Antimônio

elemento químico com número atómico 51
Antimônio
EstanhoAntimônioTelúrio
As
 
 
51
Sb
 
               
               
                                   
                                   
                                                               
                                                               
Sb
Bi
Tabela completaTabela estendida
Aparência
cinza prateado lustroso


Cristal de antimônio de 2g.
Informações gerais
Nome, símbolo, número Antimônio, Sb, 51
Série química Semimetal
Grupo, período, bloco 15, 5, p
Densidade, dureza 6697 kg/m3, 3
Número CAS 7440-36-0
Número EINECS
Propriedade atómicas
Massa atómica 121,760 u
Raio atómico (calculado) 140 pm
Raio covalente 139±5 pm
Raio de Van der Waals 206 pm
Configuração electrónica [Kr] 4d10 5s2 5p3
Elétrons (por nível de energia) 2, 8, 18, 18, 5 (ver imagem)
Estado(s) de oxidação 5, 3, -3 (óxido meio ácido)
Óxido
Estrutura cristalina romboédrico
Propriedades físicas
Estado da matéria sólido
Ponto de fusão 903,78 K
Ponto de ebulição 1860 K
Entalpia de fusão 19,79 kJ/mol
Entalpia de vaporização 193,43 kJ/mol
Temperatura crítica  K
Pressão crítica  Pa
Volume molar m3/mol
Pressão de vapor 1 Pa a 807 K
Velocidade do som m/s a 20 °C
Classe magnética
Susceptibilidade magnética
Permeabilidade magnética
Temperatura de Curie  K
Diversos
Eletronegatividade (Pauling) 2,05
Calor específico 210 J/(kg·K)
Condutividade elétrica S/m
Condutividade térmica 24,3 W/(m·K)
1.º Potencial de ionização 834 kJ/mol
2.º Potencial de ionização 1594,9 kJ/mol
3.º Potencial de ionização 2440 kJ/mol
4.º Potencial de ionização 4260 kJ/mol
5.º Potencial de ionização 5400 kJ/mol
6.º Potencial de ionização 10400 kJ/mol
7.º Potencial de ionização kJ/mol
8.º Potencial de ionização kJ/mol
9.º Potencial de ionização kJ/mol
10.º Potencial de ionização kJ/mol
Isótopos mais estáveis
iso AN Meia-vida MD Ed PD
MeV
121Sb57,36%estável com 70 neutrões
123Sb42,64%estável com 72 neutrões
125Sbsintéticoestável com 74 neutrões
Unidades do SI & CNTP, salvo indicação contrária.

O antimônio (português brasileiro) ou antimónio (português europeu), também chamado estíbio, é um elemento químico de símbolo Sb de número atômico 51 (51 prótons e 51 elétrons) e de massa atómica igual a 121,75 u. À temperatura ambiente, o antimônio encontra-se no estado sólido. O símbolo Sb é uma abreviatura do seu nome na língua latina, Stibium, convencionalmente abreviado Sb.

É um semimetal (metaloide) do grupo 15 (VA) da classificação periódica dos elementos. Apresenta quatro formas alotrópicas. Sua forma estável é um metal de coloração branca azulada. O antimônio negro e o amarelo são formas não metálicas instáveis. O antimônio é empregado principalmente em ligas metálicas e alguns de seus compostos para dar resistência contra o fogo, em pinturas, cerâmicas, esmaltes, vulcanização da borracha e fogos de artifício. Foi descoberto em 1450 por Thölde.

Etimologia editar

O nome deste metaloide em português vem do grego αντιμόνιοσ (antimónios), que tem, entre outros significados, o de "matador de monges", devido a sua toxidade e pelo fato de muitos clérigos serem também alquimistas. O nome alternativo, estíbio, parece ter vindo do egípcio mśdmt (soletrado meshademet), através do grego στίμμι (stimmi) e do latim stribium, nome oficial dado pela Iupac.

Características principais editar

O antimônio na sua forma elementar é um sólido cristalino, fundível, quebradiço, branco prateado que apresenta uma condutividade elétrica e térmica baixa, e evapora em baixas temperaturas. Este elemento semimetálico (metaloide) se parece aos metais no aspecto e nas propriedades físicas, mas quimicamente não se comporta como eles. Pode ser atacado por ácidos oxidantes e halogênios.

