Delorazepam

composto químico
Delorazepam
Alerta sobre risco à saúde
Nome IUPAC 7-Chloro-5-(2-chlorophenyl)-1,3-dihydro-1,4-benzodiazepin-2(2H)-one
Outros nomes Chlordesmethyldiazepam
Nordiclazepam
Identificadores
Número CAS 2894-67-9
PubChem 17925
DrugBank DB01511
ChemSpider 16929
SMILES
Primeiro nome comercial ou de referência EN, Dadumir
Propriedades
Fórmula química C15H10Cl2N2O
Massa molar 305.15 g mol-1
Farmacologia
Biodisponibilidade 87%
Via(s) de administração Oral
Metabolismo Hepático
Meia-vida biológica 60–140 hours
Excreção Renal
Classificação legal


Schedule IV (US)

Página de dados suplementares
Estrutura e propriedades n, εr, etc.
Dados termodinâmicos Phase behaviour
Solid, liquid, gas
Dados espectrais UV, IV, RMN, EM
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob condições normais de temperatura e pressão

Referências e avisos gerais sobre esta caixa.
Alerta sobre risco à saúde.

Delorazepam, também conhecido como clordesmetildiazepam e nordiclazepam, é um medicamento da classe dos benzodiazepínicos e um derivado do desmetildiazepam.[1] É comercializado na Itália, onde está disponível sob os nomes comerciais EN e Dadumir [2] Delorazepam (clordesmetildiazepam) também é um metabólito ativo dos medicamentos benzodiazepínicos diclazepam e cloxazolam.[3] Os efeitos adversos podem incluir efeitos do tipo ressaca, sonolência, mudanças comportamentais[4][5] e comprometimentos de memória de curto prazo.[6] De modo similar a outros benzodiazepínicos, o delorazepam tem propriedades ansiolíticas,[7] relaxantes musculo-esqueléticas,[8] hipnóticas e anticonvulsivantes.[9]

Indicações editar

Delorazepam é usado principalmente como ansiolítico devido à sua longa meia-vida biológica; mostrando superioridade sobre o medicamento de curta ação lorazepam.[10] Em comparação com os medicamentos antidepressivos, paroxetina e imipramina, o delorazepam foi considerado mais eficaz a curto prazo, mas após 4 semanas os antidepressivos mostraram efeitos ansiolíticos superiores.[11]

Delorazepam também é usado como pré-medicação para pacientes com odontofobia, por conta de suas propriedades ansiolíticas.[12] Altas doses de delorazepam podem ser administradas na noite anterior a um procedimento odontológico (ou outro médico) para aliviar a insônia associada à ansiedade, com os efeitos persistindo por tempo suficiente para tratar a ansiedade no dia seguinte.

Delorazepam também demonstrou eficácia no tratamento da abstinência de álcool.[13]

Disponibilidade editar

Delorazepam está disponível em comprimidos e formulações de gotas líquidas. A formulação líquida é absorvida mais rapidamente e tem biodisponibilidade melhorada.[14]

Farmacologia editar

Delorazepam é bem absorvido após a administração, atingindo níveis plasmáticos máximos entre 1 a 2 horas. Tem uma meia-vida biológica muito longa e ainda pode ser detectado em até 72 horas após a administração.[15] A biodisponibilidade é de cerca de 77%. Os níveis plasmáticos máximos ocorrem pouco mais de uma hora após a administração. No uso crônico, ocorre acúmulo significativo das concentrações plasmáticas de delorazepam devido ao seu metabolismo lento.[16] Os idosos metabolizam delorazepam e seu metabólito ativo mais lentamente do que indivíduos mais jovens, de modo que a dose precisa ser ajustada. Os idosos também apresentam pior resposta em relação aos efeitos terapêuticos e maior índice de efeitos adversos. A meia-vida de eliminação do delorazepam é de 80-115 horas. O metabólito ativo do delorazepam é o lorazepam e representa cerca de 15 a 24 por cento do medicamento original (delorazepam).[14][17][18] A farmacocinética do delorazepam é minimamente alterada se for ingerido com alimentos.[19] A potência do delorazepam é aproximadamente igual à do lorazepam, sendo dez vezes mais potente em termos de dose-efeito do que o diazepam (1mg delorazepam = 1mg lorazepam = 10mg diazepam). As doses típicas variam de 0,5mg a 2mg.

