Discussão:Semimetal

Semimetais versus metalóides? editar

  • Anoto a discussão presente, extraída em síntese do próprio texto atual do artigo, como reflexão útil sobre a denotada polêmica terminológica: há razão de ser para "semimetal", para "metalóide" e, mais, há alguma interseção conceitual entre as duas idéias?

Os semimetais incluem o boro (grupo 13), silício e germânio (grupo 14), arsênio e antimônio (grupo 15) e telúrio (grupo 16) (alguns autores incluem arbitrariamente o polônio e o astato nesta lista).

Metalóides editar

O termo metalóide, muito usado no passado, é desencorajado uma vez que leva a interpretações divergentes e inconsistentes em culturas e línguas diversas.
Todavia, é de se considerar que, noutras culturas (exemplo, a estadunidense), faz-se distinção conceitual entre metalóide e semimetal, sendo-lhes, a cada qual, reservadas propriedades específicas. Mais: há alguma interseção entre os dois grupos, embora não haja coincidência plena. Assim, naquelas culturas, há elementos que são, simultaneamente, quer metalóides, quer semimetais. Vejam-se, a propósito, Metalóides e Semimetais, ambos na Wikipédia Inglesa.
Com a recomendação da União Internacional de Química Pura e Aplicada – IUPAC no sentido de se abandonar tal "espécie classificatória", a tendência será, naturalmente, descontinuar-se o uso dos termos (semimetal e metalóide, sinônimos ou não), reservando-se-lhes tão somente o aspecto histórico de já terem sido usados um dia, bem como, certamente, a sua significação até então.

EgídioCamposDiz! 14h08min de 18 de Novembro de 2007 (UTC)

Alterações editar

Faltam referências acerca da distinção entre metalóide e semimetal para a língua inglesa. Não consegui encontrar. Creio que seja melhor retirar isso até que algo apareça.

O texto original (suprimido) era:

"O termo metalóide, muito usado no passado, é desencorajado uma vez que leva a interpretações divergentes e inconsistentes em culturas e línguas diversas.
Todavia, é de se considerar que, noutras culturas (exemplo, a estadunidense), faz-se distinção conceitual entre metalóide e semimetal, sendo-lhes, a cada qual, reservadas propriedades específicas. Mais: há alguma interseção entre os dois grupos, embora não haja coincidência plena. Assim, naquelas culturas, há elementos que são, simultaneamente, quer metalóides, quer semimetais. Vejam-se, a propósito, Metalóides e Semimetais, ambos na Wikipédia Inglesa.
Com a recomendação da União Internacional de Química Pura e Aplicada – IUPAC no sentido de se abandonar tal "espécie classificatória", a tendência será, naturalmente, descontinuar-se o uso dos termos (semimetal e metalóde, sinônimos ou não), reservando-se-lhes tão somente o aspecto histórico de já terem sido usados um dia, bem como, certamente, a sua significação até então."

--Mago® 22h54min de 21 de Novembro de 2007 (UTC)

Caros wiki-colegas ,
especial deferência, pelo mérito aos Químicos,

Talvez lhes pareça chato isso — a bem da ciência, lato sensu, espero que não... — eis aqui uma reflexão "filosófico-científica" sobre o tema:

 
Este diagrama ilustra um semicondutor direto (A), um semicondutor indireto (B), e um semimetal (C).

Semimetal, como utilizado na cultura estadunidense — mas, também, por generalidade — não significa necessariamente tratar-se de elemento químico, embora, por recursão, possa também sê-lo.

Semimetal é um material que exibe discreta ou pequena sobreposição entre a banda de condução e a banda de valência.

A semimetal is a material with a small overlap in the energy of the conduction band and valence bands.[1]

Contudo, o nível inferior da banda de condução está tipicamente situado numa diferente parte do espaço de momento (a um k-vetor diferente) que o referente ao do nível superior (ou topo) da banda de valência. Poder-se-ia dizer que tudo se passa como se "o semimetal fosse um semicondutor com sobreposição negativa de bandas". Esquematicamente, a figura mostra:

A) um semicondutor com sobreposição direta (ex.: CuInSe2);
B) um semiconductor com sobreposição indireta (ex.: Si); e
C) um semimetal (ex.: Sn ou grafita).

However, the bottom of the conduction band is typically situated in a different part of momentum space (at a different k-vector) than the top of the valence band. One could say that a semimetal is a semiconductor with a negative indirect bandgap. Schematically, the figure shows

A) a semiconductor with a direct gap (like e.g. CuInSe2),
B) a semiconductor with an indirect gap (like Si) and
C) a semimetal (like Sn or graphite).

A figura é esquemática, mostrando apenas a banda de condução de mínima energia e a banda de valência de máxima energia em uma dimensão do espaçode momento (ou k-espaço). Em sólidos típicos, k-espaço é tridimensional e há, pois, um número infinito de bandas.

The figure is schematic, showing only the lowest-energy conduction band and the highest-energy valence band in one dimension of momentum space (or k-space). In typical solids, k-space is three dimensional, and there are an infinite number of bands.

