Dmitry Ivanovich Pisarev (em russo: Дми́трий Ива́нович Пи́сарев; Ielets, 14 de outubro de 1840Dubulti, 16 de julho de 1868) foi um escritor e crítico social russo que, de acordo com Georgi Plekhanov, "passou os melhores anos de sua vida em uma fortaleza".

Dmitry Pisarev
Dmitry Pisarev
Nascimento 14 de outubro de 1840
Znamenskoe
Morte 16 de julho de 1868
Jūrmala
Sepultamento Literatorskie mostki
Cidadania Império Russo
Alma mater
Ocupação ensaísta, jornalista, escritor, crítico literário
Causa da morte afogamento

Pisarev foi um dos escritores que impulsionaram a tendência democrático-revolucionária na Rússia durante a década de 1860. A próxima geração de russos, que ficou famosa pelos acontecimentos de 1905 e 1917, reconheceu a influência de Pisarev. Nadezhda Krupskaia, esposa de Lenin, escreveu certa vez, "Lenin era da geração que cresceu sob a influência de Pisarev".

Pisarev também foi célebre por seu apoio à ciência natural russa, particularmente a biologia, e suas obras influenciaram fortemente a escolha da carreira de Ivan Pavlov.[1]

Pisarev queria, mais do que qualquer outra coisa, o fim da pobreza e da miséria. A busca por esse desejo o levou a escrever sobre filosofia, crítica literária e análise social.

Citações de Lenin sobre Pisarev editar

Lenin, no quinto capítulo do Que fazer?, cita um trecho de um artigo de Pisarev:

 
Sepultura no Cemitério de Volkovo

“Há desacordos e desacordos”, escreveu Pisarev sobre o desacordo entre o sonho e a realidade. “Meu sonho pode ultrapassar o curso natural dos acontecimentos, ou desviar-se para uma direção onde o curso natural dos acontecimentos jamais poderá conduzir. No primeiro caso, o sonho não produz nenhum mal; pode até sustentar e reforçar a energia do trabalhador… Em tais sonhos, nada pode corromper ou paralisar a força de trabalho. Ao contrário. Se; o homem fosse, completamente desprovido da faculdade de sonhar assim, se não pudesse de vez em quando adiantar o presente e contemplar em imaginação o quadro lógico e inteiramente acabado da obra que apenas se esboça em suas mãos, eu não poderia decididamente compreender o que levaria o homem a empreender e realizar vastos e fatigantes trabalhos na arte, na ciência e na vida prática…

"O desacordo entre o sonho e a realidade nada tem de nocivo se, cada vez que sonha, o homem acredita seriamente em seu sonho, se observa atentamente a vida, compara suas observações com seus castelos no ar e, de uma forma geral, trabalha conscientemente para a realização de seu sonho. Quando existe contato entre o sonho e a vida, tudo vai bem”. Lenin diz: "É este tipo de sonho que infelizmente existe muito pouco em nosso movimento. E as pessoas mais responsáveis ​​por isso são os que se gabam de suas opiniões sóbrias, sua "proximidade" com o "concreto", os representantes da crítica legal e do "extremismo" ilegal.

Em outro escrito o líder da revolução russa diz: "Estamos envolvidos em aniquilações, mas você não se lembra do que disse Pisarev? Quebrem, arrebentem tudo, quebrem e destruam! Tudo que está sendo quebrado é porcaria sem qualquer direito à vida. O que sobrevive é bom…". Estas notas manuscritas foram descobertas recentemente pelo historiador Simon Sebag Montefiore nos arquivos do Kremlin.[2]

Trabalhos editar

Trabalhos traduzidos em inglês editar

  • — (1903). «Flowers of Harmless Humour». In: Wiener, Leo. Anthology of Russian Literature from the Earliest Period to the Present Time. 2. [S.l.]: G. P. Putnam's Sons 
  • — (1958). Selected Philosophical, Social And Political Essays. Moscow: Foreign Languages Publishing House 

Referências

  1. Babkin, B.P, Pavlov: A Biography. Chicago: The University of Chicago Press, 1949. (em inglês)
  2. Montefiore, Simon Sebag, "Young Stalin". Weidenfeld & Nicolson, (2007), p. 303. (em inglês)