Capacete colonial
O capacete colonial, também conhecido como salacot, pith helmet, capacete safari, capacete de medula e capacete de cortiça, é um chapéu ou capacete leve feito de fibras vegetais e coberto por tecido, usado para proteger a cabeça do sol. Foi muito usado por colonizadores europeus em regiões quentes da Asia e da África. Sua origem está numa adaptação que os espanhóis fizeram do chapéu salakot tradicional das Filipinas.
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/d3/PithHelmetTruman.jpg/234px-PithHelmetTruman.jpg)
Era geralmente fabricado com fibras da planta Aeschynomene aspera ou de Aeschynomene paludosa, plantas originárias dos pântanos da Índia, e depois revestido com tecido impermeável. Também poderia ser feito de cortiça ou de outo tipo de fibra. Poderia ser enfeitado com o uso de uma ponteira no topo ou plumas, sendo também comum se usar um lenço em volta do capacete.[1][2]
Histórico
editarInicialmente os povos nativos das Filipinas, que serviam como auxiliares no exército espanhol, usavam um chapéu cônico tradicional, feito de fibra, que servia para proteger do sol e da chuva. Com o passar do tempo os militares espanhóis acabaram por adotar o uso desse chapéu dando-lhe a forma de um capacete. Esse capacete foi posteriormente adotado pelo exercito francês que servia nas colônias da Indochina.
Britânicos, holandeses e outros europeus acabaram seguindo o exemplo e o capacete colonial acabou se tornando comum para as tropas que serviam em regiões de clima tropical.[1]
O capacete colonial foi usado mais amplamente pelo Império Britânico, na Índia Britânica. Originalmente feito de fibra vegetal (medula), com pequenas abas na frente e a trás, a versão britânica era coberta com um pano branco, muitas vezes usado com uma faixa (puggaree) em volta e com pequenos furos nas laterais para ventilação. A tira que o prendia no queixo poderia ser de couro ou uma corrente de latão, dependendo da ocasião.
Posteriormente o material usado na sua fabricação passou a ser a cortiça, que era mais durável, embora ainda fosse coberto com tecido e continuasse a ser chamado de capacete de medula.
Durante a Guerra Anglo-Zulu, as tropas britânicas tingiram seus capacetes brancos com chá, lama e outros meios improvisados de camuflagem. Posteriormente, capacetes de cor caqui tornaram-se padrão para o serviço tropical ativo.
Em outras regiões
editarUma versão do capacete colonial passou a ser usado na Europa, revestido com tecido azul escuro e feito de cortiça tendo uma ponteira de bronze. Era chamado de Capacete Home Service, na Inglaterra. O exército britânico adotou formalmente esse capacete em 1878 (aposentando as antigas barretinas), a maioria da infantaria britânica usou esse capacete até 1902, quando o exercito britânico adotou o uniforme caqui.
Seu modelo também inspirou o capacete de polícia, usado por vários policiais da Inglaterra desde 1869. e o capacete "Padrão Albert", uma versão em metal do capacete de cortiça, com ponteira e crineira pendente, usado pelos couraceiros da guarda real britânica a partir de 1847.
O Exército dos Estados Unidos também usou capacetes de pano azul do mesmo padrão do modelo britânico de 1881 a 1901 como parte de seu uniforme de gala. A versão usada pela cavalaria e artilharia montada incluía plumas e cordas com as cores (amarelo ou vermelho) de seus respectivos ramos de serviço.
Atualmente, o capacete colonial é usado pelo exército do Vietnã.[3]
No Brasil
editarO Exército Brasileiro adotou o capacete colonial em 1903, substituindo o capacete pickelhaube, para desfiles cerimoniais. Era revestido com tecido branco e ornado com penachos, crineiras ou ponteiras. Uma versão mais simples, revestida com tecido caqui, foi adotada para os soldados que serviam nas regiões de clima quente e úmido da floresta amazônica.
Galeria
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Capacete do exército real canadense.
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Capacete colonial alemão com ponteira.
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Capacete Home Service do regimento real Irlandês, 1878.
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O explorador americano Henry Morton Stanley, usando um capacete colonial, em 1872.
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Governador da Costa do Ouro, com um capacete colonial em 1953.
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O Presidente americano Theodore Roosevelt e o Marechal Rondon, usando capacetes coloniais, em expedição na Amazônia. 1914.
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Soldados britânicos do Regimento Real de Gibraltar, 2012.
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Soldado vietnamita usando o capacete colonial, 2009.
Referências
- ↑ a b Alfredo R. Roces, et al., eds., Ethnic Headgear in Filipino Heritage: the Making of a Nation , Filipinas: Lahing Pilipino Publishing, Inc., 1977, Vol. VI, pp. 1106-1107.
- ↑ Manuel Buzeta y Felipe Bravo, Diccionario geografico, estadistico, historico de las Islas Filipinas , Charleston, Carolina do Sul: 2011, Nabu Press, Vol. eu, pág. 241.
- ↑ Haswell Miller, A.E. Vanished Armies, ISBN 978 0 74780-739-1