O chocolate suíço, assim como os relógios e os canivetes, é um dos produtos suíços mais conhecidos em todo o mundo por sua alta qualidade.

Variedades de chocolate expostas em Neuchâtel, Suíça.

História editar

O chocolate foi introduzido na Europa no século XVI, em 1528, quando Hernán Cortés chega à Espanha com as primeiras sacas de cacau e todos os utensílios necessários à preparação do xocolatl. A exótica bebida não tarda a cair no gosto da corte. A infanta Ana d'Áustria, educada em Madri, leva a novidade para a corte francesa, em 1615, após seu casamento com Luís XIII. Em Paris, o chocolate se converte, então, em bebida da moda no meio aristocrático, e, a partir daí, difunde-se por toda a Europa. Mais tarde, já no século XIX, o seu uso, como bebida, entra em declínio sendo gradativamente substituído pelo chocolate sólido, cuja origem remonta aos anos 1830, na França.[1]

Em 1819 François-Louis Cailler instala, em Corsier-sur-Vevey, Suíça, uma das primeiras manufaturas de chocolate mecanizadas, criando assim a marca de chocolate mais antiga entre as que sobreviveram até os dias atuais. Ao mesmo tempo, o chocolate entrava no país onde encontraria seus melhores promotores e pioneiros da indústria. Em 1826, Philippe Suchard abre uma fábrica de chocolate em Serrières. Depois dele, Jacques Foulquier (antecessor de Jean-Samuel Favarger) fará o mesmo, em Genebra (1826); Charles-Amédée Kohler, em Lausanne (1830); Rudolf Sprüngli, em Zurique (1845); Aquilino Maestrani em Lucerna e St-Gall (1852); Johann Georg Munz, em Flawil (1874); Jean Tobler, em Berna (1899).[1]

Assim, entre os séculos XIX e XX, foram fundadas as seguintes fábricas de chocolate :

Na segunda metade do século XIX, o chocolate suíço começa a se difundir pelo mundo. Para isso contribuiram fortemente a invenção do chocolate ao leite, por Daniel Peter, e a criação da técnica de conchagem, por Rodolphe Lindt.[3]

Vendas editar

 
Chocolates suíços expostos em supermercado

Desde o século XIX até a Primeira Guerra Mundial, a indústria do chocolate suíço foi muito voltada para a exportação. Depois da Segunda Guerra, a Suíça começou a externalizar a produção em decorrência de restrições comerciais.

Em 2000, a maior parte do chocolate produzido no país (54%) era consumida pelos próprios suíços, e o país tinha o maior consumo anual per capita de chocolate do mundo (11,6 kg per capita).[carece de fontes?]

Em 2004, 148.270 toneladas de chocolate foram produzidas na Suíça. 53% dessa produção foi exportada (20% para a Alemanha, 11% para a França e Grã-Bretanha, e 13% para a América do Norte). No mesmo ano, a receita bruta da indústria suíça do chocolate foi de 1.365 bilhões de francos suíços, sendo CHF 814 milhões provenientes do mercado local e CHF 551 milhões provenientes de exportações. [carece de fontes?]

Em 2013, os 18 fabricantes suíços de chocolate ultrapassaram o resultado de 2012, tanto em termos de quantidade como em volume de negócios. O aumento da quantidade produzida foi de aproximadamente 6.700 toneladas (+ 3,9%), passando a 179.061 toneladas. Isso significou um aumento de 3,1% ou CHF 1,683 milhões no volume de negócios, em relação a 2012. 61,2% dessa produção foi exportada (contra 60,3% no ano anterior). O consumo doméstico de produtos de cacau (incluindo as importações e excluindo o pó de cacau e o chocolate em pó) foi 97.082 toneladas, com um aumento de 100 g no consumo médio por habitante, em relação ao de 2012, que havia sido de 12,0 kg por habitante por ano.A indústria aumentou consideravelmente suas exportações, e as vendas para o exterior atingiram 109.662 toneladas, o que corresponde a um aumento de 5,6%. Em termos de volume de negócios, houve aumento de 4,1%, atingindo CHF 792 milhões. As exportações foram principalmente para Alemanha (24,7%), Reino Unido (12,8%), França (8,0%) e Canadá (6,3%).[4]

Organização dos produtores editar

Em 1901, os produtores suíços de chocolate fundaram a Union libre des fabricants suisses de chocolat.[5] Em 1916, a Union foi dividida em Chambre syndicale des fabricants suisses de chocolat e Convention chocolatière suisse. A antiga Chambre syndicale (atual Chocosuisse) protege os interesses dos produtores de chocolate suíço. Já a Convention chocolatière tinha como objetivos zelar pela qualidade do chocolate e estabelecer uma estratégia de preço uniforme, até sua dissolução, em 1994.

Ver também editar

Referências

  1. a b Chocosuisse. Histoire Arquivado em 16 de maio de 2009, no Wayback Machine.
  2. Chocolats Halba
  3. "Thé, café ou chocolat?". France Magazine 36, p. 125.
  4. Chocosuisse.Communiqué de presse. L'industrie chocolatière suisse en 2013[ligação inativa]
  5. «La Fédération Chocosuisse en bref». Consultado em 16 de maio de 2014. Arquivado do original em 24 de maio de 2013 

Bibliografia editar

  • Bourgard, Alain J. : CH comme chocolat: l'incroyable destin des pionniers suisses du chocolat 1819-1919. Genève : Editions Slatkine, 2001. ISBN 2-8321-0036-8

Ligações externas editar

 
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