Dassault-Breguet Super Étendard
O Dassault-Breguet Super Étendard é um avião do tipo caça-bombardeiro desenvolvido e fabricado pela empresa francesa Dassault-Breguet, de 1974 a 1983, com capacidade de operar em porta-aviões.
Super Étendard | |
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Descrição | |
Tipo / Missão | Caça de ataque |
País de origem | França |
Fabricante | Dassault-Breguet Aviation |
Período de produção | 1974-1983 |
Quantidade produzida | 85 |
Desenvolvido de | Dassault Étendard IV |
Primeiro voo em | 28 de outubro de 1974 (50 anos) |
Introduzido em | junho de 1978 |
Tripulação | 1 |
Especificações | |
Dimensões | |
Comprimento | 14,31 m (46,9 ft) |
Envergadura | 9,60 m (31,5 ft) |
Altura | 3,86 m (12,7 ft) |
Área das asas | 28,4 m² (306 ft²) |
Alongamento | 3.2 |
Peso(s) | |
Peso vazio | 6 500 kg (14 300 lb) |
Peso máx. de decolagem | 12 000 kg (26 500 lb) |
Propulsão | |
Motor(es) | 1 x turbojato SNECMA Atar 8K-50 |
Força de empuxo (por motor) | 5 000 kgf (49 000 N) |
Performance | |
Velocidade máxima | 1 380 km/h (745 kn) |
Alcance bélico | 850 km (528 mi) |
Alcance (MTOW) | 1 820 km (1 130 mi) |
Teto máximo | 13 700 m (44 900 ft) |
Razão de subida | 100 m/s |
Armamentos | |
Metralhadoras / Canhões | 2 x canhões DEFA 552 de 30 mm (1,18 in) |
Foguetes | 4 x pods Matra com 18 foguetes SNEB de 68 mm (2,68 in) ou |
Mísseis | 1 x AM-39 Exocet anti-navio ou 1 x Air-Sol Moyenne Portée míssil nuclear ou 2 x AS-30 ou 2 x Matra Magic mísseis ar-ar |
Bombas | Convencionais não guiadas e guiadas a laser, provisão para uma bomba nuclear de queda livre AN-52 |
Notas | |
Outros: Provisão para um pod de reabastecimento aéreo Dados de: All The World's Aircraft 1982–83[nota 1], Air Power Classics[1] e Jet Bombers[nota 2] |
Foi operado pela Aviação Naval Francesa e pela Força Aérea Iraquiana, no período na Guerra Irã-Iraque, com poucos exemplares apenas.
Atualmente é operado apenas pela Armada Argentina.[2][3]
Projeto e desenvolvimento
editarÉ um desenvolvimento do primeiro Dassault Étendard IV, que originalmente seria substituído pela versão navalizada do SEPECAT Jaguar, denominada Jaguar M, mas esse plano foi embargado por problemas políticos.
O primeiro protótipo voou em 28 de Outubro de 1974. A Marinha Francesa ordenou inicialmente a compra de 60 unidades do novo modelo, que foram entregues em Junho de 1978. A Armada Argentina pediu 14 unidades. O Super Étendard foi desenvolvido em conjunto com uma nova versão Ar-Terra do míssil antinavio da Aérospatiale, o AM 39 Exocet, alguns destes foram enviados à Argentina.[4]
História Operacional
editarArgentina
editarA Armada Argentina adquiriu 14 Super Étendards em 1980, depois que os Estados Unidos negaram a possibilidade de substituir seus A-4Q Skyhawks. Havia um "Embargo de Armas" devido às violações de direitos humanos durante a Guerra Fria.
Os pilotos argentinos haviam utilizado os aviões franceses em treinamentos entre Novembro de 1980 e Agosto de 1981 na França, porém ao estourar a Guerra das Malvinas, tinham apenas 45 horas de voo neles.[5] Entre Agosto e Novembro de 1981, cinco Super Etendards e cinco Exocets foram enviados a Argentina. Os cinco mísseis foram utilizados durante o conflito, um dos mísseis destruiu o HMS Sheffield. Outro foi lançado contra o HMS Invincible.
Logo após o conflito, o Comando de Aviação Naval (COAN) da Armada recebeu as unidades restantes que fizeram completar os 14 aviões pedidos. Terminada as reformas do porta-aviões leve ARA Veinticinco de Mayo (V-2) (POMA), começaram a operar, formando parte de seu GAE (Grupo Aeronaval Embarcado); no dia 18 de Abril de 1983, o Capitão de Corveta Augusto Bedacarratz, aterrissou pela primeira vez no V-2. Até meados de 1988 continuaram a fazer parte do GAE, junto aos Grumman S-2 Tracker e os Douglas A-4Q Skyhawk, nesta data, o 25 de Mayo entrou em reformas que nunca foram completadas e o navio, finalmente, foi desmantelado no final dos anos 90, em Alang, Índia.