Diferentemente dos metais de fato, os semimetais apresentam portadores de cargas de ambos os tipos (elétrons e buracos ou lacunas [em inglês, holes]) tipicamente em números menores que os dos metais. Assim, as propriedades elétricas dos semimetais acham-se numa como que transição entre as dos metais e as dos semicondutores. Elementos químicos classicamente reportados semimetais são arsênio, antimônio e bismuto. Tais são, também, considerados metalóides, embora ambos os conceitos (metalóide e semimetal) não sejam sinônimos. Com efeito, semimetais, em contraste com metalóides, podem ser substâncias compostas, como telureto de mercúrio, enquanto estanho e grafita são tipicamente não considerados metalóides.

Unlike a regular metal, semimetals have charge carriers of both types (holes and electrons), typically in smaller numbers than a real metal. The electrical properties of semimetals are partway between those of metals and semiconductors. The classic semimetallic elements are arsenic, antimony, and bismuth. These are also considered metalloids but the concepts are not synonymous. Semimetals, in contrast to metalloids, can also be compounds such as HgTe,[2] and tin and graphite are typically not considered metalloids.

Grafita e boronitreto fornecem uma interessante comparação. São materiais que apresentam essencialmente a mesma estrutura e são, ademais, isoeletrônicos. Contudo, boronitreto é um semicondutor branco e grafita é um semimetal preto, devido a ser a “entrebanda” (bandgap) ser positiva num deles (caso B, na figura) e negativa noutro (caso C, na figura).

Graphite and hexagonal boronnitride (BN) are an interesting comparison. The materials have essentially the same layered structure and are isoelectronic. However BN is a white semiconductor and graphite a black semimetal, because in one case the bandgap is positive (like case B in the figure) in the other negative (see C).

Como semimetais têm portadores de carga em menor número que metais, em consequência apresentam menores valores relativos para condutividade elétrica e condutividade térmica. Além disso, também têm massas efetivas tanto para elétrons como para buracos, pelo fato de a interseção de energias resultar do fato de ambas as bandas de energia serem largas. Em adição, eles (os semimetais) tipicamente exibem elevados valores tanto para as suscetibilidades magnéticas como para as constantes dielétricas cristalinas.

As semimetals have fewer charge carriers than metals, they typically have lower electrical and thermal conductivities. They also have small effective masses for both holes and electrons because the overlap in energy is usually the result of the fact that both energy bands are broad. In addition they typically show high diamagnetic susceptibilities and high lattice dielectric constants.

Dê sua super abalizada apreciação! Aquele abraço! (E o doutorado?)

EgídioCamposDiz! 15h57min de 23 de Novembro de 2007 (UTC)

Desambiguação? editar

Nobre Doutor Lourenço,

Lembro-me, dos meus estudos (em nível de graduação) de Eletrônica do estado sólido, de, sob a óptica físico-química de materiais, haver — e há!... — "materiais compostos", tais como, por exemplo, precisamente os clássicos elementos utilizados na atual eletrônica, germânio e silício (ultimamente, quase que só o silício...), dopados com outros elementos (ordinariamente, índio ou fósforo) em pequeníssimos teores, de modo a se obterem as desejadas propriedades de semicondução controlada. Ademais, classicamente, citam-se também os óxidos de cobre e de selênio, utilizados na construção dos primeiros diodos semicondutores, já antes o advento da "era do silício". Tais materiais, substâncias químicas puras compostas, exibem características semicondutoras, conquanto, nem por isso, mereçam ser "rotulados" de semimetais. Contudo, materiais como o germânio ou o silício adicionados de (dopagem eletrônica...) índio (com a finalidade de obtenção de cristais com buracos como portadores majoritários de carga elétrica, ditos cristais semicondutores positivos, ou do tipo P) ou fósforo (com a finalidade de obtenção de cristais com elétrons como portadores majoritários de carga elétrica, ditos cristais semicondutores negativos, ou do tipo N) — tais materiais são... o quê? Germânio puro reclassificou-se como metal. Silício puro, em contraste, reclassificou-se como ametal... Porém, germânio dopado ou silício dopado, ambos apresentam propriedades físico-químicas semelhantes num extenso rol!

Que me parece razoável, sob a ampla óptica físico-química e da ciência dos materiais (engenharia dos materiais, autônoma)?

Ora, exposto o que foi (e considerada a consistência dos correspondentes artigos da Wiki Inglesa), sugiro convertermos o nosso atual artigo/verbete para um em nível de desambiguação. Pois, diante do que lhe expus acima — e sob os ditames da ciência dos materiais — é mais que claro que "há materiais (não necessariamente elementos, porém eventualmente também...) que exibem características semimetálicas, justificando, pois, a existência duma classe de materiais denominada de semimetal.

A inclusão deste novo tópico de discussão pretende contribuir para o melhor encaminhamento ao trato da matéria.

EgídioCamposDiz! 05h59min de 28 de Janeiro de 2008 (UTC)

  1. Burns, Gerald (1985). Solid State Physics. [S.l.]: Academic Press, Inc. pp. 339–40. ISBN 0-12-146070-3  Texto " San Diego " ignorado (ajuda)
  2. Wang, Yang; N. Mansour, A. Salem, K.F. Brennan, and P.P. Ruden (1992). «Theoretical study of a potential low-noise semimetal-based avalanche photodetector». IEEE Journal of Quantum Electronics. 28 (2): 507-513. doi:10.1109/3.123280 
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