Centro (Vitória)
O Centro de Vitória e um bairro histórico e turístico da Zona Central de Vitória e teve seu processo de ocupação no local conhecido, hoje, como Cidade Alta.[1] A concentração populacional foi motivada com a chegada dos jesuítas, especialmente a do Padre Jesuíta Afonso Brás, responsável pelo povoamento da colônia.
Arquitetura
editarO desenho arquitetônico do Centro de Vitória foi construído de acordo com as necessidades de defesa. As frequentes tentativas de invasão pelos franceses, ingleses e holandeses levaram o Conde de Sabugosa, em 1726, a decidir pelo fortalecimento do centro da cidade. Com isto o Forte de São João foi ampliado, foi construído o forte São Diogo, situado ao lado de onde hoje se localiza a Escadaria São Diogo, que dá acesso a Praça Costa Pereira e Cidade Alta, o Fortim de Nossa Senhora do Monte do Carmo, entre o Cais Grande e o Cais do Santíssimo, foi melhorado e recebeu a casa de pólvora. O quarto forte construído foi o de Santo Inácio, conhecido como São Maurício, na quadra de confluência da Rua General Osório com a Nestor Gomes.
História
editarO Centro de Vitória surgiu no trecho conhecido hoje como Cidade Alta, na área que compreendia a parte onde se instalou o centro administrativo do Estado e o morro onde se localiza o Convento de São Francisco, colonizado por portugueses a partir do ano de 1550. Posteriormente, a ocupação se espalhou pela baixada dividindo-se em parte alta e baixa. Na década de 1920, com o crescimento populacional, houve a necessidade de expansão, foi quando começaram os aterros aos mangues que circundavam a Cidade Alta. A partir de então a população passou a ocupar novas áreas para moradia.
Do lado oeste, onde havia o mangue do Campinho, nascera o Parque Moscoso, para onde se dirigiram as famílias mais bem sucedidas; para a Vila Rubim se dirigiram os portuários; em direção à rua Sete de Setembro, os funcionários públicos. Para alojar parte desses últimos, o Estado construiu um conjunto de casas na rua Gama Rosa. Do lado leste, onde hoje é a Praça Costa Pereira, ficava a Prainha onde o mar batia nas rochas do forte São Diogo e no Porto das Lanchas.
Influência dos Governos
editarA construção do Colégio de Santiago, iniciada em 1551 juntamente com a Igreja São Tiago foram iniciativas dos padres jesuítas. Com a expulsão desses em 1759 o colégio imediatamente se transforma no palácio de governo, assim sendo até hoje (Palácio Anchieta). A Cidade Alta original, formada por casarios, foi destruída aos poucos, no período entre 1908 a 1912, durante o Governo de Jerônimo Monteiro. Esse governo trouxe algumas mudanças progressistas para Vitória, mas também foi responsável pela destruição de alguns patrimônios históricos, entre os quais, a completa descaracterização do antigo Colégio dos jesuítas e da imponente Igreja São Tiago, que foi desapropriada e integrada à dependências palacianas. Na visão governamental eram construções muito simples, não condizendo com a fase progressista que a capital então atravessava. Porém, Muito antes, já acontecia em Vitória a derrubada de alguns edifícios históricos, como a da capela de Nossa Senhora da Conceição da Prainha por volta de 1894 para construção do teatro Melpômene, inaugurado em 1896 com 1200 lugares.
No governo de Jerônimo Monteiro a Igreja de Misericórdia, de 1606, foi destruída para a construção do prédio da Assembléia Legislativa, inaugurado em 1912. O governo seguinte, de Bernadino Monteiro, deu continuidade às obras urbanísticas e ajudou no florescimento intelectual da cidade, embora também protagonizasse demolições de importantes construções históricas, como a antiga catedral, do século XVI, para ceder espaço à nova catedral, iniciada em 1920 (e concluída em 1970). Essa expansão durou até o governo de Nestor Gomes que promoveu algumas demolições na Cidade Alta, Praça Costa Pereira, Avenida Jerônimo Monteiro e Zona da Capixaba.