Efeitos colaterais e contraindicações editar

Delorazepam hospeda todos os efeitos colaterais clássicos dos agonistas completos de GABAA (tal qual a maioria dos benzodiazepínicos). Estes incluem sedação/sonolência, tontura/ataxia, amnésia, redução da inibição, aumento da sociabilidade, euforia, julgamento prejudicado, alucinações e depressão respiratória. Reações paradoxais, incluindo aumento de ansiedade, excitação e agressão, podem ocorrer e são mais frequenteos em pacientes idosos, pediátricos e/ou esquizofrênicos. Em casos raros, delorazepam pode causar ideação suicida.

Deve-se ter cuidado quando delorazepam é administrado junto com outros medicamentos sedativos (por exemplo, opiáceos, barbitúricos, fenotiazinas) devido ao risco aumentado de sedação, ataxia e depressão respiratória (potencialmente fatal). Embora overdoses de benzodiazepínicos isolados raramente resultem em morte, a combinação de benzodiazepínicos e outros sedativos (particularmente outras drogas gabaérgicas, como barbitúricos e álcool) aumentam a probabilidade de morte.

Cuidados especiais editar

Pessoas com insuficiência renal em hemodiálise apresentam uma taxa de eliminação lenta e um volume de distribuição reduzido do medicamento.[20] A doença hepática tem um efeito profundo na taxa de eliminação do delorazepam, resultando na meia-vida quase dobrando para 395 horas, enquanto os pacientes saudáveis mostraram uma meia-vida de eliminação de, em média, 204 horas. Recomenda-se cautela ao usar delorazepam em pacientes com doença hepática.[21]

