Apeadeiro de Coa

estação ferroviária em Portugal
(Redirecionado de Estação de Côa)

O apeadeiro de Coa (nome anteriormente grafado como "Côa", alterado já após o encerramento),[2] é uma interface encerrada da Linha do Douro, que servia a localidade de Vila Nova de Foz Côa, no distrito da Guarda, em Portugal. Entrou ao serviço em 5 de maio de 1887,[3] e foi encerrada em 1988.[4]

Coa
Apeadeiro de Coa
o apeadeiro de Côa, em 2009
Administração: Infraestruturas de Portugal (norte)[1]
Linha(s): Linha do Douro (PK 180+583)
Altitude: 144 m (a.n.m)
Coordenadas: 41°5′1.68″N × 7°6′19.29″W

(=+41.0838;−7.10536)

Mapa

(mais mapas: 41° 05′ 01,68″ N, 7° 06′ 19,29″ O; IGeoE)
Município: border link=Vila Nova de Foz CôaVila Nova de Foz Côa
Serviços: sem serviços
Inauguração: 5 de maio de 1887 (há 136 anos)
Encerramento: 1988 (há 35 anos)
 Nota: Para outras interfaces ferroviárias com nomes semelhantes ou relacionados, veja Estação Ferroviária de Covilhã.
Enquadramento da estação de Côa, em 2009

Descrição editar

 
Vista geral da estação e da estrada de acesso.

Localização e acessos editar

Este apeadeiro situa-se no concelho de Vila Nova de Foz Côa, a cerca de 3,5 km do centro da vila (Torre do Relógio), via Caminho do Coa.[5]

Infraestrutura editar

O edifício de passageiros situa-se do lado poente da via (lado direito do sentido ascendente, para Barca d’Alva).[6] Este e as demais infraestruturas remanescentes encontram-se abandonadas, e em mau estado de conservação.[7]

História editar

 Ver artigo principal: Linha do Douro § História

Século XIX editar

A estação entrou ao serviço em 5 de Maio de 1887, em conjunto com a via férrea até ao Pocinho[3] Em 9 de Dezembro do mesmo ano abriu o lanço seguinte da Linha do Douro, até Barca d’Alva.[8][9]

Século XX editar

Em 1901, uma brigada técnica estava a estudar uma ligação entre esta estação e a Estrada Real n.º 34[10] (atual EN222). No entanto, em 1932 ainda não contava com qualquer acesso rodoviário.[11]

Em 1939, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses fez obras de reparação no edifício, sendo então considerado como estação.[12]

 
Estação de Coa, vista do rio, em 2016.

Ligações a outras linhas editar

Em 1897, foi apresentado um projecto de lei que autorizava o governo a abrir concurso para várias linhas e ramais ferroviários, incluindo uma ligação entre as Linhas do Douro e Beira Alta, seguindo pelos vales dos rios Távora ou Coa.[13] No Plano Geral da Rede Ferroviária, publicado pelo Decreto n.º 18:190, de 28 de março de 1930, um dos projectos introduzidos foi a Linha do Côa, em via estreita, que se devia iniciar no Pocinho, onde se ligaria à Linha do Sabor, e terminar em Idanha-a-Nova, onde seria continuada pela Linha da Sertã, até Nazaré.[14] Esta Linha do Côa deveria passar por Pinhel, Guarda, Sabugal e Penamacor.[14]

Em 1950, também estava planeada a construção de um linha desde esta estação até Vila Franca das Naves, na Linha da Beira Alta, embora este traçado fosse considerado de difícil construção, pelo que o jornalista José da Guerra Maio sugeriu que o ramal terminasse em Vilar Formoso, uma vez que se podia utilizar o planalto do Ribacoa, de terreno mais fácil.[15] Este ramal iria criar uma ligação ferroviária alternativa à Ponte de D. Maria Pia, na Linha do Norte, e à Linha internacional de Barca d'Alva-La Fregeneda a La Fuente de San Esteban, estando esta última já em declínio, retirando à cidade do Porto uma ligação directa a Salamanca, que poderia ser reposta através da outra linha internacional, até Vilar Formoso, caso fosse construída a Linha do Côa.[16]

Encerramento editar

Em 1985, Côa tinha já a categoria de apeadeiro,[6] tendo sido despromovida anteriormente.[quando?] Em 1988, foi encerrado o troço entre o Pocinho e Barca d’Alva, incluindo esta interface.[4]

 
O edifício de passageiros, em 2002.

Ver também editar

Bibliografia editar

  • CAPELO, Rui; MONTEIRO, Augusto; NUNES, João; RODRIGUES, António; TORGAL, Luís; VITORINO, Francisco (1994). História de Portugal em Datas. [S.l.]: Círculo de Leitores, Lda. e Autores. 480 páginas. ISBN 972-42-1004-9 
  • MARTINS, João, BRION, Madalena, SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado. O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas 
  • REIS, Francisco; GOMES, Rosa; GOMES, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. p. 238. ISBN 989-619-078-X 

Referências

  1. Diretório da Rede 2025. I.P.: 2023.11.29
  2. «Castanheira de Pêra e outros topónimos depois do Acordo Ortográfico [Acordo ortográfico]». FLiP. 24 de junho de 2009. Consultado em 27 de abril de 2014 
  3. a b «Troços de linhas férreas portuguesas abertas à exploração desde 1856, e a sua extensão» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 69 (1652). 16 de Outubro de 1956. p. 528-530. Consultado em 24 de Maio de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  4. a b REIS et al, 2006:150
  5. OpenStreetMaps / GraphHopper. «Cálculo de distância pedonal (41.0832;-7.1054 → 41.0831;-7.1353)». Consultado em 13 de janeiro de 2023 : 3420 m: desnível acumulado de +313−43 m
  6. a b (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
  7. «www.amdourosuperior.pt/omnidouro/rota_omnidouro.asp?ID_DB=715». Consultado em 16 de janeiro de 2009. Arquivado do original em 21 de janeiro de 2011 
  8. MARTINS et al, 1996:12
  9. CAPELO et al, 1994:228
  10. MIRANDA, António Augusto Pereira de (16 de Abril de 1903). «Parte Official» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 16 (368). p. 119-130. Consultado em 6 de Março de 2012 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  11. ALCOBAÇA, Visconde de (1 de Dezembro de 1932). «Estradas Afluentes à Linha do Douro: Troço da Régua a Barca D'Alva» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 45 (1079). p. 559-561. Consultado em 6 de Março de 2012 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  12. «O que se fez em Caminhos de Ferro em 1938-39» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 52 (1266). 16 de Setembro de 1940. p. 638-639. Consultado em 19 de Janeiro de 2020 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  13. «Há Quarenta Anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 49 (1190). 16 de Julho de 1937. p. 367-368. Consultado em 29 de Julho de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  14. a b PORTUGAL. Decreto n.º 18:190, de 28 de Março de 1930. Ministério do Comércio e Comunicações - Direcção Geral de Caminhos de Ferro - Divisão Central e de Estudos - Secção de Expediente, Publicado na Série I do Diário do Governo n.º 83, de 10 de Abril de 1930.
  15. MAIO, Guerra (16 de Março de 1950). «A infeliz linha do Douro» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 63 (1494). p. 17-20. Consultado em 6 de Março de 2012 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  16. MAIO, José da Guerra (1 de Janeiro de 1956). «Reparos sobre turismo em Portugal» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 68 (1633). p. 41-43. Consultado em 19 de Janeiro de 2020 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
 
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Ligações externas editar

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