Sem poder operar num porta-aviões próprio, os pilotos dos Super Étendard continuaram treinando a complexa operação embarcada; a Base Aeronaval Comandante Espora tem uma parte de sua pista modificada para simular os pousos enganchados sobre um porta-aviões. Também, cada vez que um Grupo de Batalha de um porta-aviões da Marinha dos Estados Unidos navega próximo das águas territoriais argentinas se aproveita para efetuar PyAD, que são práticas de aterrissagem e decolagem sobre o navio americano. Com a Marinha do Brasil desenvolmeram os exercícios ARAEX, em que os aviões argentinos operavam no porta-aviões NAeL A-11 Minas Gerais, porém este foi desativado e substituído pelo modernizado NAe A-12 São Paulo .
Entre os dias 2 de Maio e 5 de Maio de 2002, realizou um fato histórico, quando o NAe A-12 São Paulo da Marinha do Brasil navegou até o Atlântico Sul para desenvolver o exercício ARAEX VI e permitiu um GAE misto, composto por aviões brasileiros e argentinos. Em certa ocasião, três Super Étendards operaram de forma efetiva (com aterrissagens e catapultagens) no porta-aviões brasileiro.
Participam ativamente nos exercícios (chamadas Etapas do Mar), com os aviões e helicópteros do Comamdo de Aviação Naval (COAN), junto aos navios da Frota do Mar (COFN), da Divisão de Patrulha Marítima (DVPM) e os submarinos do Comando da Força de Submarinos (COFS).[6]
Em 2020, a Argentina comprou 5 exemplares junto à França, que estavam desativados naquele pais.[7]
Iraque
editarCinco Super Étendards foram emprestados ao Iraque em 1983, enquanto estava aguardando a chegada dos Dassault Mirage F1s que foram solicitados. Estes aviões utilizaram os mísseis Exocet com grande êxito contra os petroleiros iranianos no Golfo Pérsico, antes de serem devolvidos à França em 1985.
França
editarDesde 1991, os Étendard IVMs originais foram retirados de serviço na marinha francesa, e os Super Étendards experimentaram uma contínua modernização nos anos 90 para poder utilizá-los com armas de última geração guiadas por laser. Estas mudanças incrementaram o avião e passaram a ser denominados de Super Étendard Modernisé (SEM), no qual participou nas operações da OTAN sobre Kosovo em 1999, fazendo parte de 400 missões de combate. O SEM também participou em operações de combate na Operação Liberdade Duradoura.
Em 2016, a França desativou toda sua frota de Etendards.[8]
Operador
editarEx-operadores
editarAviões relacionados
editarAviões similares
editarVer também
editarNotas
Bibliografia
editar- Taylor, John W.R. (ed). Jane's All The World's Aircraft 1982–83. London: Jane's Yearbooks, 1982. ISBN 0-7106-0748-2.
- Gunston, Bill and Peter Gilchrist. Jet Bombers: From the Messerschmitt Me 262 to the Stealth B-2. Osprey, 1993. ISBN 1-85532-258-7.
Referências
- ↑ "Super Étendard", Air Force Magazine, Outubro de 2012, p. 76.
- ↑ Vinholes, Thiago (17 de março de 2016). «"Carrasco argentino", Super Étendard se despede na França». Airway. Consultado em 9 de outubro de 2020
- ↑ «Super-Etendard: origins, characteristics and performance data». Dassault Aviation, a major player to aeronautics (em inglês). Consultado em 9 de outubro de 2020
- ↑ Reis, Postado por Luiz. «DASSAULT SUPER ÉTENDARD: "O TERROR DAS MALVINAS"- CONHEÇA A AERONAVE». Consultado em 9 de outubro de 2020
- ↑ USMC: Offensive Air Operations of The Flaklands War
- ↑ Marimón, Albert Caballé (2 de dezembro de 2019). «Principais Aeronaves da Guerra das Falklands/Malvinas». Velho General. Consultado em 9 de outubro de 2020
- ↑ Vinholes, Thiago. «Argentina se prepara para receber novos caças». Consultado em 8 de outubro de 2020
- ↑ «Em crise, Argentina recebe caças desativados da França - Carro e motos». carroemotos.ig.com.br. Consultado em 9 de outubro de 2020