), onde dialogou com Deus e outros profetas, entre os quais Moisés e Jesus. No local de Jerusalém onde se acredita que Maomé subiu ao céu, foi construída a Cúpula da Rocha, em cerca de 690, e a Mesquita de Al-Aqsa, sobre as ruínas do antigo Templo de Salomão dos judeus.[274]

Os muçulmanos xiitas consideram ainda como sagradas as cidades de Carbala e Najafe, ambas no Iraque. Na primeira, ocorreu o martírio de Hussein (filho de Ali e neto de Maomé) e dos seus companheiros, quando este contestava o Califado Omíada. No Irão, devem também ser salientadas duas cidades sagradas para os xiitas, Mexad e Qom.[275]

Lugares sagrados do islão (da esquerda para a direita): Grande Mesquita, em Meca, Arábia Saudita, considerada o maior centro de peregrinação do mundo e o local mais sagrado do islão; Mesquita do Profeta, em Medina, local do túmulo de Maomé; Cúpula da Rocha, em Jerusalém, cidade sagrada para os muçulmanos

Perspectiva islâmica de outras religiões e crençasEditar

 
Igreja cristã ao lado de uma mesquita em Beirute, no Líbano
 Ver artigo principal: Islamismo e outras religiões

O islão reconhece elementos de verdade no judaísmo e no cristianismo. Todos os profetas do judaísmo são reconhecidos também como profetas no islão, assim como Jesus, que de acordo com a perspectiva muçulmana teria anunciado a vinda de Maomé. Para os seguidores dessas duas crenças, o Alcorão reservou a noção de "Povos do Livro" (Ahl al-Kitab), estabelecendo que devem ser tolerados devido ao facto de possuírem escrituras sagradas.[276]

De acordo com o Alcorão, "aqueles que não crêem, entre o Povo do Livro e os idólatras, permanecerão no fogo do inferno. Eles são os piores dos seres criados."[277] Um grande número de países islâmicos proíbem a apostasia (abandono do Islão) com a pena capital.[278][279][280]

Os cristãos são perseguidos em várias regiões do mundo de maioria muçulmana, como Afeganistão, Somália, Líbia, Paquistão, Eritreia, Sudão, Iemen, Irão, Nigéria e Arábia Saudita, entre outros.[281][282][283] Também correntes do Islão que se encontram em minoria em determinados países islâmicos têm sido alvo de perseguição por outros muçulmanos: por exemplo os Ahmadi no Paquistão,[284] os xiitas na Arábia Saudita.[285] E, por sua vez, os sunitas e os bahai no Irão.[286]

O Sheikh Ahmed el-Tayeb, sunita, imã da Mesquita de al-Azhar e Reitor da Universidade com o mesmo nome, do Cairo, Egito, desde 2010, afirma que não há contradição entre defender o princípio da liberdade religiosa e sancionar o assassinato de cidadãos simplesmente por mudar suas crenças religiosas. Para al-Tayyeb, "a liberdade de crença é uma coisa e a liberdade de renunciar a uma crença religiosa particular (isto é, o Islão) é outra coisa".[287] Para o xiita Ruhollah Khomeini, todos os não muçulmanos são considerados impuros, da mesma maneira que a urina e as fezes, o cão e o porco.[288]

Ver tambémEditar

Notas

  1. O termo islamismo/islamista, unicamente utilizado em português como sinónimo daquele que segue o islão[2] é um galicismo aparecido no século XX que hoje em dia é usado em alguns países para definir,[3] não só a sua visão religiosa, mas principalmente uma visão mais política dessa mesma doutrina.[4] Assim, em francês o islamismo tanto se pode referir a uma "escolha consciente da doutrina do islão como guia para a acção política" como de uma "ideologia de manipulação do islão com vistas de projectos políticos". Nesta ultima acepção fala-se também do "islamismo radical", o fundamentalismo islâmico, como forma de combater a agressão que supostamente seria feita pelos ocidentais à identidade árabe-muçulmana, com o fim de transformar um sistema político e social de um Estado usando a xaria, ou seja a interpretação unívoca é imposta à sociedade.[3]

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