Estabelecimento Central de Transportes

O Estabelecimento Central de Transportes (ECT) é a organização militar logística do Exército Brasileiro responsável por comboios semestrais dos depósitos da 1ª Região Militar, onde está sediada, a todas as demais regiões militares (RMs). O ECT é a única unidade de transporte com âmbito nacional do Exército,[2] e assim, é o elemento básico de seu transporte rodoviário de suprimentos.[3] Sua sede é o Rio de Janeiro, e sua subordinação é à Base de Apoio Logístico do Exército (BaApLogEx), que é o órgão de controle e obtenção no país dos suprimentos, deixando a distribuição a cargo do ECT.[2] Também cabe a essa organização o embarque e desembarque em terminais marítimos e aéreos, possivelmente em cooperação com a Marinha do Brasil (MB) e Força Aérea Brasileira (FAB), e a contratação de transportadoras civis quando necessário.[3] A organização equivalente na MB é o Centro de Distribuição e Operações Aduaneiras da Marinha (CDAM).[2]

Estabelecimento Central de Transportes
País  Brasil
Corporação Brasão do Exército Brasileiro Exército Brasileiro
Subordinação Base de Apoio Logístico do Exército
Sigla ECT
Criação 1949
História
Condecorações Ordem do Mérito Militar[1]
Sede
Guarnição Rio de Janeiro

Os comboios do ECT percorrem os eixos Nordeste (Rio - Salvador - Recife - Fortaleza), passando pela , e 10ª RMs; Norte (Rio - Juiz de Fora - Brasília - Belém), pela , 11ª e RMs; Amazônico (Rio - Campo Grande - Porto Velho - Manaus), pela , e 12ª RMs; e Sul, pela 2ª, e RMs. Os Batalhões de Engenharia de Construção podem ser usados para realizar obras nas rodovias percorridas.[4][2] A distribuição é por rota fixa; os itens que saem dos depósitos centrais (armamentos, munições, explosivos, fardamentos, etc.) ou que retornam dos depósitos regionais precisam aguardar as datas programadas.[5] As cargas de retorno podem ser usadas para o remanejamento entre depósitos regionais.[6]

As raízes do ECT estão no antigo Serviço de Embarcações ou “Maruja”, que, após sucessivas transformações, trocou os navios pelos meios terrestres e ganhou a denominação atual em 1949.[3] Sua localização no bairro de São Cristóvão é estratégica, com fácil acesso ao porto do Rio de Janeiro, BR-040 e BR-101.[7] A frota de veículos era composta de dois veículos de balizamento, cinco vãs de escolta, treze cavalos mecânicos, dezessete caminhões, 33 semirreboques e três empilhadeiras em 2017; todos os cavalos mecânicos e 74% dos implementos tinham idade inferior a dez anos,[7] que pode ser considerada nova e é melhor do que grande parte das organizações do Exército. Em 2004, 64% das viaturas tinham menos de dez anos, e a capacidade de transporte era de duzentas toneladas de uma vez; segundo o comandante, um comboio pode atingir Manaus em quinze dias.[6] No caminho, os militares do ECT podem pernoitar em guarnições do Exército ou instalações do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, Polícia Militar e outras organizações.[7] As viaturas são rastreadas via satélite.[3]

Referências

  1. BRASIL, Decreto de 25 de março de 2003.
  2. a b c d Ribeiro, David Paulo de Lira (2021). A execução do transporte de material na Marinha do Brasil e no Exército Brasileiro (PDF) (Dissertação). Rio de Janeiro: Escola de Guerra Naval . p. 25-28.
  3. a b c d Rodrigues, Élton Oliveira (2004). Custo mínimo e o ponto de substituição de equipamentos logísticos: uma proposta de aplicação à frota de veículos de transporte de cargas do Exército Brasileiro (Dissertação). Pontífica Universidade Católica do Rio de Janeiro . Capítulo 4, p. 76-81.
  4. Flores, Luciano José (2017). O desdobramento das Organizações Militares de Engenharia de Construção do Exército Brasileiro para atender as necessidades de mobilidade estratégicas da Força Terrestre e as de desenvolvimento e Integração do território nacional (PDF) (Monografia). Rio de Janeiro: ESG. Arquivado do original (PDF) em 21 de outubro de 2022 . p. 17-19 e 25-28.
  5. Portella, Newton Carlos de Oliveira; Lopes, Luiz Antônio Silveira; Silva Júnior, Orivalde Soares da; Bandeira, Renata Albergaria de Mello (novembro de 2020). «Rotas fixas e rotas sob demanda: caso dos transportes nacionais do Exército Brasileiro» (PDF). 34º Congresso de Pesquisa e Ensino em Transporte da ANPET 
  6. a b Braz, Márcio Alexandre de Lima (2004). A logística militar e o serviço de intendência: uma análise do programa excelência gerencial do Exército Brasileiro (PDF) (Dissertação). Rio de Janeiro: Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas 
  7. a b c Carvalho, Diego de (2017). Proposta de processos que auxilie a gestão do serviço de transporte realizado pelo Estabelecimento Central de Transportes (PDF) (Dissertação). Pontífica Universidade Católica do Rio de Janeiro . p. 54-58 e 62-63.