O cerco de Évora deu-se em 1181, quando um exército do Califado Almóada invadiu Portugal e sitiou a cidade que, porém, resistiu ao assédio.

Cerco de Évora de 1181
Reconquista

As muralhas de Évora.
Data 25 de Maio de 1181 - Junho de 1181
Local Évora
Desfecho Vitória Portuguesa
Beligerantes
Reino de Portugal Califado Almóada
Comandantes
Desconhecido Mohammed Ibn Iusuf Ibn Wamudin
Baixas
Desconhecidas 520 cativos

Históra

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A cidade de Évora era uma das mais importantes no ocidente da península Ibérica e foi conquistada de surpresa em 1165 por Geraldo Sem Pavor, mediante um ataque nocturno.[1] No ano seguinte estabeleceu-se na cidade uma nova Ordem de freires cavaleiros portugueses mas, por não ser autorizada pelo Papa, foi integrada na Ordem de Calatrava.[2] Em 1173, o rei D. Afonso Henriques firmou com os Almóadas, que governavam o Andaluz, uma trégua, que durou até 1178. Neste ano, o infante D. Sancho chefiou um ousado fossado até às portas de Sevilha, capital almóada na península, devastou a região em redor e, no caminho de regresso, devastou também a região de Beja, ainda em poder muçulmano.

As represálias pelo fossado de Triana não se fizeram esperar e, logo no ano seguinte, os almóadas invadiram Portugal mas retiraram-se após um mal-sucedido ataque contra Abrantes. Em 1180 uma frota almóada partiu de Sevilha a atacar as costas portuguesas e, em finais deste ano ou inícios de 1181 partiu também de Sevilha um exército comandado por Mohammed Ibn Iusuf Ibn Wamudin, que invadiu Portugal transpondo o Guadiana.[3]

Évora foi sitiada pelos almóadas a 25 de Maio de 1181, ao mesmo tempo que outros destacamentos muçulmanos atacavam os campos e povoações em redor.[4]

Em certo dia, os defensores de Évora tentaram uma sortida contra o acampamento do comandante Almóada quando este dormia, porém foram rechaçados e obrigados a recuar para dentro do fosso da cidade, acabando muitos eborenses capturados.[4] Não foram tentadas mais sortidas pelos portugueses mas a cidade resistiu e dois dias mais tarde os muçulmanos retiraram-se de Portugal, tendo destruído os campos e alguns pontos fortificados em redor, levando com eles 400 homens e 120 mulheres para o cativeiro.[4][3]

Ver também

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Referências

  1. Samuel A. Dunham: The History of Spain and Portugal, Volume 3, 1832, pp. 184-185.
  2. H. V. Livermore: A History Of Portugal, Cambridge University Press, 1947, p. 99.
  3. a b Herculano, Alexandre, (1854). História de Portugal, volume I, p. 428.
  4. a b c James F. Powers: "The Luso-Hispanic Frontier in the Twelfth Century" in Coris, Ivy A & Wolfe, Michael: The Medieval City Under Siege, Boydell & Brewer, 1999, pp. 23-24.