Sinagoga de Tomar: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Sinagoga de Tomar 001.jpg|thumb|right|200px|Actual porta de entrada na sinagoga.]]
[[Imagem:TomarSynagogue1.jpg|thumb|right|200px|Vista geral do interior.]]
[[Imagem:Sinagoga de Tomar 003.jpg|thumb|right|200px|Pormenor da abóbada da cobertura.]]
 
A '''Sinagoga de Tomar''' encontra-se situada na antiga [[judiaria]], em pleno centro histórico da [[Tomar|cidade]]. Este antigo local de culto, encerrado no final do século XV, alberga actualmente o '''Museu Luso-Hebraico Abraão Zacuto'''. O edifício é [[Monumentomonumento Nacionalnacional]] desde 1921.
 
==História==
 
A origem da [[Judeus em Portugal|comunidade judaica]] de [[Tomar]] remonta provavelmente ao início do século XIV, quando aqui se instalou gente de nação (como então era conhecida esta minoria) ao serviço da [[Ordem do Templo]] e, mais tarde, da sua sucessora, a [[Ordem de Cristo]]. O rápido crescimento demográfico, ao longo do século XV, suscitou a criação de uma [[judiaria]], com o encerramento de portas entre o pôr e o nascer do sol. Estas portas situar-se-iam nas extremidades ocidental e oriental desta rua, que passou a ser designada de Rua da Judiaria, mais especificamente nos cruzamentos com as Ruas do Moinho e Direita, respectivamente. A situação da [[Judiaria]], próxima do centro económico e social da então vila, é bem demonstrativa da importância que a comunidade assumiu na sociedade [[Tomar|nabantina]]. De facto, calcula-se que a população [[Judeus em Portugal|judaica]] de [[Tomar]] andasse, em meados do século XV, em cerca de 150 a 200 indivíduos, tendo chegado a atingir uma significativa proporção de 30 a 40% do total de habitantes da vila, na sequência da chegada dos [[Sefardita|judeus espanhóis]], expulsos em 1492.
 
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==Descrição==
 
A Sinagoga de Tomar é o único templo [[judaico]] [[Renascimento em Portugal|proto-renascença]] existente actualmente no país. A sala destinada ao culto desenvolve-se num espaço de planta quadrada, com piso inferior ao do exterior, dividido em três [[nave (arquitectura)|naves]] de três tramos, apresentando uma tipologia semelhante à de outras [[sinagoga]]s [[sefardita]]s [[século XV|quatrocentistas]]. O tecto, em [[abóbada]] de tijolo de arestas vivas, é suportado por quatro elegantes colunas, com [[capitel|capitéis]] de lavores geométricos e vegetalistas, e por [[mísula]]s embebidas nas paredes. A disposição destes elementos encerra um significado simbólico: as doze [[mísula]]s simbolizam as doze [[tribos de Israel]], enquanto que as quatro colunas representam as quatro matriarcas – [[Sara (Bíblia)|Sara]], [[Rebeca]], [[Lea]] e [[Raquel]]. Estas duas últimas matriarcas são as filhas de [[Labão]], facto que explica a razão por que os [[capitel|capitéis]] são iguais em duas colunas e diferentes nas restantes. Para efeitos acústicos, encontram-se colocadas, embutidas na parede dos cantos, oito bilhas de barro viradas ao contrário, que comunicam com a sala através de orifícios. A porta virada para nascente, em [[arco quebrado]], lanceolado do lado de fora, era a porta principal do templo. A entrada faz-se hoje por uma modesta porta de vão rectangular, voltada para norte. Este espaço apresenta algumas semelhanças com a [[cripta]] de [[Afonso de Bragança, Marquês de Valença|D. Afonso, Conde de Ourém]], na [[Igreja Matriz de Ourém|Igreja Matriz]] aquela cidade, nomeadamente no que respeita ao sistema acústico e ao tratamento do espaço interno. Depois de algumas escavações feitas no local, foi encontrada uma sala de planta rectangular, adossada ao edifício principal, destinada ao ''[[Mikvá|mikvah]]'', o banho ritual de purificação das mulheres.
 
O acervo do museu inclui livros e objectos da tradição e culto [[judaico]]s, sendo ainda exibidas algumas [[lápide]]s provenientes de vários locais do país e que atestam a importância da cultura hebraica em [[Portugal]]. Desta colecção de [[lápide]]s, há a destacar uma estela funerária proveniente de [[Faro]], alusiva ao falecimento em 1315 dedo RabRabi Ioseph, [[judeu]] [[Tomar|nabantino]], e a [[lápide]] de 1308, que assinala a fundação da segunda [[sinagoga]] de [[Lisboa]].
 
=={{Ver também}}==
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*[[Sinagoga de Ponta Delgada]]
 
==Fontes==
*[[João Miguel dos Santos Simões|SIMÕES, J. M. Santos Simões]]. TAVARES, Maria José Ferro (preâmbulo). ''Tomar e a sua judaria''. Tomar: Museu Luso-Hebraico, 1992. Edição original datada de 1943, sem o preâmbulo.
*TAVARES, Maria José Ferro. ''As judiarias de Portugal''. Lisboa: Clube do Coleccionador dos Correios, 2010.{{ISBN|978-972-8968-27-4}}
 
[[Categoria:São João Baptista (Tomar)]]