As estimativas sobre a abundância de antimônio na crosta terrestre vão desde 0,2 a 0,5 ppm. O antimônio ocorre com o enxofre e outros metais como chumbo, cobre e prata.

Aplicações editar

O antimônio tem uma crescente importância na indústria de semicondutores para a construção de diodos, detectores infravermelhos e dispositivos de efeito Hall.

Usado como liga, este semimetal incrementa muito a dureza e a força mecânica do chumbo. Também é empregado em diferentes ligas como peltre, metal antifricção (liga com estanho), metal inglês (formado por zinco e antimônio).

Algumas aplicações mais específicas:

Compostos de antimônio na forma de óxidos, sulfetos, antimoniatos e halogenetos de antimônio são empregados na fabricação de materiais resistentes ao fogo, esmaltes, vidros, pinturas e cerâmicas. O trióxido de antimônio é o mais importante e é usado principalmente como retardante de chama (antifogo). Estas aplicações como retardantes de chama compreendem a produção de diversos produtos como roupas, brinquedos, cobertas de assentos, etc.

História editar

O antimônio era conhecido pelos chineses e babilônios desde 3000 a.C. O sulfeto de antimônio foi empregado como cosmético e com fins medicinais.

A história do símbolo do antimônio, e a sua relação com o seu nome "estíbio", é longa: o nome copta do pó cosmético de sulfeto de antimônio foi tomado do grego e depois passou ao latim, resultando o nome stibium. O químico Jöns Jacob Berzelius usou uma abreviatura deste nome em seus escritos e assim se converteu no símbolo Sb.

Uma teoria para seu nome "stibium" é a de que muitos recipientes que guardavam vinho antigamente continham elementos metálicos com antimônio em sua composição. Este era oxidado e formavam compostos que davam o sabor amargo ao vinho; daí o significado de seu nome: vida azeda.

O antimônio foi amplamente empregado na alquimia. Há escritos sobre este elemento de Georg Bauer (Georgios Agrícola), e Basilio Valentín é o autor de O carro triunfal do antimônio, um tratado sobre o elemento.

Abundância e obtenção editar

O antimônio é encontrado na natureza em numerosos minerais, apesar de ser um elemento pouco abundante. Embora seja possível encontrá-lo livre, normalmente está na forma de sulfetos. O principal minério de antimônio é a antimonita (também chamada de estibina), Sb2S3.

Mediante a queima de sulfeto de antimônio se obtém óxido de antimônio III, Sb2O3, que é reduzido com o coque para a obtenção do antimônio:

2Sb2O3 + 3C → 4Sb + 3CO2

Também pode ser obtido por redução direta do sulfeto, com ferro:

Sb2S3 + 3Fe → 2Sb + 3FeS

Produção mundial editar

Produção mundial em 2019, em toneladas por ano
1.   China 89.000
2.   Rússia 30.000
3.   Tajiquistão 28.000
4.   Myanmar 6.000
5.   Bolívia 3.000
6.   Turquia 2.400
7.   Austrália 2.030
8.   Irão 500
9.   Vietname 310
10.   Cazaquistão 300
10.   México 300

Fonte: USGS.

Compostos editar

Seus estados de oxidação mais comuns são o -3, +3 e o +5.

São conhecidos todos os seus tri-halogenetos, SbX3, o pentafluoreto e o pentacloreto, SbX5. O trifluoreto é empregado como fluorante. O pentafluoreto junto com HSO3F forma um sistema SbF5-FSO3H com propriedades de superácido. Com estes halogenetos pode-se preparar diversos complexos. O hidreto SbH3 ( estibina ) é pouco estável, decompondo-se com muita facilidade.

São conhecidos também o trióxido de antimônio, Sb2O3 e o pentóxido, Sb2O5.

Precauções editar

O antimônio e muitos de seus compostos são tóxicos.

A toxicidade do antimônio depende do seu estado químico. O antimônio metálico é relativamente inerte, no entanto a estibina é altamente tóxica. A toxicidade dos outros compostos do elemento pode ser classificada entre estes dois extremos. O manuseamento do antimônio e dos seus compostos deve ser feito em ambientes devidamente ventilados para evitar a contaminação atmosférica. Caso contrário existe o perigo de formação de dermatites.

Ver também editar

Referências

Ligações externas editar

 
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