A Cidade Alta, especialmente no trecho que compreende o antigo mosteiro de São Francisco, tendeu a manter-se residencial e ficou por muitas décadas sem opção de transporte coletivo. Na década de 1920 foi construído o viaduto Caramuru para melhorar o sistema de transporte feito por bondes. Somente no primeiro trimestre de 1999, a população passou a ser servida por transporte coletivo, quando a Prefeitura de Vitória criou o transporte complementar, realizado por microônibus.
O comércio preferiu expandir-se pela baixada da cidade, onde a oferta de serviços coletivos já estava presente. Outro ponto que merece destaque diz respeito à participação da população negra que em 1790 construiu a Igreja de Nossa Senhora do Rosário. O contingente populacional de negros, nesse período, era de aproximadamente 4.898, representando 68% da população. A Catedral Metropolitana de Vitória foi construída no lugar da Matriz de Nossa Senhora da Vitória, demolida por ato de Dom Benedito Paulo Alves de Souza. A Rua da Alfândega foi ampliada e passou a ser denominada Av. Jerônimo Monteiro.
Pontos famosos
editarPraça Costa Pereira
editarA praça Costa Pereira era conhecida, primeiramente, como Prainha, Largo da Conceição e Praça da Independência. A partir da década de 1960 são observadas mudanças significativas nas características do Centro em relação à cultura. A Praça Oito, construída no lugar que abrigava um antigo mercado, deixa de receber às quintas-feiras apresentações da banda da Polícia Militar e, eventualmente, das filarmônicas do Rosário e São Francisco. O nome Praça Oito foi dado em 1911 pelo governador Cirilo Tovar, esta praça já foi denominada Cais Grande, Cais da Alfândega e Santos Dumont.
Escadaria Maria Ortiz
editarA Escadaria Maria Ortiz, ex-ladeira do Pelourinho, é a mais famosa das escadarias do Centro pela história de heroísmo da jovem capixaba Maria Ortiz, que em 1625 ajudou a expulsar os holandeses jogando água fervendo sobre os invasores. O título “Cidade Presépio” foi dado à cidade, no governo de Florentino Ávidos quando o médico e jornalista Aerobaldo Léllis, publicou uma crônica na revista Vida Capixaba referindo-se desta forma ao local. Nesse governo, foram construídos o Viaduto Caramuru, planejado para ser uma linha de bonde; o Grupo Escolar Gomes Cardim, atual FAFI; a Imprensa Oficial; o Arquivo Público; a Biblioteca Municipal; o Teatro Carlos Gomes e o Mercado da Capixaba. Também foram alargadas as ruas do centro, construídas escadarias de acesso à Cidade Alta, praças e jardins.
Praça Getúlio Vargas
editarFundada no ano de 1955, a Praça Getúlio Vargas é uma praça localizada na região, destacando-se como uma das principais da cidade.[2][3] O local possui dois importantes monumentos de Vitória. A primeira uma estátua de bronze de Getúlio Vargas, esculpida por Leonardo Lima em homenagem ao Presidente.[4] Outro importante monumento presente na praça é o "A Lei de Deus", fundada na década de 1970 por membros da Associação da União Brasileira dos Adventistas do Sétimo Dia.[5] O monumento possui encravado os dez mandamentos bíblicos.[5]
Referências
- ↑ Bairros de Vitória
- ↑ Khoury, Felipe (23 de abril de 2022). «Conheça oito praças com espaços especiais para curtir com os cães em Vitória». A Gazeta. Consultado em 10 de julho de 2022
- ↑ «Praça Getúlio Vargas - Vitória». Terra Capixaba. Consultado em 10 de julho de 2022
- ↑ «Inauguração da estátua em homenagem à Getúlio Vargas, na Praça Getúlio Vargas em Vitória. Coleção governo Jones dos Santos Neves.». Instituto Jones dos Santos Neves. Consultado em 10 de julho de 2022
- ↑ a b «Praça Getúlio Vargas - Vitória». Terra Capixaba. Consultado em 10 de julho de 2022