Ver também editar

Referências

  1. Govoni S, Fresia P, Spano PF, Trabucchi M. «Effect of desmethyldiazepam and chlordesmethyldiazepam on 3',5'-cyclic guanosine monophosphate levels in rat cerebellum». Psychopharmacology. 50: 241–4. PMID 188062. doi:10.1007/BF00426839 
  2. «Benzodiazepine Names». non-benzodiazepines.org.uk. Consultado em 29 de dezembro de 2008. Cópia arquivada em 8 de dezembro de 2008 
  3. Oliveira-Silva D, Oliveira CH, Mendes GD, Galvinas PA, Barrientos-Astigarraga RE, De Nucci G. «Quantification of chlordesmethyldiazepam by liquid chromatography-tandem mass spectrometry: application to a cloxazolam bioequivalence study». Biomedical Chromatography. 23: 1266–75. PMID 19488979. doi:10.1002/bmc.1249 
  4. Zimmermann-Tansella C, Tansella M, Lader M. «The effects of chlordesmethyldiazepam on behavioral performance and subjective judgment in normal subjects». Journal of Clinical Pharmacology. 16: 481–88. PMID 977791 
  5. Cesco G, Giannico S, Fabbruci I, Scaggiante L, Montanaro N (1977). «Single-blind evaluation of hypnotic activity of chlordesmethyldiazepam in No-placebo-reactor medical patients». Arzneimittel-Forschung. 27: 146–8. PMID 322671 
  6. Scarone S, Strambi LF, Cazzullo CL (1981). «Effects of two dosages of chlordesmethyldiazepam on mnestic-information processes in normal subjects». Clinical Therapeutics. 4: 184–91. PMID 6796270 
  7. Andreoli V, Maffei F, Montanaro N, Morandini G. «Double-blind cross-over clinical comparison of two 2'-chloro benzodiazepines: 7-chloro-5-(2-chlorophenyl)-1,3-dihydro-2H-1,4-benzodiazepin-2-one (chlordesmethyldiazepam) versus 7-chloro-5-(o-chlorophenyl)-1,3-dihydro-3-hydroxy-2H-1,4-benzodiazepin-2-one (lorazepam) in neurotic anxiety». Arzneimittel-Forschung. 27: 436–9. PMID 16622 
  8. Kostowski W, Płaźnik A, Puciłowski O, Trzaskowska E, Lipińska T (1981). «Some behavioral effects of chlorodesmethyldiazepam and lorazepam». Polish Journal of Pharmacology and Pharmacy. 33: 597–602. PMID 6127668 
  9. Curatolo P, Cusmai R, Trasatti G, Sciarretta A (1985). «[Effects of intravenous administration of chlordesmethyldiazepam on paroxysmal intercritical activity in various electroclinical forms of infantile epilepsy]». Rivista di Neurologia. 55: 377–86. PMID 3938567 
  10. Bertin I, Colombo G, Furlanut M, Benetello P (1989). «Double-blind placebo cross-over study of long-acting (chlordesmethyldiazepam) versus short-acting (lorazepam) benzodiazepines in generalized anxiety disorders». International Journal of Clinical Pharmacology Research. 9: 203–8. PMID 2568350 
  11. Rocca P, Fonzo V, Scotta M, Zanalda E, Ravizza L. «Paroxetine efficacy in the treatment of generalized anxiety disorder». Acta Psychiatrica Scandinavica. 95: 444–50. PMID 9197912. doi:10.1111/j.1600-0447.1997.tb09660.x 
  12. Manani G, Baldinelli L, Cordioli G, Consolati E, Luisetto F, Galzigna L (1995). «Premedication with chlordemethyldiazepam and anxiolytic effect of diazepeam in implantology». Anesthesia Progress. 42: 107–12. PMC 2148912 . PMID 8934975 
  13. Cazzato G, Gioseffi M, Torre P, Coppola N. «[Prevention and therapy of delirium tremens with tiapride and chlordesmethyldiazepam]». Rivista di Neurologia. 52: 331–42. PMID 6130594 
  14. a b Bareggi SR, Truci G, Leva S, Zecca L, Pirola R, Smirne S (1988). «Pharmacokinetics and bioavailability of intravenous and oral chlordesmethyldiazepam in humans». European Journal of Clinical Pharmacology. 34: 109–12. PMID 2896126. doi:10.1007/BF01061430 
  15. Dal Bo L, Marcucci F, Mussini E, Perbellini D, Castellani A, Fresia P (1980). «Plasma levels of chlorodesmethyldiazepam in humans». Biopharmaceutics & Drug Disposition. 1: 123–6. PMID 6778522. doi:10.1002/bdd.2510010306 
  16. European Journal of Clinical Pharmacology 1988, Volume 34, Issue 1, pp 109-112 'Pharmacokinetics and bioavailability of intravenous and oral chlordesmethyldiazepam in humans' S.R.Bareggi, G.Truci, S.Leva, L.Zecca, R.Pirola, S.Smirne
  17. Bareggi SR, Nielsen NP, Leva S, Pirola R, Zecca L, Lorini M (1986). «Age-related multiple-dose pharmacokinetics and anxiolytic effects of delorazepam (chlordesmethyldiazepam)». International Journal of Clinical Pharmacology Research. 6: 309–14. PMID 2875955 
  18. Bareggi SR, Pirola R, Leva S, Zecca L (1986). «Pharmacokinetics of chlordesmethyldiazepam after single-dose oral administration in humans». European Journal of Drug Metabolism and Pharmacokinetics. 11: 171–4. PMID 3102240. doi:10.1007/BF03189844 
  19. Bareggi SR, Pirola R, Truci G, Leva S, Smirne S. «Effect of food on absorption of chlordemethyldiazepam». Arzneimittel-Forschung. 38: 561–2. PMID 2900012 
  20. Sennesael J, Verbeelen D, Vanhaelst L, Pirola R, Bareggi SR (1991). «Pharmacokinetics of intravenous and oral chlordesmethyldiazepam in patients on regular haemodialysis». European Journal of Clinical Pharmacology. 41: 65–8. PMID 1782980. doi:10.1007/BF00280109 
  21. Bareggi SR, Pirola R, Potvin P, Devis G (1995). «Effects of liver disease on the pharmacokinetics of intravenous and oral chlordesmethyldiazepam». European Journal of Clinical Pharmacology. 48: 265–8. PMID 7589052. doi:10.1007/bf00198309 
  Este artigo sobre fármacos é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.