Fazenda Campo Limpo

Bem tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia na cidade de Cruz das Almas

A Fazenda Campo Limpo é uma propriedade rural histórica do século XIX tombada pelo IPAC, localizada no município de Cruz das Almas, no recôncavo baiano.

Fazenda Campo Limpo
Tipo património histórico
Geografia
Localização Cruz das Almas - Brasil
Patrimônio bem tombado pelo IPAC

Tombamento editar

A Fazenda Campo Limpo foi tombada pelo Instituto de Patrimônio Artístico e Cultural da BahiaIPAC, pela Lei n° 3.660 de 8 de junho de 1978 e o Decreto n° 26.219 de 23 de agosto de 1978.[1]

Histórico editar

A Fazenda Campo Limpo foi fundada em 1865 pelo Senador Temístocles da Rocha Passos, influente político baiano durante a monarquia e início da república, também responsável pela emancipação política da cidade de Cruz das Almas.[2][3] A fazenda originalmente era composta das terras dos engenhos de Areia e de Presa. As terras eram usadas para o cultivo de cana-de-açúcar, citricultura e criação de gado de corte e leite. A produção era realizada pelos escravos nos engenhos e nos moinhos de mandioca. Segundo informações do IPAC, a fazenda chegou a ter em torno de duzentos escravos.[4][5]

Com o falecimento do senador, a propriedade foi herdada pelo seu filho mais velho, Manoel Caetano Passos, onde viveu com sua esposa Berila Eloy Passos e seus filhos, Maria José Passos, Dulce Passos, Jacinta Passos,[3] Manoel Caetano Filho e Maria de Lourdes Passos.[4]

Manoel Caetano vendeu as terras da fazenda para seu irmão Alberto Passos que viveu na fazenda com sua esposa Júlia e com seus filhos.[4] Outros membros da família Passos que moraram no local foram: Ramiro Eloy Passos, sua esposa Maria Ubaldina Silva Passos e seus filhos, Ana Helena e Luciano Passos. Luciano Passos herdou as terras do pai e passou a morar na fazenda com sua esposa Angelita de Almeida Passos e filhos.[4]

Atualmente a fazenda pertence à Angelita de Almeida Passos, viúva de Luciano Passos, e seus dois filhos, Barbará Passos e Lucas Passos.[1] Em 2005, Angelita criou a página Instituto Campo Limpo com o objetivo de disponibilizar informações sobre a Fazenda Campo Limpo e de publicar crônicas e poemas.[1][6]

Arquitetura editar

A sede da fazenda foi construído em estilo colonial feito em taipa de pilão. A área interna é apresenta quatro quartos, duas salas, uma sala de jantar, um banheiro, uma copa e uma cozinha, caracterizada por suas grandes proporções e pela decoração. Seus cômodos são forrados com madeira e seus pisos são mesclados de materiais diferentes.[2]

Acervo Mobiliário editar

A família Passos ainda preserva na fazenda objetos e móveis do século XIX[2]:

  • oratório feito de madeira e vidro, com bordas caneladas e ornamentações florais em estilo rococó
  • castiçais de prata, ferro, alguns em estilo cilíndrico neoclássico, outros em estilo barroco
  • cristaleira com estilo entre D. José I (padrão de móvel português da segunda metade do século XVIII, com influência do rococó) e D. Maria I (mescla de estilos, inspirado no estilo D. José I e Luís XV/ Luís XVI)
  • fotos da família enquadradas, algumas coloridas à mão
  • espada em ferro

Bibliografia editar

Referências

  1. a b c CALDAS, 2016, p.23
  2. a b c CALDAS, 2016, p.21
  3. a b Brasil, Lita Passos-Cruz Das Almas, Bahia (25 de janeiro de 2012). «INSTITUTO CAMPO LIMPO: HISTÓRICO DA FAZENDA CAMPO LIMPO». INSTITUTO CAMPO LIMPO. Consultado em 11 de maio de 2021 
  4. a b c d CALDAS, 2016, p.22
  5. «A FAZENDA CAMPO LIMPO». Bahia Recôncavo. Consultado em 3 de agosto de 2021 
  6. «INSTITUTO CAMPO LIMPO». institutocampolimpo.blogspot.com. Consultado em 11 de maio de 2021