Fernando de Almeida (arqueólogo)
D. Fernando António de Almeida e Silva Saldanha (Fundão, 28 de Novembro de 1903 — Lisboa, 28 de Janeiro de 1979) foi um arqueólogo, historiador e médico português.
Fernando de Almeida | |
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Busto de Fernando de Almeida, no Museu Francisco Tavares Proença Júnior | |
Nome completo | D. Fernando António de Almeida e Silva Saldanha |
Nascimento | 28 de Novembro de 1903 Fundão |
Morte | 28 de Janeiro de 1979 Lisboa |
Nacionalidade | português |
Alma mater | Faculdade de Medicina Faculdade de Letras Universidade de Lisboa |
Ocupação | arqueólogo historiador médico |
Biografia
editarNascimento e formação
editarNasceu na vila do Fundão, a 28 de Novembro de 1903.[1]
Concluiu os estudos secundários em Coimbra, e depois frequentou a Faculdade de Medicina de Lisboa, onde concluiu o curso com distinção, aos 23 anos.[1] Continuou depois a sua formação nos cursos de Medicina Sanitária, Hidrologia e Climatologia, ao mesmo tempo que se especializou em Ginecologia e obstetrícia.[1] Em 1953, concluiu o curso de Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras de Lisboa.[1] Entre os periódicos nas quais colaborou, contam-se o Olisipo, do Grupo de Amigos de Lisboa, onde também exerceu como presidente da Assembleia Geral.[1]
Carreira
editarDestacou-se tanto nos campos da medicina como da arqueologia, tendo participado em várias conferências, reuniões e congressos, e deixado uma vasta obra publicada, tanto na imprensa como em livros e folhetos.[1] Só no campo da medicina, deixou mais de uma centena de obras escritas.[1] Fez várias viagens científicas, tanto no interior do país como no estrangeiro.[1] Exerceu igualmente como professor catedrático.[1] Foi membro de várias instituições médicas e arqueológicas de renome.[1] Foi o 3º diretor do Museu Nacional de Arqueologia no período de 12 de dezembro de 1966 a 28 de novembro de 1973.[2][3] Foi também diretor do Museu Francisco Tavares Proença Júnior, em Castelo Branco, onde foi criada uma biblioteca em 1985, na sequência da doação do espólio bibliográfico, a que foi dada o seu nome.[4]
Falecimento
editarMorreu em 28 de Janeiro de 1979, na cidade de Lisboa.[1]
Livros e artigos publicados
editar- Terminus augustalis entre Talábriga e Langóbriga (1953)
- Pedras Visigodas de Vera Cruz de Marmelar (1954)
- Monumentos e edifícios notáveis do distrito de Lisboa (1973-1979)
- Egitânia: história e arqueologia (1956)
- Placas de xisto antropomórfico do Museu Lapidar Igiditano, Idanha-a-Velha (Revista de Guimarães, 1956)
- Antiguidades de Monsanto da Beira (Revista de Guimarães, 1956)
- Notas sobre as primeiras escavações em Idanha-a-Velha (1957)
- A necrópole céltico-romana de Idanha-a-Velha (1957)
- Pedras visigodas de Lisboa (Revista de Guimarães, 1958)
- Duas sepulturas megalíticas dos arredores de Idanha-a-Velha (Revista de Guimarães, 1958)
- Placas de xisto antropomorfas do museu lapidar igeditano: Idanha-a-Velha (com Octávio da Veiga Ferreira) (1958).
- Escavações em Odrinha (1958)
- Antiguidades de Torres Novas. 2.ª Parte. Estação pré-histórica das Lapas (Revista de Guimarães, 1959)
- Arte visigótica em Portugal (O Arqueólogo Português, 1962)
- Notícia de mosaicos romanos em Odrinhas (Revista de Guimarães, 1962)
- Duas inscrições romanas inéditas do Museu de Marvão (Revista de Guimarães, 1962)
- Nota sobre os restos do circo romano de Miróbriga dos célticos, Santiago do Cacém (Revista de Guimarães, 1963)
- Ruínas de Miróbriga dos Célticos (Santiago do Cacém) (1964)
- O baptisterio paleocristão de Idanha-a-Velha (Portugal) (Boletín del Seminario de Estudios de Arte y Arqueología, 1965)
- S. Giáo, descoberta e estudo arqueológico de um templo cristáo-visigótico na regiáo de Nazaré (com E. Borges García) (Arqueologia e História, 1966)
- Un 'palatium episcopi' do séc. VI em Idanha-a-Velha (Portugal) (1966)
- Igreja visigótica de S. Giáo (Estremadura-Portugal): Campanha de escavacóes durante agosto de 1965 (1966)
- Pedras visigóticas em Soure (Ethnos - Revista do Instituto Português de Arqueologia, 1966)
- A Estratigrafia observada no local do "balineum" lusitano-romano da Egitânia (Revista de Guimarães, 1966)
- Mais pedras visigóticas de Lisboa e do grupo lusitánico (Arquivo de Beja, 1967)
- Anastilose e distilose nos monumentos antigos (1968)
- Conferência. O santuário romano, campestre, de Miróbriga dos célticos (Revista de Guimarães, 1968)
- Iglesia visigótica de S. Giâo (com E. Borges García) (1969)
- Estação pré-histórica de Pragaes-Alcaria, Porto de Mós (Revista de Guimarães, 1970)
- Mais uma "flamínica" na bacia do Sado (Revista de Guimarães, 1970)
- Novas inscrições paleocristãs do Museu Arqueológico de S. Miguel de Odrinhas (Revista Portuguesa de História, 1971)
- Notes sur quelques monuments paléochrétiens du Portugal (com J. L. Martins de Matos) (1972)
- L'art wisigothique au Portugal (1974)
- As ruinas da chamada ponte romana de Mértola (Portugal) (1976)
- Breves palavras sobre arqueologia de Rio Maior (Revista de Guimarães, 1978)
- As ruínas romanas e visigóticas de Idanha-a-Velha (1978)
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k Soromenho, Paulo Caratão (1979–1980). «Prof. Doutor D. Fernando de Almeida». Olisipo. Ano XLII - XLIII (142-143). Lisboa: Grupo Amigos de Lisboa. p. 237-239. Consultado em 8 de Fevereiro de 2021 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ RAPOSO, Luís (2003). «A acção de D. Fernando de Almeida na direcção do Museu Nacional de Arqueologia e Etnologia» (PDF). "O Arqueólogo Português", série 4, nº 21. Consultado em 29 de setembro de 2023
- ↑ Carolina Cerqueira Moreira (Abril de 2020). «D. Fernando de Almeida» (PDF). Consultado em 29 de setembro de 2023
- ↑ «Museu Francisco Tavares Proença Júnior». Município de Castelo Branco. Consultado em 29 de setembro de 2023
Ligações externas
editar- «Artigo O contributo de D. Fernando de Almeida para o estudo da Alta Idade Média em Portugal, de Paulo Almeida Fernandes, publicado na revista Arqueologia & História» (PDF)
- «Biografia de Fernando de Almeida, da autoria do professor doutor João Luís Cardoso» (PDF)