Conquista mongol do Canato Caraquitai

O Império Mongol conquistou o Canato Caraquitai entre 1216 e 1218.[1] Antes da invasão, a guerra com a dinastia Corásmia e a usurpação do poder pelo príncipe naimano Cuchelugue tinha enfraquecido os caraquitais. Quando Cuchelugue cercou Almalique, uma cidade pertencente aos carlucos, vassalos do Império Mongol, Gêngis Cã enviou uma força baixo o comando de Jebe Noyon para ir ao encontro de Cuchelugue.[2] Depois da força de Cuchelugue de 30 000 homens ter sido derrotada por Jebe na capital quitai de Balasagum,[2] Cuchelugue enfrentou rebeliões por causa do seu reinado impopular, forçando-o a fugir ao moderno Afeganistão, onde foi capturado por caçadores em 1218. Os caçadores deram Cuchelugue aos mongóis, os quais degolaram-no. Tendo derrotado os caraquitais, os mongóis tinham agora uma fronteira directa com o Império Corásmio, que iriam invadir pouco depois, em 1219.[3]

O Canato de Caraquitai em 1200, pouco antes da invasão mongol

Invasão editar

Em 1216, depois de ter pedido a Maomé II da Corásmia para não ajudar Cuchelugue, Gêngis Cã enviou o seu general Jebe com dois tuméns (20 000 soldados) para lidar com a ameaça dos caraquitais, enquanto mandava Subatai com outros dous tuméns numa campanha simultânea contra os merquitas.[4][5] As duas armadas viajaram juntas pelo Altai e pelas montanhas de Tarbagatai até chegar a Almalique.[6] Nesse ponto, Subutai foi para sudoeste, destruindo os merquitas e protegendo o flanco de Jebe contra qualquer ataque repentino da Corásmia.[4][5] Jebe abandonou Almalique, moveu-se então para sul do lago Balcache até às terras dos caraquitais, onde sitiou a capital de Balasagum. Ali, Jebe derrotou um exército de 30 000 homens e Cuchelugue fugiu para Cascar. Aproveitando vantagem da agitação do reinado de Cuchelugue, Jebe ganhou apoio da população muçulmana por ter anunciado que a política de perseguição religiosa de Cuchelugue tinha findado. Quando o exército de Jebe chegou a Cascar em 1217, a população revoltou-se e virou-se contra Cuchelugue, forçando-o a exiliar-se para o resto da sua vida.[7][8] Jebe perseguiu Cuchelugue pelas montanhas de Pamir no Badaquistão no Afeganistão moderna. De acordo com Ata Maleque Juveini, um grupo de caçadores apanhou Cuchelugue e agarraram-no e deram-no aos mongóis, os quais rapidamente degolaram-no.[8]

Consequências editar

Com a morte de Cuchelugue, o Império Mongol obteve o controle do Canato Caraquitai. Outros segmento dos caraquitais, duma dinastia fundada por Buraque Hájibe, sobreviveram na Carmânia como vassalos dos mongóis, mas deixaram de existir como entidade no Ilcanato mongol no reinado de Oljaitu.[9] Os mongóis tinham agora um posto avançado na Ásia Central raiando com o Império Corásmio.[10] As relações com os corásmios rapidamente apodreceram, levando à invasão mongol daquele território.[8]

Referências

  1. Ahmed, S. Z. (27 de novembro de 2016). Chaghatai (em inglês). [S.l.]: Infinity Publishing. ISBN 9780741423009 
  2. a b McLynn, Frank (2 de julho de 2015). Genghis Khan: The Man Who Conquered the World (em inglês). [S.l.]: Random House. ISBN 9781446449295 
  3. The New Encyclopaedia Britannica (em inglês). [S.l.]: Encyclopaedia Britannica. 1 de janeiro de 1974. ISBN 9780852292907 
  4. a b Lococo, Paul (1 de janeiro de 2008). Genghis Khan: History's Greatest Empire Builder (em inglês). [S.l.]: Potomac Books, Inc. ISBN 9781574885712 
  5. a b Gabriel, Richard A. (1 de janeiro de 2004). Genghis Khan's Greatest General: Subotai the Valiant (em inglês). [S.l.]: University of Oklahoma Press. ISBN 9780806137346 
  6. Gabriel 2004, p. 70.
  7. Turnbull, Stephen (6 de junho de 2014). Genghis Khan & the Mongol Conquests 1190–1400 (em inglês). [S.l.]: Bloomsbury Publishing. ISBN 9781472810212 
  8. a b c Beckwith, Christopher I. (16 de março de 2009). Empires of the Silk Road: A History of Central Eurasia from the Bronze Age to the Present (em inglês). [S.l.]: Princeton University Press. ISBN 0691135894 
  9. Biran, Michal (15 de setembro de 2005). The Empire of the Qara Khitai in Eurasian History: Between China and the Islamic World (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 9780521842266 
  10. Beckwith 2009, pp. 187–188.


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